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Harry

Depois da conversa com a Georgina e depois de tudo o que ela nos contou, a preocupação sobre a segurança da minha família aumenta. A Bia sentiu-se indisposta e só de pensar que o meu filho que ainda nem nasceu está em perigo todo eu fico sem chão.
Será que eu não consigo ter paz e sossego?
Desde ontem à noite que eu não paro de pensar no que pode acontecer. Olho as horas no relógio da parede aqui do estúdio e dou conta que já é quase hora de almoço. Pela janela de vidro que dá para o corredor vejo o Zayn entrar e falar com o Liam. Ambos olham na minha direcção e o olhar do Zayn é de algum modo inexpressiva. Respiro fundo e preparo-me para o que aí vem. Desde a festa da Sarah que sinto o Zayn mais próximo e distante ao mesmo tempo. Eu tento arranjar um motivo na minha cabeça para tudo o que se poderá passar com ele mas não encontro nada. Durante anos ele foi uma pessoa acessível embora misteriosa, mas agora fechou-se por completo e não deixa ninguém entrar no mundo dele. A Perrie comentou com a Bia que o Zayn tinha um bom motivo e que quando se sentisse preparado ele iria falar. Só resta saber quando? Gostava mesmo que esse dia fosse para amanhã embora não pareça. Tenho saudades do velho Zayn. O Zayn que se preocupava com a família e amigos. O Zayn que um dia me deu um soco só porque magoei a irmã com as minhas atitudes. Só que esse Zayn está longe de regressar.
Fixo o meu olhar na porta e oiço um bater ligeiro.

- Posso entrar? – O Zayn pergunta ainda meio inseguro na sua pergunta pelo que vejo. Assinto para que entre.
- Olá Zayn. Que se passa? Alguma coisa com a Perrie ou com as minhas sobrinhas? – Questiono apenas pelas mulheres da vida dele. Não vou ousar perguntar por ele pois não sei a reação dele para com a possível resposta.
- Com elas está tudo bem. Apesar do filho do Liam querer fazer a vida militar e a minha filha estar em pânico com essa possibilidade.
- É normal que ela tenha medo. Não é fácil veres a pessoa que mais amas na vida fugir-te entre os dedos. Olha que sei do que falo.
- Tu que poderias falar com ela. Ela sempre te adorou e tem-te como tio preferido. Talvez consigas aquietar o coração dela já que eu e a Perrie não sabemos como fazê-lo.
- Eu falarei com ela, mas e tu?
- Eu? Que tem eu? – Pergunta e eu rio com a sua resposta típica de quem foje a realidade.
- Ok Zayn. Explica lá porque vieste aqui. Tens andado estranho. Por isso...
- Soube o que a Georgina falou contigo e com a Bia.
- Como soubeste? E de onde conheces a Georgina?
- Longa história.
- Tenho tempo.
- A tia da Georgina tem o mesmo médico que eu.
- Médico? Mas tu estás doente?
- Não é nada disso. – fala tão rispidamente que eu me arrepiei por completo. – Só te quero dizer que apesar de tudo tens o meu apoio e vou ajudar-te a encontrar aquele testamento para poderes ter paz.
- Zayn, porque me queres ajudar ao fim deste tempo todo?
- Porque és meu amigo. Porque a minha irmã e os meus sobrinhos são tudo o que tenho de melhor. Porque preciso disso para me sentir bem e acima de tudo porque tenho de me desculpar por ser uma besta com vocês.

O meu telemóvel dá sinal de chamada e quando vejo o número da escola dos meus filhos algo me diz que algo de grave aconteceu.

Thomas

Desde ontem que as coisas lá em casa estão meio estranhas. Os meus pais estão mais protetores em relação a mim. Não que eles não o fossem, mas notei que algo se passa pela maneira como falaram comigo e me perguntaram certas coisas hoje de manhã. A minha mãe quem me trouxe à escola hoje e por pedido meio suplicante do meu pai. Não sei que se passou ontem depois de ter ido dormir, mas a Georgina pode ter alguma a coisa a ver com isso.
O Ed ontem ainda me mandou mensagem a contar o que se tinha passado em casa dele e de toda a confusão entre os pais e a irmã. Engraçado que a Sophie não me contou nada e apenas me falou da alegria que tinha quando recebeu a nota do teste. Fiquei preocupado e disse ao Ed que falaria com a Sophie hoje. Mas isto se ela quiser falar. Ultimamente a Sophie anda estranha. Ela diz que tem medo de não ser o suficiente para mim e eu digo que ela mal sabe que o sentimento que tenho por ela pode ser maior do que aquilo que eu mostro. Passei muito é verdade, mas nada se compara a tudo o que ela tem passado desde a separação dos pais. Separação que na minha opinião é estupida. Os meus tios continuam a amar-se tal como sempre me contaram e se estão separados é por teimosia de ambos. O engraçado é que o Ed diz o mesmo dos meus pais. Eu gostava mesmo de saber todos os pormenores dos casais da minha família. Talvez assim fosse mais fácil construir o conto de fadas que a Sophie tanto deseja. Digo e penso isto, pois sei que estou longe, muito longe de ser o que ela merece.

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