15.

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Beatriz

A manhã depressa chega e acordo com a enfermeira que vem confirmar o estado da Lottie. Depois disso olho a minha pequena ainda adormecida e sorrio. Um sorriso de alívio por tudo não ter passado de um susto. Oiço um bater na porta e esta abre-se revelando um Harry sorridente.

- Bom dia. – Diz fechando a porta atrás de si e depositando um beijo na testa da filha ainda adormecida.
- Bom dia.
- Como ela está?
- Bem. A enfermeira diz que ela está a recuperar bem. Daqui a pouco o médico passa por cá para dizer quando a podemos levar pra casa.
- E tu como estás? – Pergunta olhando-me profundamente.
- Bem, eu acho. – Suspiro e ele aproxima-se de mim.
- Tenho de confessar uma coisa. – Arqueio a sobrancelha em confusão. – Adoro que me continues a odiar.

Noto um sorriso por detrás da sua expressão e eu própria sinto novamente aquela paz interior que só o Harry me consegue transmitir. Ele passa a mão pelo meu rosto e limito-me a fechar os olhos sentindo o seu toque. Um toque do qual eu tenho imensas saudades, mas que evito admitir, até para mim mesma.

- Achas que podemos falar com mais calma? Talvez mais tarde?
- Sim. Existem coisas que ficaram por dizer e por esclarecer. - Ele sorri e isso deixa-me nas nuvens.

Se há coisa que não entendo é porque mesmo ele me magoando tanto como fez, eu ainda sou como um íman que me atraio em todos os sentidos a ele.

- O Thomas e a Emma? – Pergunto lembrando que ele ficou de tomar conta dos nossos outros dois filhos.
- O Thomas foi ter com a Sophie e tentar resolver as coisas com o Ed. Já a Emma quis ir com a Inês e a Sarah comprar algo para a Lottie. – Assinto.
- Mãe... - Oiço a voz da minha pequena. – Pai... - Levanto-me e sento-me a seu lado.
- Sim meu amor. Como te sentes?
- Dói um bocadinho.
- É normal querida. Mas logo, logo isso passa. Sabes o que o pai te trouxe? – O Harry sorri retirando do seu bolso um pequeno porta-chaves.
- Um porta-chaves? – Olho-o confusa. – Sério Harry?
- Mas não é um porta-chaves qualquer. Olha bem para ele.

Ao pegar no porta-chaves, tanto eu como a Lottie damos conta que é um globo de neve pequeno. Olhando as figuras do pequeno porta-chaves sorrio ao ver que se trata de uma pequena princesa.

- Para que saibas que és uma das minha princesas.

O sorriso e a felicidade da Lottie são qualquer coisa ao olhar para aquele pequeno objeto. O Harry sempre disse que tinhas duas princesas em casa e que ele como guardião pessoal delas, iria fazer de tudo para que eles estivessem sempre felizes. E uma coisa é certa, até hoje ele nunca falhou com essa promessa. Seja com pequenos gestos como um abraço ou um pequeno presente como este, ele nunca deixou de trazer a felicidade das nossas filhas. Aliás dos nossos três filhos. Sei que neste momento a relação entre ele e o Thomas não é a melhor, mas nem assim o Harry o deixou de lado como muitos poderiam pensar. Se há coisa que ele preza é os filhos e tudo o que eles significam na nossa vida.

- Sabes que a Emma também vai querer certo? – Pergunto ainda olhando o pequeno globo nas mãos da minha filha.
- Isso não é problema. – Retira do bolso um segundo porta-chaves e sorrindo como uma criança.

O tempo depressa passou e o médico veio ver a Lottie dizendo que ela podia ir para casa. Apenas teria de ter cuidado nos primeiros tempos e que aos poucos poderia retomar a sua vida. Com muita alegria lá a ajudei a preparar-se enquanto o Harry ia buscar o carro para a porta do hospital. Como o carro do Harry era mais confortável que o meu e mais espaçoso, a Lottie foi com ele e eu peguei no meu carro e rumei casa.

Depois de uma receção intensa em minha casa dada pelos meus dois outros filhos e pelos avós babados dos mesmos, chegou a hora do descanso. A Emma estava adormecida no colo do Thomas e a Lottie no grande sofá da sala.

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