Por dentro do Complexo Cibernético

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Fui levada a conhecer áreas importantes do Complexo. Vi que haviam, como percebi antes, muitos cientistas e pesquisadores, de todo lado do mundo.
Ao me verem todos param o que estão fazendo, e me olham. Uns com olhares encantados, outros surpresos, outros sorridentes, outros aparentemente nervosos pela minha minha presença ali. Mas todos, sem excessão se juntam ao Sr. Alister e se aproximam de mim.

- Ok, crianças - diz o professor - ainda hoje teremos uma reunião com todos para apresentar à vocês nossa Eva aqui. Sei que todos estão curiosos, mas ainda preciso fazer uns últimos ajustes, para que Eva não tenha seu sistema conflituoso logo no primeiro dia. Podem voltar às suas tarefas, que na hora exata todos a conhecerão, ok?
Então todos responderam prontamente que sim, fazendo alguns murmúrios, mas tratando Sr. Alister respeitosamente. Acredito que ele deve ser mesmo, muito respeitado por aqui.

Sr. Alister me encaminha à um elevador, totalmente transparente, me dizendo que desde que veio do Canadá para o Brasil, nunca se sentiu tão realizado como no dia de hoje. Ele estava radiante, como se tivesse cumprido sua missão na Terra.

Eu o observo, e percebo que suas mãos tremem nervosas.

- Seus tremores não me mostram febre ou doença, o que o Sr. tem? - digo, depois que meu sistema o escaneia.

- Não, Eva, não estou doente, todos nós aqui somos imunizados por inúmeras vacinas produzidas de acordo com os vírus que surgem em todo o mundo - diz Sr. Alister

- Mas então, o que o Sr. tem?

- Eu estou muito emocionado por você finalmente estar em funcionamento, você não sabe o tempo que esperei pra ver... - ele pára de falar abruptamente - bem, deixa pra lá. Temos alguns ajustes pra fazer em seu sistema, antes de sua apresentação.

Então ele sai do elevador apressado, como que evitando que eu faça mais perguntas.

Ao seguí-lo pelo corredor, lado a lado, em seu andar apressado, encontramos um homem de pele morena, cabelos escuros e ao nos ver, ele vem cumprimentar o Professor e vai dizendo:

- Alister, quanto tempo não nos falamos, e vejo agora o motivo de sua reclusão de todo esse tempo! - diz ele com um sorriso estranho no rosto e sem tirar os olhos de mim.

- Olá, Olávo - diz Sr. Alister - como vê, andei super ocupado.

Paramos no corredor, e percebo um tom de voz insinuativo na voz de Olávo, mas não consigo adequar a quê.

- Na verdade, Alister, não sei como conseguiu convencer toda a diretoria da empresa, para fazer este projeto da forma como fez, não acho que tenha sido ético usar sua... - diz Olávo, mas foi interrompido antes de terminar a frase.

- Não diga mais uma palavra, Olávo! - diz quase gritando o professor - Você fez um voto de silêncio, quando saiu da equipe!

Senti no meu sistema, uma situação de conflito, mas em minha cabeça, uma imagem diferente se formou, não consegui entender a imagem, mas parecia de outra época. Deve ser por causa destes ajustes que o professor se refere.

O professor se despediu bruscamente de Olávo e seguimos rumo ao andar onde faríamos os ajustes antes da reunião de apresentação.

Descemos um lance de escadas e entramos em uma sala com seu nome escrito na porta, numa placa de metal e escrita com letras pretas. Diferente das outras salas, mas apenas pelo fato de parecer mais um dormitório do que uma sala de trabalho. O professor possuía objetos pessoais ali, um armário com roupas suas, uma cama espaçosa num canto e arrumada com um rigor militar, uma escrivaninha de metal com várias folhas de papel com anotações e fotos de uma garota, e, do lado oposto da sala, havia então aparelhos como computador, sintetizador vocal, equalizadores, projetores e muitos tubos e microscópios. Parecia-me que o professor morava aqui mesmo na empresa. Ele não tem um lar, uma família?

O professor pediu pra que eu abrir a toga que eu vestia, com abertura nas costas e de forma respeitadora, retirou uma tampa de minhas costas de uns 10 cm, ajustou alguns dos meus sistemas. No computador já ligado, ajustou programas e os inseriu novamente no sistema. Pediu para que eu falasse algumas vogais e consoantes utilizadas no vocabulário brasileiro e depois de quase 1 e 1/2 hora, trabalhamos desta forma.

A seguir avisou que tínhamos 30 min. para nos trocarmos e irmos à reunião geral com a empresa, onde seria feita a apresentação oficial, quando Charlote retornaria para nós encontrar.

Me encaminhou então ao lado de sua sala, numa outra sala, totalmente fechada, pelo que percebi, não era muito utilizada. Acendeu as luzes, e pude visualizar uma escrivaninha de metal como a sua, um bloco de papel para anotações ainda não utilizado, um porta canetas repleto delas de várias cores, um computador para pesquisas estava desligado, e no canto um armário com roupas femininas feitas de um tecido próprio e confeccionado aqui na empresa, por especialistas suecos em material sintético, pelo que me falou, feito especialmente para mim, onde o movimento pode ser rápido sem se rasgar, pode ser usado em diferentes temperaturas mas ainda assim era leve e de caimento suave. No armários haviam vários calçados de solado resistente para caminhadas longas, já que eu não me causaria de andar. E muitos acessórios para cabelos, brincos, etc.
Pediu para que trocasse de roupa e me encontrasse com ele em sua sala.

Rapidamente me aprontei, como se tivesse feito aquilo muitas vezes, e não fosse esta a primeira. E fiquei esperando em sua porta.
De repente, uma imagem vem em minha cabeça, distorcida, meio nublada, como se fosse algo que eu tivesse vivido ha muito tempo.
Com certeza algum erro no sistema, mas eu fiquei um pouco confusa com a imagem que eu vi:
- Sou eu mesma, esperando em uma porta, não esta, mas uma outra porta, e quem saía por ela, era o professor, só que me parecia, mais novo, que agora.

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Nota da autora:

Pessoal, e aí? Que acharam deste segundo capítulo?
As idéias vêem e vou escrevendo pra vcs aqui mesmo porque meu Oficie do Lap venceu e não grava mais nada. Este capítulo ficou mais curtinho e comecei assim que cheguei do trabalho, então perdoem os erros de digitação, assim que conseguir vou corrigindo, ok?
Mas é a Eva? Acho que tem coisa aí nessa criação, hein?? Oque acham??

Bem se gostaram, deixem a estrelinha e comentários pra eu me sentir motivada a cada capítulo ok?
Um grande abraço, e até ❤

Eva Em Busca Da Humanidade (Concluído e Será Revisado) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora