O mundo de Evangeline

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Não sabia o que fazer primeiro ou o que pensar, quando fico sozinha no chalé, após conversar com Nícolas sobre ter encontrado Bruno e o desmaio a seguir a isso. Na opinião de Nícolas, Bruno deve ter muito a ver com Evangeline, e assim que ele se despede para voltar à sua casa, onde deixou Natália, sua irmã, tomo uma decisão. Vou entrar em contato com Bruno na manhã seguinte e saber o que tanto ele precisa me falar. Talvez me ajude com algumas questões.

Paul havia nos deixado assim que o Sr. Rafael se foi, mas ao cair da tarde, retornou para ver como eu estava me saindo sozinha na casa. Então comentei com ele também sobre Bruno.

- Sim, eu vi quando um rapaz se aproximou de você para conversar, parecia um tanto emocionado, mas bem distinto. Ainda não sei avaliar muito bem as pessoas como você. - diz - Mas tome cuidado ao falar com ele, não sei se acredito que seja alguém da parte de Evangeline. Se fosse, porque Alister nunca mencionou nada sobre ele?

Era uma boa pergunta. Mas talvez, aqui mesmo, se eu procurasse, talvez eu encontrasse alguma coisa.

Fui até o quarto onde estive hospedada na casa, procurei em gavetas, no computador, deveria haver algo. Tinha que ter alguma coisa que Evangeline tivesse guardado. Eu e Paul entramos no quarto de Alister e, por um momento me pareceu que eu estava invadindo sua privacidade. A presença dele era evidente ali. Seu quarto tinha um cheiro só dele, um cheiro de segurança, um cheiro de pai!

Ah professor, como poderei ficar aqui sem o senhor? - penso.

-Eva, veja! - Paul me chama atenção para a foto impressa em sua mão. Evangeline num lindo vestido de debutante de braços dados com Bruno.

- Sim, é ele! - exclamo - esteve com Evangeline no seu baile de debutantes! Essa é a valsa do príncipe, não é? - pergunto percebendo que ele não sabe o que é isso.

Conversamos então sobre os bailes de debutantes, coisa que pesquisei muito assim que Alister me fez as revelações. Disse à ele tudo sobre o planejamento que a mãe de Evangeline fez para montar sua festa, mesmo na época sendo já muito antiquado esse tipo de evento, porque os tempos mudaram e as garotas eram apresentadas à sociedade muito antes de seus corpos parecerem com corpos de garotas. Evangeline era romântica, gostava de literatura inglesa e dos costumes dos nobres de outros tempos. Sua mãe fez todos os preparativos do baile para "apresentá-la" à sociedade. O baile de debutantes.

Paul amou a história, ficamos até tarde da noite conversando, pesquisando e vimos o dia amanhecer. Pela manhã, Paul deveria voltar ao Complexo e eu deveria entrar em contato com Bruno, então decidimos que eu faria a ligação e marcaria um horário com ele pela manhã e no caminho deixaria Paul na Cibernex. E foi o que fizemos, logo após eu usar o emplastro e tomar minha ducha.

- Não sabe como é bom conhecer você melhor, quero dizer, saber a história de Evangeline. Tinha um pouco de receio de tocar no assunto com o professor, para não magoá-lo. - É bom conhecer um pouco mais de você, Eva. - diz Paul me observando enquanto dirijo, e me aprovando pela condução perfeita do veículo, com um sorriso.

- Teremos tempo, não é? De nos conhecer bem, afinal acho que seremos os últimos, de todos que conhecemos. - digo num tom amargo, lembrando da perda de Alister, e do nosso estado imutável.

- Não fale assim. A vida humana é preciosa e linda, e aprendemos muito com eles. - retruca - O tempo é relativo, Eva.

- Sim, pode ser! - respondo colocando fim na conversa.

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O escritório de Bruno, fica numa área nobre da cidade, cercado de grandes e imponentes prédios comerciais. Na recepção uma garota me recebe sorridente.

Eva Em Busca Da Humanidade (Concluído e Será Revisado) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora