Alta Hospitalar

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Ainda com a conversa que tive com Paul na cabeça, assisto à reunião com os líderes da empresa e os do laboratório sem ouvir quase uma palavra. Olhando para Olavo e Charlotte presentes, e pensando que, com certeza esses dois estão tramando algo. Bem, claro que estão eu os ouvi, e estão fazendo isso sem a ciência do professor. Talvez, queiram uma forma de consertar Paul, e passar o projeto concluído para os americanos da Cybertron. Quanto eles não lucrariam? E é claro, isso envolveria o professor e a mim. Perdida em pensamentos, não escuto quando falam comigo.

- Eva, o que acha? - pergunta Charlotte.

- Desculpem, podem repetir, por favor - falo saindo do meu transe.

Olavo olha para mim, depois para Charlotte e volta seu olhar novamente pra mim.

- Por acaso estava dispersa, Eva? Eu não achei que isso fosse possível. - diz Olavo com um meio sorriso, e em tom de superior - Estávamos falando sobre começarmos imunizando os funcionários da área da saúde, já que são eles os primeiros a terem contato com os doentes. O que nos diz?

- Sim, acho viável, uma boa estratégia e seria muito bom a seguir imunizar o grupo de risco maior, depois deste. Cobriríamos um número maior da população. Quem é o próximo grupo? - exponho minha resposta de forma a mostrar-me totalmente inteirada do assunto.

- Bem, as áreas mais carentes com nenhum saneamento básico e as com saneamento precário, são as que apresentam maior número de infectados, que tal serem os próximos? - pergunta Charlotte.

- Vocês tem o consentimento deste Conselho, façam assim, e me dêem um relatório do total de imunizados em uma semana, e eu mesmo repasso os dados para o Governo. Disse Sr. Hans e nisso a diretoria acenou positivamente com a cabeça.

- Então acertaremos os detalhes e começaremos esta segunda-feira assim que chegar o lote de vacinas, que estão sendo embaladas e lacradas. - diz Olavo, dando-se por satisfeito.

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Estou agora em minha sala, montando os dados das cidades, bairros e comunidades que deveremos visitar. Ao todo, serão 11 escolas e bairros carentes e de tal modo violentas que nem os voluntários de cidadania católica está querendo atender. Isso será um problema, que eu terei que resolver, já que sou a responsável direta com os serviços de rua.

Confesso que estar prestes a sair e estar com humanos que precisam de mim, é algo que me faz sentir como se esse fosse o local, o Centro do meu ser. É uma sensação muito boa!

É então que meu celular toca. Será o professor dizendo que está vindo embora? Olho o número, e percebo que não conheço, mas resolvo atender.

- Eva, falando - digo séria, não sei quem está do outro lado, não é mesmo?!

- Sei que é você, e você sabe quem sou eu? - uma voz de locutor de rádio do outro lado, me desperta.

- Nícolas? Oi, que legal que ligou! Que foi, não me diga que você está de alta? - digo radiante, tantas coisas aconteceram que quase me esqueci dele.

- Hum... hoje não, mas está prevista para amanhã, e então serei uma homem livre! - diz com sarcasmo.

- Nossa, dizendo assim, parece que esteve preso. Mas fico feliz, é uma das melhores notícias de hoje. E então, precisa de ajuda, para ir pra casa e tudo mais? - digo solicita, imagino que ele não esteja vendendo saúde ainda, vai precisar de mais alguns dias para se restabelecer.

- Sabe, Eva, seria uma boa idéia, não sei se estou bem para pegar uma lotação e meu carro, eu o deixei na garagem do prédio, já que fui encontrado caído e me trouxeram numa ambulância. Mas não quero te dar nenhum trabalho. - responde.

Eva Em Busca Da Humanidade (Concluído e Será Revisado) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora