A Cerimônia

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    Imediatamente ele me colocar no chão e me beija, de uma forma que me faz pensar que Nícolas estava se contendo nos últimos meses em que estivemos juntos.

Seu beijo é urgente.

Arrebatador.

Fico pensando como consegui passar meses sem esse beijo, pois agora a única coisa que quero é estar ali, em seus braços fortes, envolvida por seu cheiro único e sentindo o calor me invadir através de sua boca. Deixando meus sentidos atordoados, mal consigo sustentar o peso do corpo nas pernas... ele ofega.

- Ah, Eva... nunca mais, anjo, nunca mais me faça sofrer por achar que vou te perder - E me beija novamente e percebo que agora Nícolas está perdendo suas razões.

- Nunca irá me perder, Nic. - falo entre um beijo e outro - Você me fez conhecer sensações até elas virarem sentimentos, e eles se transformarem em amor.

- Nic.? - pára e me olha nos olhos, numa mistura de surpresa e riso. - Nunca me chamou assim...

- Será assim a partir de agora. Se há alguém nesse planeta que pode tornar seu nome em diminutivo de forma carinhosa, essa pessoa sou eu! Ninguém mais está autorizado, entendeu? - respondo risonha enquanto beijo seu rosto.

- Essa sua reação, tem nome, dona Eva. Se chama ciúmes. Aprendeu comigo? - diz sorrindo.

- Certamente, com quem mais, Sr. Ciúmes? - ele sorri com os olhos, depois me beija novamente. Sem se preocupar em conter-se.

Nícolas está entregue. Toda a angústia de antes, passada. E toda a saudade de meses distantes aflorando, por sua pele, seus lábios, sua língua, afoita me devorando.

Ele me carrega pelo colo, subindo as escadas, coração acelerado, assim como outras partes de seu corpo se alterando, e a respiração dificultada. Abre a porta do meu quarto e me joga sobre a cama, antes mesmo de acender a luz, continua me beijando de forma louca e desesperada.

Não queria interromper o momento, mas tinha que arranjar forças para dar à Nícolas um pouco de razão.

- Acho que o meu noivo aqui precisa se comportar. Eu sou de ferro, Nícolas, mas estou quase derretendo assim... - ele larga meus lábios, está sobre mim agora, encosta sua testa no vão de meu pescoço e desaba sobre mim, ofegante.

- Me desculpe, desculpe! A saudade de você é tanta, anjo... Eu... eu vou me comportar, prometo! - desculpa-se visivelmente envergonhado.

- Não se envergonhe por isso. Sei que deve ser difícil, mas se vamos nos casar, quero fazer direito, Sr. Contreitas! - sorrio lhe fazendo carinho nos cabelos escuros e macios e ali sinto que nada me faria perder isso, Nícolas em meu colo, rendido, entregue.

Ele ergue a cabeça para me olhar nos olhos, e me dá seu melhor sorriso sedutor.

- Porquê mesmo temos que esperar até o casamento? Falta tão pouco, e você é minha afinal e eu sou todinho seu...

- Nícolas! Não tente me seduzir, assim. Sei muito bem que corro o risco de você dormir esta noite comigo, me engravidar de gêmeos e me largar na rua da amargura, sozinha com duas crianças para sustentar! - falo e o vejo arregalar os olhos e franzir a testa, numa careta, na tentativa falida de não sorrir com o que eu disse.

- Duas? Gêmeos? - diz, e então gargalhamos, muito.

Nícolas é mortal, um humano frágil de vida rápida, como tantos outros, mas é aquele que me ensinou a amar. Amar o que tem em sua essência, amar sua humanidade, amar seu lado masculino, tudo que sei sobre o amor.
Foi frágil um dia.

Eva Em Busca Da Humanidade (Concluído e Será Revisado) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora