21-Dedicado ao meu avô

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Eu senti a dor da perda desde cedo. Eu era só uma criança e... Posso dizer que é a pior sensação do mundo. Perder alguém... Alguém que você gosta. Alguém que ama. Só sabe quem já passou por isso.
Talvez seja por isso que eu sou tão medrosa. Primeiro eu achei que minha mãe tinha morrido. Depois o Alex, depois a minha avó. Sério que se mais alguém morrer eu acho que não vou aguentar.

A dor fica aqui dentro do coração. Ela se alimenta da nossa frieza. Enquanto tentamos ser fortes, ela te consome. É preciso de um momento para extravasar. É preciso contar com alguém, com as pessoas que estão a sua volta e que te amam. Nessa horas você vê quem se importa ou não. Quem liga pra sua dor ou não.

Lola de 5 anos atrás Pov's On

Hoje eu não consigo pensar em mais nada. Eu só consigo chorar. Vesti uma roupa preta. Parece uma mentira. Parece um pesadelo.

Cheguei na Igreja onde o corpo do Alex já se encontrava em um caixão.

A mãe dele estava em prantos abraçada a uma amiga. Sinceramente acho que eu não vou conseguir encarar essa. Ontem no hospital ela me culpou por tudo. E talvez ela esteja certa. Eu me concentrei, porque olhar para aquele caixão não seria fácil. Andei até ele com hesitação.

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Lola Pov's On

Ter que encarar de novo fotos minhas e do Castiel não foi fácil. Eu não posso mais deixar isso acontecer.

Voltei pra Los Angeles. Comecei a gravação de uma das músicas. Fiz uma seção de fotos para o pré-lançamento do CD. Coisas de marketing. A semana foi passando, e fomos gravando mais músicas, escolhendo a harmonia e arranjo. O meu estilo tem pop, rock indie... Então não é uma coisa só.

Felizmente porque eu estava cansada, infelizmente porque eu não queria ter que parar o trabalho com a gravação, chegou quinta feira e eu estou de volta a Paris terminando de organizar tudo com o David sobre a viagem de carro.

Verão chegou então... Temos que aproveitar um pouco. Agora são 10 horas da manhã.

- Então David... Tudo certo? - eu perguntei

- Sim senhorita. - ele disse

- Ótimo, pode me ajudar com a mala? - eu perguntei

- Claro. - ele disse

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São 10 horas de viagem e se passaram apenas duas. É meio dia e me deu uma fome.

- Estamos chegando em uma cidade pequena agora, você pode almoçar senhorita. Vamos procurar um restaurante. - David disse

Era uma cidade bem pequena mesmo. Quase só de beira de estrada.

- Só se você não me chamar de senhorita. - eu disse

- Tudo bem. - ele sorriu e eu também.

O carro fez um barulho estranho.

- O que foi isso? - eu perguntei

- Opa... Acho que aconteceu alguma coisa... - ele disse.

O carro foi parando devagar sozinho.

Eu não estava acreditando no que acontecia.

- David... E agora? - eu perguntei

- Eu vou dar uma olhada. - ele disse e saiu do carro.

Eu saí do carro também.

- Parece que o problema é sério. - ele disse depois de olhar o motor alguns minutos. - Vamos ter que chamar a ajuda dos universitários. - ele terminou falando isso.

2ª Temporada: Cala essa boca...!Onde histórias criam vida. Descubra agora