Capítulo (18 )

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-Ariadne— Adriel murmurou

-Sigam-me— ela pede virando-se.

Segui Adriel e a mulher, quietamente, entramos numa cozinha pequena, todas as paredes estavam cobertas com grossas cortinas em veludo preto. Há velas acesas ao redor do pequeno espaço.

A mulher toma um assento em uma pequena mesa no centro da cozinha, e pede para nos sentar em duas cadeiras em frente a ela.

Sobre a mesa havia um cálice negro e uma agulha.

A mulher pegou na minha mão, seus dedos escovam os meus e eles estão gelados como o frio. De repente ela começou a murmurar

"Venit erased memoria, explicare et ego mitto vos "

E fincou com a agulha na ponta do meu dedo indicador, algumas gotas de sangue caíram para dentro do cálice.

Em seguida ela abriu um pequeno frasco de vidro, e depositou no cálice o seu conteúdo.

-Beba—ela exigiu

Sem questionar, levei o líquido até aos meus lábios, e o bebi.

Meus dedos cravaram na mesa.

Minha visão se tornou turva, meus olhos revirando como se estivesse passando por um processo de transe.

Quando encarei o cenário na minha frente, eu não estava mais na cozinha, mas em uma praia.

O mar estava calmo, tão convidativo que senti vontade de mergulhar nele, uma brisa fresca tocava-me como um bálsamo para o calor. O som das ondas indo e vindo naquele ritmo constante me envolvia numa sensação de paz, fazendo-me deixar os pensamentos a deriva. Eu simplesmente sentia a mente mais leve.

-Elise? Uma voz soou.

Olhei para aqueles olhos verdes, e senti as lágrimas se formando.

-Mãe—Murmurei

Ela se aproximou, e prendeu uma das minhas mãos, nas suas – Precisamos ser rápidas, meu bem.

-Estou sonhando?

Ela sorrio, e furtivamente limpou uma lágrima que cairá sobre sua bochecha. – Eu estou bem aqui na sua frente.

-Porque você foi embora?

-Eu não fui, Elise. – Ela disse com cautela, e a voz arrastada – Eu nunca deixaria você—

-Então o que...-

- Apenas me escute Elise— ela interrompeu - Isso é apenas um feitiço, de memória, que eu mesma criei pra você, por isso precisamos ser rápidas. Você corre perigo.

-Eu...

-Existe uma maneira de apressar sua transformação.

-Do que você eestá falando mãe?

-Elise, se você não apressar sua transformação, você vai morrer, desta vez, você não vai renascer novamente, percebeu? Será seu fim.

-Não. Eu não estou entendendo nada. Cuspi

- Procure a lágrima negra, há um feitiço, que permite que a lágrima Negra se funda a você. Tornando-vos um só.

-Que Lágrima Negra? Do que você está falando?

-Apenas faça o que estou pedindo Elise. Prometa?

Eu estava ficando assustada, eu queria respostas, e cada vez estava mais perdida. Como era possível uma coisa dessas?

-Ok. - Murmurei – Mas onde eu encontro essa lágrima?

-Ela está perto.  - ela ficou séria – O cristal está sob um feitiço de proteção, use a magia certa, e você vai encontrar.

Lágrima NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora