Apenas amigos

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Escrevo a última linha do trabalho de história que preciso estregar amanhã, e suspiro aliviada por finalmente ter terminado. Senhorita Morgan realmente não pega leve quando o assunto é trabalho.

Depois de guardar tudo, vou para cozinha a procura de algo para comer, afinal passar 3 horas dentro do quarto não é nada fácil, ainda mais sem ter comido nada. Abro o armário e levo um susto quando tudo fica escuro, sendo seguido logo de um barulho de trovão. Merda mais chuva!

Não que eu não goste de chuva, mas no momento que faz a luz acabar, ela fica em primeiro lugar na minha lista de coisas que odeio.

Meus pais saíram para um jantar que não sei mesmo o motivo, e o meu irmão está na casa da namorada dele, ou seja, terei que ficar no escuro e sozinha nessa casa.

Ás cegas eu procuro por alguma vela apenas pelo tato, torcendo para encontrar alguma, mas infelizmente isso não acontece.

Bufo irritada e me segurando na parede vou para a sala. Esbarro a minha perna no que deduzo ser a mesinha do centro, e gemo de dor. Qual a necessidade de ter uma mesa assim logo no centro da sala?

Me sento no sofá, e logo mais um trovão é ouvido, seguido por outro, e outro.

Uma coisa que odeio mais do que ficar sem luz, é trovões, apesar de ter 19 anos ainda pareço uma criança quando tem alguma chuva pesada seguida por trovões. Talvez eu ainda seja uma criança, não me decidi.

Abraço as almofadas que tem jogadas no sofá, e agradeço por ter deixado elas ali. Passa alguns minutos, e eu ainda estou ali encolhida com medo dos trovões e com muita fome.

O barulho da porta sendo aberta me assusta, e sinto um medo maior dentro de mim.

- Mãe? Pai? - pergunto alto.

- Sou eu Clara - a voz do meu melhor amigo que também é o meu vizinho, soa pela casa me tranquilizado quase completamente.

- Liam! - exclamo e vejo a luz da lanterna que ele tem em mãos. Ele caminha até mim, deixando-me ver ele todo vestido com roupa de frio e uma capa de chuva.

- Feliz em me ver? - ele brinca enquanto tira a capa molhada e a joga no chão.

- Muito - eu sorrio e pulo em seus braços o abraçando.

- Você havia me dito que estava sozinha aqui fazendo o trabalho de história, e quando a luz acabou e começou a trovejar, lembrei que minha melhor amiga tem medo de trovões - ele fala assim que me afasto dele.

Se senta ao meu lado no sofá, e eu abraço-o de lado, enterrando meu rosto no seu ombro.

- Ainda bem que se lembrou. Eu já estava morrendo de medo - dramatizo e Liam ri. - Trouxe algo de comer aí?

- Não. - Fala e eu suspiro.

- Vamos comigo na cozinha, eu estou com muita fome - digo antes de nos levantarmos.

Liam vai na frente iluminando o caminho com sua lanterna, enquanto eu seguro firme em seu braço feito uma pessoa indefesa. Procuramos pela cozinha algo para comer sem precisar usar muita coisa, e então pegamos pães e um ponte de manteiga de dentro da geladeira.

Volto com Liam para a sala, e comemos juntos os pães com manteiga, o que finalmente cessou a minha fome.
Abraço o braço de Liam novamente, vendo-o apontar a lanterna para a parede à nossa frente.

- Olha que maneiro - Liam diz fazendo uma sombra de pássaro com sua mão. Eu rio.

- Todo mundo sabe fazer isso - provoco-o.

- Ae? Então faz - ele me olha desafiando-me.

- Todo mundo, menos eu - falo e ele gargalha da maneira que sempre gosto de ouvir.

- Você é uma idiota Clara - me dá língua.

- Eu sei que você me ama - tiro sua touca da cabeça e coloco na minha.

- Está se achando demais - fala voltando com sua atenção para a luz refletida na parede. Ele gira a lanterna, fazendo círculos o que é até hipnotizante.

Ficamos em silêncio apenas vendo a luz na parede, e escutando o barulho da chuva no telhado. De vez ou outra um trovão soa fazendo-me apertar meu melhor amigo ainda mais.

- O que você disse para a Luna ontem? - pergunto para Liam, cortando o silêncio. Luna é uma garota da nossa turma, ela não é minha amiga, mas também não é minha inimiga. Na verdade só fala comigo para saber algo sobre Liam.

- Eu falei que não tinha como eu ir ao cinema com ela - responde simplesmente.

- Você sabe que ela é caidinha por você né?! - Eu falo fazendo Liam virar seu rosto para mim, e me encarar. Mesmo com a pouca luz da lanterna virada para a parede, eu pude ver sua testa se franzi.

- Não é não - nega.

- Qual é Liam, todo mundo já viu isso, está bem na cara. - Rolo os olhos pela lerdeza do meu amigo.

- Eu sei bem quando uma pessoa está afim de mim - ele fala, e me controlo para não ri. Liam nunca foi bom em paquerer, nem mesmo para fazer amizades, imagina saber quando alguém está afim dele.

- Você não sabe - rebato.

Ele balança a cabeça.

- Eu sempre sei - murmura se inclinado mais para o meu lado. Eu franzo meu cenho pela estranha aproximidade de Liam, mas não me afasto.

- Eu duvido muito - também murmuro, agora descendo meus olhos para os lábios de Liam. Desde quando eles eram tão atrativos?

- Não deve duvidar mocinha - seu sussurro faz toda a minha espinha dorsal se arrepie. Estamos bem próximos um ao outro, como nunca antes. Meu rosto está a centímetros do de Liam, podendo até sentir sua respiração calma.

- Mesmo se a pessoa estiver na sua frente... louca para te beijar, você não beijaria...- sussurro torcendo para Liam entender o que eu quero. Sinceramente nunca pensei em dizer algo assim para o meu melhor amigo, mas se estou sentindo que preciso disso, então não irei deixar a chance passar.

- Eu beijaria sim - ele diz, e seus lábios se chocam com os meus no segundo seguinte. Eu solto seu braço para por minhas mãos em seu rosto, e dá mais intensidade ao beijo.

Escuto a lanterna cair da mão de Liam no chão, e logo sinto suas mãos me puxarem pela cintura para o seu colo. Sento-me sobre suas pernas, sentindo a língua quente de Liam sobre a minha.

Subo minhas mãos do seu rosto para seus cabelos, acariciando-os. Meu corpo está quente, assim como posso sentir o de Liam. Ele desconecta sua boca da minha para começar a deixar uma série de beijos em meu pescoço, o que julgo ser uma das melhores sensações que já senti.

Meus pêlos se arrepiam, enquanto os lábios quentes e molhados de meu melhor amigo beijam minha pele como ninguém nunca fez. Os beijos passam a ser mordidas, o que me faz perder por alguns instantes indagando o que era melhor entre modidas e beijos. Ele morde meu pescoço, logo depois meu queixo e minha mandíbula. Gemo bem baixinho quando sua língua toca no meu ponto sensível perto da nuca, fazendo-me inclinar minha cabeça para trás deixando meu pescoço em livre acesso para Liam.

Ele sabe muito bem como me deixar louca, ele realmente sabe.

Quando seu rosto volta para frente do meu, eu colo minha testa na de Liam, e acarício com as pontas dos meus dedos a sua barba.

- Eu disse que beijaria - sussurra, e mesmo no escuro eu sei que ele está rindo.

- Como será agora? - indago. - Seremos tipo amigos com benefícios?

Liam parece pensar por um tempo antes de responder:

- Eu não sei. Não é uma má idéia eu te beijar às vezes - morde o meu lábio, apertando minhas coxas, o que me faz arfar contra sua boca.

- Então vamos ver no que dá - digo e é minha vez de começar a beijar o pescoço de Liam, e diferente dele, eu beijo bem devagar querendo-o provocar.

- Va-mos - sua fala sai entrecortada, e eu sorrio antes de voltar a beijar seus lábios.

Enquanto ainda estivermos dessa maneira, no escuro e nos beijando, acho que não precisamos nos preocupar com o amanhã.

Fim <3

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