Volta?

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Liam Pov's

- O que você está fazendo aqui? - É a primeira coisa que ela pergunta ao abrir a porta. Vê-la novamente depois de três meses, me faz sentir um frio na barriga. Ela ainda está do mesmo jeito da última vez que a vi. Só que agora sem lágrimas em seu rosto.

- Oi - consigo dizer, sentindo um nervosismo tomar conta de mim. Ela está com raiva ainda, e com toda razão. Eu a deixei sem mais nem menos pensando ser o melhor para nós. Eu errei pensando que ela era um problema, até que vi que eu era o problema. Foi mais fácil culpá-la, do quê admitir para mim mesmo, que o único errado na história era eu. E sempre fui.

Ela continua me olhando com um misto de raiva e confusão, e me dói pensar que eu sou o causador desse ódio mútuo.

- Posso entrar? - pergunto incomodado com o silêncio que paira entre nós.

- Não. - Fria e curta ela responde.

Isso vai ser bem mais difícil do quê eu imaginei, e como conheço Otávia eu sei que ela vai ser dura na queda, mas de qualquer maneira não vou desistir de tentar me explicar para ela. Afinal se engoli o meu orgulho para chegar aqui, agora preciso ir até o fim.

- Eu preciso que me escute - peço.
Ela cruza seus braços sobre o seu peito, e me encara com seus olhos escuros que me atormentaram durante esses três meses.

- Pode falar, estou ouvindo. - Ela fala da maneira mais astuta que poderia ser. Ela mudou tanto. Agora parece tão determinada e confiante de sí. Pelo menos algo de bom aconteceu em consequência com o nosso término.

- Eu errei - dou uma pausa dramática e volto a falar: - Otávia eu errei contigo, ao pensar que você não era pra mim. E ao pensar que você deveria mudar, porque em minha cabeça nós dois não tínhamos mais motivos para continuarmos juntos.

- Você é louco? Nós...

- Me deixa falar - interrompo ela, que se cala e me deixa prosseguir: - Então quando você foi embora eu finalmente percebi que não havia erro nenhum em você. Que o errado era eu o tempo todo, e que por ter sido orgulhoso demais, eu te perdi. Mas Otávia, o sentimento que vive dentro de mim não mudou. Eu terminei com você, sendo levado pela cabeça, e não pelo o que realmente importa, que era o que o meu coração dizia. Ele gritou por você quando deixou nosso apartamento. Ele chorou por você todas as noites que passamos separados. Ele implorou para você voltar. E eu não segui o que ele queria. Mas hoje, agora, eu estou aqui te pedindo mais uma chance, porque eu não aguento mais ficar sem você. Eu demorei pra perceber, que ao seu lado é e sempre será o meu lugar. Então Otávia, diga que nesses três meses você pensou em mim. Diz que sua raiva não foi maior que o seu amor por mim. Diz que me perdoa, e eu te prometo amor, que nunca mais irei te machucar novamente. - Me declaro ali na calçada da sua casa, olhando-a com expectativa, e tentando capturar uma reação positiva que fosse.

- Liam - ela quase murmura ainda abalada por minhas palavras. Nem eu esperava que fosse desabafar dessa maneira com ela, mas agora eu agradeço por isso, porque mesmo se ela bater essa porta na minha cara, eu vou ter dito tudo o que queria ter dito.

- Só uma chance. - Minha mão alcança sua bochecha e ela não recua, o que me deixa mais a vontade em aproximar o meu corpo mais do seu. Agora estou dentro de sua casa, mas não completamente.

- Eu sofri muito tentando entender porquê você havia terminado comigo. Me culpei por algo que eu não tinha culpa. Sabe o que é pensar que o homem que você ama terminou com você sem mais nem menos? Então Liam, durante esses três meses eu passei por esse dilema. E aprendi a ter raiva de você. A qualquer momento que você vinha em minha cabeça, eu tentava substituir a dor, pela raiva. E consegui. Mas agora...agora você aparece dizendo essas coisas. E tudo dentro de mim volta a se mecher, e eu não posso negar que ainda te amo, ainda te amo pra caramba. - Assume com lágrimas escorrendo pela sua face.

Envolvo seu rosto com as minhas mãos, e beijo em suas bochechas enxugando qualquer gota de lágrima do seu rosto. Ela solta um suspiro baixo pelo meu toque, o que me deixa ciente de quê está pondo abaixo o seu muro de força que havia construido. Olho em seus olhos úmidos, percebendo o quão linda ela é. Senti tanta falta dela, ela não têm idéia. Senti falta das suas reclamações, das suas piadas sem graça que no final eu sempre ria por serem tão toscas. Senti falta principalmente dos seus beijos, nenhuma outra mulher poderá a substituir, porquê ninguém é melhor do quê ela.

- Me dá mais uma chance? - Pergunto alguns instantes depois a olhando.

Otávia fecha os olhos, e suavimente diz:

- Só não me decepciona outra vez.

- Eu prometo. - Respondo antes de beijar - lhe os lábios que tanto senti falta.

Fim.

Feliz natal pessoas!

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