Itachi, watashi wa daisuki desu!

A filha do Hokage!

Eu remexia naqueles arquivos empoeirados animadamente, sabia precisamente onde encontrar o menor dos papeis ali. Tinha conhecimento sobre cada missão e cada detalhe sobre cada uma delas, desde quem participou e o que aconteceu em cada uma, exatamente como estavam descritos nos relatórios dispostos nas pastas ali. Por isso não demorei a pegar o pergaminho que me fora solicitado e rumei o mais rápido possível a sala do Hokage com ele em minhas mãos.

Bati na porta de leve e ao ouvir um "entre" abrir a porta devagar e adentrei o local olhando para o chão, e não os levantei para olhar quem estava ali dentro, conhecia-os assim como à o caminho disposto a frente, ou seja, como a palma de minha mão. Então apenas deixei o pergaminho sobre a mesa deste e saí o mais rápido que pude, mas ainda sim o ouvi me agradecer.

Fui até minha mesa que ficava próximo a porta do Hokage, como sua secretária eu deveria está sempre a sua disposição, por isso o local estratégico da mesa. Respirei tentando recuperar o folego, enquanto organizava os papeis dispostos sobre a minha mesa, mas ao ouvir aquelas passadas firmes me coloquei a frente da porta e abaixei a cabeça respeitosamente.

-Bom dia Uchiha-sama. -disse ao vê-lo se aproximar, porém ao ver outro conjunto de pés logo soube que ele não estava sozinho, e me repreendi por não ter ligado os pontos ali, pois logicamente se seu irmão mais novo e seu tio estavam nessa pequena reunião, claro que este sendo o melhor ninja não ficaria de fora. -O Hokage já os espera. -falei abrindo a porta para ambos, eu não precisava de uma resposta dos homens a minha frente, então apenas afastei dando-os passagem. -Bom dia Uchiha Itachi-sama. -eu não precisava vê-lo para saber que este sorria de lado com seu jeito debochado e encantador.

-Bom dia Senju-hime. -ambos se pronunciaram frios ao adentrarem a sala.

Voltei a minha mesa perdida em pensamentos. Naruto, Sakura, Sakuke e Kakashi, ou seja, o time 7 estava ali, haviam acabado de chegar de uma missão, e como todos que estavam naquela sala, eu sabia que algo havia dado muito errado, e essa ideia se confirmou em minha cabeça quando "meu pai" Hashirama Senju, ou seja, o Hokage, preocupadamente havia me pedido para pegar o pergaminho que continha tudo o que sabíamos sobre Orochimaru, enquanto pedia a um ninja AMBU que chamasse urgentemente Uchiha Madara, atual líder do clã Uchiha e tio de Sasuke e Itachi.

Suspirei me sentando na cadeira de qualquer jeito, e me obriguei a separar os arquivos para meu pai assinar quando a reunião acabasse. Um sorriso brotou em meus lábios por saber que ele estava ali, e que eu o tinha "visto" hoje, mesmo que por um breve momento. Itachi estava sempre em missões, e quando estava na vila mal era visto por qualquer pessoa de fora de seu clã. Seu jeito reservado e silencioso fazia todas as moças da vila, assim como eu, suspirarem quando este passava, e como todas eu sabia que ele nunca olharia para mim por mais tempo que o necessário, e apesar de eu vê-lo com mais frequência que a maioria, já que quando seu tio e a visitar o meu pai em nossa casa este sempre o acompanhava, bem como meu trabalho que me permitia admirá-lo sempre que era chamado ao escritório do Hokage, ou quando chegava de alguma missão, eu sabia que ele jamais me daria atenção demasiada, pois nem mesmo uma ninja eu era.

Eu Lya Senju era apenas a "filha" de Hashirama Senju, uma menina que este tinha encontrado quando criança e com pena pegou para criar. Hashirama me criara desde os 9 anos, e apesar de ter tentado de todas as formas me ensinar a arte ninja ambos sabíamos que eu não levava o menor jeito para aquilo, já que nem mesmo uma kunai eu conseguia acetar no alvo. Isso sempre foi um problema, pois por ser sua "filha" muitas pessoas tentaram me sequestrar, e isso era sempre uma dor de cabeça para o meu pai. Então me foquei nos estudos e ao descobrir que minha memória era infalível já que eu nunca esquecia de nada que tivesse visto ou lido, meu pai me colocou naquele trabalho, tirando um grande peso de seus ombros, pois aquele era um cargo de confiança, sem falar que o prédio do Hokage era o mais protegido, sendo assim, meu pai acabara de matar dois coelhos com uma cajadada só, e eu me sentia feliz por enfim ser útil ao homem que me dera um nome e me criara com carinho.