Meu nada prudente coração!

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Faziam exatos 3 dias desde aquela noite, e eu ainda me lembrava da forma como Mikoto-san tinha se aproximado de mim e me reverenciado.

- "Obrigada por salvar meu filho!" -foi tudo que ela me disse antes que eu me afastasse deixando todos ali.

Meu pai tinha tentado conversar comigo sobre o assunto, me explicando que Madara já o tinha pedido diversas vezes para que me prometesse a Sasuke, já que tínhamos quase a mesma idade, selando assim a amizade entre nossas famílias, mas eu não o tinha dado ouvidos, estava brava por ele nunca ter me falado nada sobre isso.

Mamãe não quis se meter no assunto diretamente, mas isso não a impediu de me dar várias indiretas sobre como eu poderia enfim ter Itachi para mim. Coisa que me fazia a olhar raivosa sempre.

Era exatamente por esse motivo que eu tinha me trancado no quarto antes do jantar, e me neguei a sair deste desde então. Sabia que se desse a oportunidade meus pais falariam sobre aquele assunto novamente, e eu não queria pensar mais naquilo, mesmo sabendo que não poderia fugir para sempre, e que logo Madara exigiria uma resposta de mim.

Seria mentira dizer que nunca tinha idealizado meu casamento com Itachi, por que tantas e tantas vezes eu me peguei sonhando acordada no escritório de meu pai depois de vê-lo, imaginando não só nosso casamento, como também os filhos. -eu inclusive tinha escolhido o nome deles. -e até a vida que levaríamos. Sinceramente se não fosse por minha atual situação eu aceitaria de cara lindamente esse casamento, quem não aceitaria? Mas meu prometido era Sasuke, e Itachi parecia que tinha se metido no meio dessa história a pouco, ou seja, ele tinha se oferecido para casar comigo por se sentir culpado por eu está de cadeira de rodas.

Parei de sentir pena de mim mesma quando minha barriga roncou de fome, então sai do quarto o mais silenciosamente que a cadeira de rodas me permitia, e por causa da luminosidade da lua não tive a necessidade de acender nenhuma luz. Me dirigi diretamente a geladeira e a abrir procurando vorazmente algo para comer, e sorri abertamente ao ver um prato com meu jantar enrolado em papel filme.

"Mãe, você é a melhor". - pensei, enquanto retirava o prato da geladeira colocando-o em meu colo.

-Não imaginei que tivesse o costume de atacar a geladeira de madrugada. -sua voz continha um misto de zombaria a qual eu nunca tinha ouvido, e não sei se foi por esta ou pelo susto que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram.

-O que faz aqui Uchiha-sama? -eu não ouvi seus passos e talvez por isso me assustei quando este apareceu do meu lado.

Se em algum momento eu duvidei das habilidades dele, certamente essas dúvidas foram sanadas com a sua atual performasse, e se por um lado eu sabia que ele não me faria nenhum mal, por outro todos os sentidos do meu corpo ficaram em alerta por sua presença ali.

-Vim conversar com você a sós. -ele se inclinou e pegou meu prato que estava disposto em meio a minhas pernas. -Podemos conversar em seu quarto, não quero encontrar com seus pais. -eu apenas maneei a cabeça afirmando, eu estava nervosa demais por tê-lo tão perto de mim.

Empurrei a cadeira de rodas e rumei para meu quarto, e apesar de não ouvir seus passos atrás de mim, eu sabia que este me seguia.

-Por favor fique a vontade Uchiha-sama. -apontei para o quarto e me virei para ele enquanto este fechava a porta.

Itachi entrou pedindo licença, colocou meu prato sobre a mesinha e se virou para mim me encarando.

-Itachi, me chame apenas de Itachi, já que não estamos mais em horário de trabalho, você não precisa ser tão formal.

-Como entrou aqui Uchiha-san? -ele suspirou cansado, e eu percebi novamente as olheiras que marcavam seu belo rosto.

-A maioria dos ninjas que protegem sua casa são Uchihas, eu só precisei encontrar alguns que eu mesmo treinei para poder chegar até aqui, mas mesmo assim tive de esconder minha presença, Hashirama-sama não é qualquer ninja. -ele me explicou.

Itachi, watashi wa daisuki desu!Onde histórias criam vida. Descubra agora