O cordão!

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Ele parou de pular sobre os telhados e passou a percorrer a floresta, só que agora mais calmamente, e eu sabia que ele estava fazendo isso para me dar tempo para apreciar o caminho, e internamente eu o agradecia por isso, já que aquele era um lugar nostálgico para mim.

-Eu costumava trazer meu irmãozinho aqui para treinar a alguns anos atrás. -ele quebrou o silencio entre nós.

-Tsunade-nechan tentou me ensinar a andar sobre a água no rio aqui próximo. -eu ri leve e ele me olhou. -Eu cai tantas vezes no rio que acabei pegando uma pneumonia. Ficamos de castigo por duas semanas.

-Você sempre teve o corpo frágil não foi? Lembro de várias vezes o Hokage está preocupado com sua saúde. -dei de ombros.

-Tsunade-nechan não é a melhor ninja médica à toa. -ri. -Ela sempre cuidou de mim, então acabou se apaixonando pela profissão. -eu soltei de seu pescoço e ele me ajeitou melhor em seus braços. -Mas eu sou muito grata por ela, e por toda a minha família, eles me acolheram quando eu não tinha ninguém.

-Você era da vila da chuva não é? -fiz que sim. -Nunca soubemos muito sobre você, mas eu lembro o dia que o Hokage a trouxe para a vila e disse a todos que a partir daquele dia você era sua pequena filha. -ele estava sendo sutil ao perguntar sobre minhas origens, e apesar de saber que Madara estava lá quando tudo aconteceu, eu já imaginava que este não tinha comentado nada com ninguém.

-Meus pais morreram na guerra, eles não eram ninjas, eram simples comerciantes de verduras que foram confundidos com assassinos e acabaram sendo mortos. -ele parou de caminhar e me olhou firme. -Tobirama matou meus pais, e só percebeu que era um completo engano quando eu os encontrei. -respirei fundo, eu a muito não tinha pesadelos com aquilo, contudo a lembrança ainda estava bem viva em minha memória.

-Me desculpe por fazer você lembrar disso. -fiz que não.

-Hashirama que era o comandante da missão matou os verdadeiros assassinos e prometeu no túmulo de meus pais que me criaria como sua própria filha. -eu limpei o canto de meus olhos. -Desde então ele e Megumi tem sido meus pais, uma família maravilhosa para mim.

Ele andou em silencio por mais alguns metros e só parou no topo de uma montanha, e a vista daquele lugar era nada mais que toda a vila de Konoha abaixo. Ele me colocou sobre uma tolha preta que estava forrada abaixo de uma árvore.

-Eu...

Rommmmmm

Eu fiquei vermelha na mesma hora, maldita hora para o meus estomago roncar.

-Me desculpe... é que... é que eu não como desde ontem. -ele tentou esconder o sorriso que se espalhava por seu rosto enquanto pegava a cesta que estava disposta do outro lado deste. -Vamos, pode rir. -eu disse agora também rindo, e ele trouxe a cesta e a abriu tirando algumas frutas e bolachas dali, sem falar na garrafa térmica de onde ele tirou o suco o colocando num copo e me estendendo. -Essas coisas sempre acontecem comigo. -ele acabou não se segurando e começou a rir também.

Eu o olhei curiosa, era a primeira vez que eu via um Uchiha rir, e Itachi que já era lindo estava a perfeição, com a mão em punho em frente aos lábios ele tentava conter o riso, e eu acabei a ficar o admirando. Me deixei levar pelo momento e peguei em sua franja anda solta e a coloquei atrás de sua orelha, e quando nossos olhos se encontraram e eu vi seu rosto tomar a tonalidade vermelha e me vi ficando envergonhada também, pois só então tomei consciência que havia ultrapassado seu espaço pessoal.

-Sinto muito Uchiha-san. -pedi tentando me afastar e ele segurou minha mão, e a levou até seu rosto que ainda estava quente.

-Não tem porque. -nos olhos se conectaram e mesmo assim eu não entendia o quê aqueles ônix escondiam, eles eram uma incógnita, que talvez eu nunca pudesse desvendar. -Você é a única que tem o direito de me tocar quando quiser. -seu rosto agora voltava a coloração normal.

Itachi, watashi wa daisuki desu!Onde histórias criam vida. Descubra agora