Eu sou idiota!

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Meus olhos se abriram cansados, pesados, e preguiçosos, tanto que eu me vi respirando fundo tentando arrumar coragem para me levantar. Sentei na cama procurando entender como tinha ido parar ali, pois eu não me lembrava de ter voltado para o quarto, na verdade, minha ultima lembrança era de estar chorando com o colar na mão sentada em minha cadeira de rodas na varanda. Ainda estava escuro, mas mesmo assim eu virei desesperada a procura do colar, eu não podia tê-lo perdido, eu não me perdoaria se o tivesse feito.

Assim que meus olhos se acostumaram com a pouca luz do quarto, eu me pus a procurar, por toda e qualquer evidencia do que desejava ali, coisa que não me foi um trabalho muito longo, já que o colar estava em cima da cabeceira ao lado de minha cama. Me inclinei para pegá-lo sem cerimonias, e mesmo minha mente me dizendo que ele agora parecia pesar muito em minhas mãos, o coloquei no pescoço novamente, e me arrepiei quando sua superfície fria tocou minha pele.

Todo e qualquer pensamento me foi tirado quando a porta se abriu e por ela passou Itachi já vestido com suas habituais roupas ninjas, e quando ele me notou acordada pareceu ficar um pouco surpreso. Ele olhou para o meu lado da cama com um pedido mudo para se sentar ali, e eu afirmei para ele.

–Obrigada por me trazer para o quarto. -ele fitou o colar em meu pescoço por um bom tempo.

–Não devia dormir na varanda! -eu fiquei imaginando se havia algo a mais por trás daquela simples frase, e por mais que eu esperasse ele não continuou, não me disse mais nada.

Fiquei me perguntando se ele achava que eu dormi de proposito na varanda por que não queria ficar a seu lado. Hora, havia outro quarto na casa, se eu não quisesse ficar ao seu lado eu não precisaria ficar na varanda.

–Ei, não é como se eu quisesse dormir lá! -me indignei e fiz bico, o que o fez mover os lábios em uma linha de sorriso. -Além do mais, eu viria me deitar, mas o friozinho estava tão bom. -me espreguicei sorrindo. -Foi meio que sem querer!

Quando a linha fina em seus labios se transformou em um sorriso leve, eu me vi admirando aquele belo rosto, seus olhos e cabelos negros em contraste com sua pele tão branca, e as maças de sua face agora tão mais visíveis por causa do sorriso. Mas quando meu coração palpitou acelerado e meu corpo esquentou com aquela sensação apaixonada, eu rapidamente virei o rosto constrangida, e fiquei revoltada comigo mesma por mais uma vez me deixar levar por meus sentimentos.

–Lya. -eu engoli em seco só de ouvi-lo chamar meu nome daquela forma carinhosa.

–Ainda não Itachi, por favor, ainda não. -ele não suspirou, nem fez nada do gênero, nem mesmo se moveu, apenas ficou ali sentado ao meu lado.

–Tudo bem, esperarei até que esteja pronta para conversarmos. -sua voz continuava no mesmo tom calmo, mas algo em seus olhos, algo naquelas onixes me fizeram ter certeza de que ele não deixaria as coisas ficarem assim por muito mais tempo.

–Obrigada. -ele se levantou da cama e foi até minha cadeira e a trouxe para mim.

–Posso perguntar pelo menos o porque de ter escondido isso de mim? -ele me estudou e eu dei um sorriso envergonhado e afirmei.

–Eu só queria fazer uma surpresa, para você e para minha família. -tirei o lençol que antes me cobria e vi que o vestido que usava estava levantado até um pouco acima das minhas coxas, deixando-as a mostra, e a vergonha foi inevitável quando vi seu olhar faminto para elas.

–Então a sensibilidade nas suas pernas voltou? -ele se inclinou e passou a ponta do dedo sobre a pele exposta, desenhando uma linha reta, me arrepiando por completo.

–Si... sim! -gaguejei e ele me olhou com o Sharingan ativado, fazendo todo meu corpo estremecer, aquele homem era um demônio.

–Meu pai está vindo para cá.!-ele se afastou sério.

Itachi, watashi wa daisuki desu!Onde histórias criam vida. Descubra agora