Capítulo 3

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Não sei quantas horas se passaram depois que John saiu para trabalhar, não conseguir dizer nada, servi sua comida e depois fiquei aqui sentada no quarto vazio, meus pensamentos estão a mil, não sei como me sinto, aliás sei sim, me sinto humilhada, estive com um monstro todos esses anos e não sabia, agora o monstro finalmente mostrou suas garras.

Preciso me livrar disso, me levanto coloco um casaco para cubrir meus braços, a última coisa que quero é que esses vizinhos fofoqueiros fiquem me olhando e comentando.

Em menos de quinze minutos de caminhada já chego na casa da minha mãe.

- Catarina, está tudo bem?

Minha mãe fala ao atender a porta, seus cabelos castanhos estão soltos e sua roupa está arrumada demais para alguém que não vai a lugar algum. Minha mãe quase nunca sai de casa, só para ir a igreja e hoje não é dia de culto.

- Mãe preciso conversar com você?

- O que foi? John está bem?

Me irrita o fato dela se preocupar primeiro com ele do que comigo, mas ignoro, tenho algo mais importante para falar.

-Mãe eu quero me separar.

Minha mãe fica branca, mais branca do que já é, tive que ir direto ao ponto, não sei enrrolar.

- O que? Eu devo ter entendido errado.

- Não mãe, eu quero me separar.

- Catarina, você não pode se separar.

- Por que não? Não quero mais esse casamento mãe.

- Minha filha, imagina o que o pessoal da igreja vai pensar de você. Uma moça separada.

- Eu não quero saber o que vão pensar .

- Mas o John é um homem exemplar, nunca mais irá achar um homem igual a ele.

Decido acabar logo com isso e conto o que houve, tiro o casaco e mostro meus braços.

- Olha o que ele fez, ele me agrediu ontem mãe, o homem que você idolatra me agrediu, e ai o que acha dele agora?

Apesar do que acabei de falar minha mãe não mostra espanto.

- Dona Regina, você me ouviu?

- Ouvi sim minha filha, mas isso é normal, briguinhas de casal são normais.

Um sentimento de nojo e revolta sobe pelo meu peito. Como minha própria minha mãe pode dizer isso para mim?

- A senhora está se ouvindo? Como pode dizer isso?

-Brigas são normais minha filha, mas se quer se separar aonde pensa que vai morar?

-Pensei em voltar para cá.

- Ah minha filha, aqui você não pode ficar, imagine o que o pessoal da igreja vai pensar? Que eu estou compactuando com isso tudo.

- Mãe o que você está falando? Você está mais preocupada com o povo da igreja do que com o meu bem estar?

- Filha vá para casa, converse com ele, aposto que ficará tudo bem. E além do mais tenho certeza que você deu motivos para ele fazer isso.

Olho para essa mulher tranquila que diz ser minha mãe e me sinto pior do que quando cheguei, não vou chorar, não na frente dela.

Assim que saio da casa da minha mãe, lágrimas começam a descer pelo meu rosto, limpo os olhos e me recuso a chorar mais.

***

Chego em casa e recebo uma menssagem do John.

Não vou para casa hoje.

Prefiro mesmo não ter que olhar para ele hoje.
Uma vez meu pai me disse que o amor se constrói, então porque nunca consegui constrói um amor pelo John? A um tempo atrás até achava que o amava, mas notei que era apenas apego.

Não tenho nada para fazer, não tenho amigas, nem muito menos amigos, não tenho emprego e nem um hobby. Preciso me distrair, olho para mesa e vejo o notebook que John me deu quando esqueceu nosso último aniversário de casamento.

Abro sem saber o que fazer direito, nunca gostei muito de mexer com esses aparelhos eletrônicos, gosto mais de ler ou ver filmes, só que hoje preciso conversar com alguém.

Sei que existem salas de bate papo virtual, na época da escola as meninas viviam falando sobre isso.

Coloco bate papo virtual no navegador e abro no primeiro link, quase tenho um infarto quando vejo homens pelados por toda a parte da tela, fecho rapidamente e respiro fundo antes de abrir outro link.

Finalmente encontro um e ele me pede para colocar um apelido, melhor não colocar meu nome, algum fofoqueiro da cidade pode visualizar e saber que sou eu. Sei que existem um milhão de Catarinas por aí, mas é melhor previnir.

Coloco Cat como apelido e escolho uma sala de amizade virtual que tem cerca de 30 pessoas online.

Assim que entro na sala um tal de Pirocudo 22Cm fala comigo.

E ai gata, quer Tc?

Resolvo ignorar e procurar por uma menina, quero uma amiga que possa conversar comigo, os apelidos femininos são tão estranhos como os masculinos, Novinha18, Millalindinha entre outros.

Enquanto estou procurando alguém para conversar um nome me chama atenção, ChristopherAC.

REVISADO EM 21/12/2016

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