Meu Amante Virtual (Em revisão)

Capítulo 8

- Anda John diz, que mancha é essa?

- Isso não é nada, deve ter sido a nova sócia do Banco que ao me cumprimentar deixou essa marca.

- Você acha que sou idiota? Você tem outra não tem? Agora tudo faz sentindo, o motivo por está tão nervoso, você não dorme mais em casa. Tem outra não tem?

Nesse momento já estou em pé na frente dele, uma fúria cresce em seu peito e ele grita:

- Cala essa boca.

To cansada, exausta na verdade, se ele quer gritar eu irei gritar também.

- Fala, assume que tem outra.

Quando grito, sinto algo quente e forte atingir meu rosto, demora alguns segundos para eu entender o que acabou de acontecer.

Ele me deu um tapa na cara, sinto meu rosto formigando no lado esquerdo e o sangue esfriando. A dor vai aparecendo aos poucos, mas a dor do coração é a pior, não tinha notado que estava chorando até sentir as lágrimas escorrerem.

Apenas o encaro, não consigo dizer uma palavra sequer, meu coração dói tanto que parece que vou morrer. Vou para o quarto e me tranco lá.

Desmorono logo em seguida, deito no chão gelado para ver se a dor diminui. Quando se apanha do seu marido não é a dor física que mais encomoda, é a dor da incapacidade, da vergonha.

Não quero mais chorar, mas não consigo parar, o choro alivia minha dor, cada gota de lágrima que despenca dos meus olhos lava minha alma.

Quando era criança e meu pai me perguntava que animal eu seria se pudesse escolher, eu sempre respondia que queria ser um passarinho, sempre invejei o modo que eles podiam voar livres por todos os lados, queria ser livre, queria voar, mas estou presa, não tenho forças, nem esperanças, aquela jovem menina que tinha o mundo nos olhos sumiu.

Tenho medo do que o futuro me reserva, a vida é assim, um dia a bolha estora e você assiste a sua vida ruir, tudo que pensou e idealizou agora já não importa mais.

Eu não quero mais ficar, vou embora, posso arrumar um emprego em algum lugar, alugar um quartinho para dormir.

- Catarina vamos conversar.

Ouço batidas na porta do quarto, não tenho forças para dizer nada, me encolho mais no chão, não quero falar com ele.

- Por favor, não faça eu arrombar essa porta, só quero conversar com você, me perdoa meu amor.

Permaneço em silêncio.

Não há mais batidas, ouço o carro sair da garagem. Conheci John na igreja que minha mãe frequenta, ele sempre foi muito solicito em tudo, sempre procurava ajudar todo mundo.

Minha mãe não deixava eu falar com garotos, na escola eu nem conseguia olhar nos olhos deles. John se aproximou de mim em uma noite de domingo.

Meses depois demos o primeiro beijo, minha mãe descobriu e surtou, comecei a namorar com ele e logo depois fiquei noiva. Parece surreal demais quando penso como tudo aconteceu.
***

A luz do dia se foi, reuno todas as minhas forças para se levantar do chão. Não sei quantas horas estou aqui.

Faço a única coisa que sei que vai me livrar dessa dor, preciso falar com ele, preciso ver seu sorriso, ouvir sua voz grave.

Entro na sala online e o chamo no chat reservado.
Ele aparece estantes depois com uma camisa social rosa que o deixa incrivelmente sexy, seu cabelo está molhado, parece que está indo em algum lugar.

- Oi Cat, tudo bem princesa?

Não consigo responder, mas tenho certeza que pelo meu estado ele consegue perceber que não está nada bem.

- Ele te bateu não foi?

Abaixo a cabeça e choro de novo, dessa vez de vergonha.

- Por favor, sai daí. Para de sofrer por alguém que não vale a pena, se você soubesse o quanto é linda.

- Você vai sair?

- Tenho um evento para ir com alguma velha rica.

-Posso passar na sua casa para te buscar depois, passa uma noite comigo Cat? Apenas uma noite e faço você esquecer esse merda.

- Sim.

***
REVISADO EM: 04/02/2017

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