Como combinado e sem alternativa, no final do período Arthur dirigiu-se para biblioteca e quem sabe assim acabar com o seu tormento que atendia pelo nome de Brandon. O que acabou se revelando uma verdadeira tortura.
— Não é assim! Você está fazendo tudo errado! Presta a atenção! — Brandon estava ficando sem paciência com a falta de entusiasmo de Arthur.
— Escuta! — Arthur bufa — Estou fazendo certo sim! Olha aqui os cálculos! Sabia que tem diversas formas de chegar à mesma solução? Só não estou indo do seu jeito.
— Mas tem que fazer desse jeito, senão vai parecer dois projetos diferentes! — Brandon continuava com sua reclamação.
— Olha! – Arthur passa a mão pelos cabelos e depois coçando a barba — Estou cansado demais para discutir. É justamente isso que o professor quer! Cara relaxa! Deixa de ser chato. — girou a cabeça como se quisesse alongar, o tédio estava lhe matando — Vou devolver esses livros e tomar água isso está me dando dor de cabeça.
Brandon observava o colega se distanciando em direção as grandes estantes de livros ao mesmo tempo em que puxou o caderno para si observando mais atentamente aquelas anotações. Não estava convencido que a forma como Arthur chegava até conclusões fosse correta.
Em outro ponto daquela biblioteca gigantesca, Ana entraria correndo afoita deixando alguns pincéis cair ao chão. Estava assim por dois motivos. Primeiro o cansaço e segundo a conversa que teve com Andrew minutos antes.
— Ana espere! Preciso conversar com você. — Andrew chamava.
— Estou com pressa, preciso ainda passar na biblioteca e devolver... — Andrew interrompe segurando suas mãos com delicadeza.
— Acredito que terá um tempo para mim, não é? — Andrew abaixa o rosto ficando assim na mesma altura que ela.
— Tenho sim... Diga do que precisa. — Ana responde impaciente retirando as suas mãos do contato das dele, sabia exatamente o que ele queria.
— Deixe as suas coisas ai no canto, dessa forma parece que não quer conversar comigo. — Andrew fez menção em fechar a porta Ana impede.
— O que você realmente quer? — Ana se posiciona entre ele e a porta — Sobre o que aconteceu conosco semana passada... Não foi certo e não acho prudente continuar. Sou sua aluna e isso pode te prejudicar.
— Está preocupada com o que irá acontecer comigo? Ótima maneira de me dispensar garota! Confesso que estou surpreso. — Andrew recua.
— Geralmente é você quem nos dispensa, desculpa, foi legal, mas...
— Mas tem outra pessoa em mente, não é? — Andrew encostou na sua mesa mexendo displicentemente em alguns papéis que ali estavam — Isso entre nós não é algo sério menina. Podia ser uma distração para ambos e eu tenho muito a te oferecer... Em todos os sentidos.
— Claro que tem, porém não estou interessada. — Ana ficou parada alguns segundos olhando para ele — Era sobre isso que queria falar ou algo relacionado à matéria? Precisa que faço algo?
— Pode ir. – Andrew se vira e vai em direção ao fundo da sala — Só espero que não se arrependa depois.
Aquilo soou para Ana como uma ameaça. Não gostou nada daquilo. Sentiu que Andrew poderia prejudicar de alguma forma. Independente do que fosse Ana não faria algo que não estava com vontade só para garantir uma boa nota.
— Que droga! – Ana colocou os livros que carregava sobre o balcão da recepção e começou a recolher seus pincéis espalhados pelo chão.
— Está com algum problema o bebedouro? — Arthur também chegou até o balcão e pergunta para o bibliotecário.
— Está. Terá que usar o do corredor. — o bibliotecário não lhe dá muita importância e começou a recolher os livros que a moça havia depositado no balcão.
Arthur a contra gosto deu a volta pelo balcão e agradeceu depois a todas as criaturas místicas por ter feito aquilo. Lá estava ela, ajoelhada no chão recolhendo seus pertences espalhados.
— Não vai esquecer-se de guardar esse aqui. — Arthur estende um dos pincéis para Ana.
— Oi! – Ana lança um sorriso para ele assim que o reconhece. — Nossa que coincidência te encontrar aqui. — os dois levantam e ficando um de frente para o outro — Estou chateada com você.
— Comigo? — Arthur franze a testa.
— Sim, ficou de me ligar e nada. — Ana faz uma cara como se estivesse brava.
— O dia ainda não acabou.
— Verdade!
— Agora, é sério? Queria mesmo que tivesse te ligado? — a maldita insegurança de Arthur aparece.
— E porque não iria querer?
— Não sei, talvez, estava apenas sendo educada dando seu número quando pedi.
— Se eu te dei o número do meu telefone é porque eu queria que me ligasse.
— Está tudo certo. Irá retirar mais algum hoje? — o bibliotecário interrompe os dois.
— Não é só isso. — Ana pega de volta o seu cartão da biblioteca e se volta sua atenção para Arthur — Você já estava indo embora?
— Não! — nesse momento lembrou que o colega lhe aguardava para terminarem aquele maldito projeto — Deveria porque a minha parte já está feita, só que o idiota do meu colega está colocando empecilho em tudo. — Arthur voltou a passar a mão pelos cabelos e coçar a barba.
— Que pena! Ia te chamar para comer algo. Estou faminta, não consegui almoçar e depois de ontem estou com o estômago pregado nas costas.
— Espera aqui dois minutos? Vou buscar minhas coisas e nós iremos. — os olhos do Arthur brilharam diante daquele convite.
— E o seu trabalho?
— Ele que se vire! O que eu tinha que fazer já tá feito agora se ele quer ficar desenhando florzinhas para ficar bonito que faça sozinho. — voltou para dentro da biblioteca — É rápido! - deu um grito e recebeu um olhar fulminante do bibliotecário. Arthur não estava ligando para nada daquilo, apenas queria poder passar mais um tempo com ela e quem sabe repetir aquele beijo. Um beijo que começou suave e que foi evoluindo para outra coisa a medida em que seus lábios se encaixavam a perfeição. Sentiu que foram feitos para os deles. E dessa forma os dois corpos unidos naquele canto escuro do pub também deram sinais que de já conheciam, talvez de outra vida, pois não havia melhor explicação para o que sentiram.
Ana observou Arthur se afastar com o sorriso mais encantador que possuía. Assim que sumiu de sua vista percebeu que lhe fez falta. Senti necessidade de escutar aquela voz macia e acolhedora, algo que colocou no item de prós de sua lista. Arthur correu. Não ele vou! E mesmo assim pareceu uma eternidade até retornar no local em que Brandon estava.
— Brandon, surgiu uma emergência e terei que ir... — Arthur foi pegando as suas anotações e entregou para o colega.
— Isso não é justo, Arthur. – Brandon olhou furioso.
— Justo? — novamente Arthur passa a mão nos cabelos e depois na barba — Para com isso! Eu fiz quase tudo e você está arrumando empecilhos. Está aqui. Se quiser usar use, eu estou indo embora.
Arthur recolhe seu material da mesa colocando na mochila e vai embora deixando o outro resmungando sozinho. Quando se aproxima da entrada da biblioteca seu coração aperta, a garota não estava mais lá.
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Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]
General FictionUm pedido feito e uma promessa a ser realizada. Se ainda houvesse amor, o rapaz a esperaria na estação de trem. Lá estava ele, agora só faltava descobrir se o amor que sentiam resistiu ao tempo. PLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL...