Arthur andava de um lado para o outro. Os passos erram pesados e duros, suas mãos suavam. A agonia tomava conta daquele homem pequeno. Logo atrás pezinhos miúdos tentavam acompanhar e repetir os mesmo gestos daquele que era o seu exemplo. Ao dar meia volta Arthur não conseguiria evitar e acabaria esbarrando na criança que o seguia.
— Tudo bem filho? Machucou? — correu para acudir o menino que ficou caindo no chão.
— Sim papai! — os olhinhos azuis de Eric começaram a encher de lágrimas.
— Desculpa meu amor! — pegou o menino em seu colo e lhe deu um beijo na testa — Papai está preocupado com a mamãe.
— Cadê a mamãe? Quero ver a mamãe! — o garoto tão loiro quanto ele agora se agarrava como podia em volta de seu pescoço.
— Mamãe está dentro daquela sala... — apontou para o final do corredor – Com a vovó. Seu irmão está sendo teimoso e não quer nascer, diferente de você que veio tão rápido.
Ana havia entrado em trabalho de parto pela segunda vez após três anos desde o nascimento de Eric. Só que diferente do primogênito o segundo estava demorando demais para vir ao mundo e isso estava deixando Arthur extremamente preocupado. Não conseguia e nem poderia entender que cada parto tem o seu ritmo. Por esse motivo saiu um pouco para tomar ar. Sua presença estava conseguindo deixar Ana nervosa, dessa forma trocou de posto com a sogra ficando com Eric no corredor na ilusão de tentar se acalmar, mas a cada gemido mais alto que Ana dava seu coração quase saltava pela boca.
Após a reconciliação naquela noite fria, perdidos dentro do quarto do hotel naquele vilarejo remoto, o casamento aconteceria com apenas um mês de planejamento. O casamento foi realizado na vila em que o pai de Ana vivia. A mãe de Arthur quase teve um troço quando soube que o casamento seria realizado por lá.
— Todos os Shaller se casaram nessa paróquia, porque isso agora? Ela nunca pode fazer nada igual ao que fazemos?
— Querida mãe! — Arthur abraçou com carinho Ellen que olhava desconfiada — Ana só aceitou em se casar na igreja porque insisti muito.
— Então, justamente...
— Me deixa terminar? — olhou sério para mãe — Ana não é religiosa como nós e nunca será e tem que aceitar isso. Ela me pediu que fosse lá porque é o local da sua infância. Foi onde seus pais se casaram e porque não fazer essa vontade sendo que posso?
— Pode dar azar.
— Não acredito! Dona Ellen acreditando em superstições! É bom saber que quer nossa felicidade, sei que não gosta dela.
— Eu gosto dela. Que bobagem é essa? — Ellen encarou o filho indignada — É lógico que desejo a sua felicidade. Depois do que aconteceu entre você e Elizabeth não quis criar tanto vínculo. Pois é, me culpe por ser uma mãe protetora que só quer apenas o bem do filho.
— Sabe que é ela quem me faz feliz?
— Eu sei.
— Por favor, pare de implicar! Logo ela será a mãe dos seus netos. Escutou bem? Netos. Vou ter vários filhos com ela.
— Vai com calma! — Ellen finalmente deixa a sua expressão dura de lado — Na verdade não vá! Terão filhos lindos e quero ver essa casa triste ser preenchida com barulhos de felicidade. E não demorem. Seu pai precisa conhecer esses netos.
— Ele irá. É o que mais quero. Poder ver meus filhos em seu colo.
xXx
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Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]
General FictionUm pedido feito e uma promessa a ser realizada. Se ainda houvesse amor, o rapaz a esperaria na estação de trem. Lá estava ele, agora só faltava descobrir se o amor que sentiam resistiu ao tempo. PLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL...