Capítulo 28

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Uma semana após a ruptura com Arthur e das diversas tentativas frustradas de tentar contato, Ana despertou cedo, mais do que estava acostumada e quando se olhou no espelho não gostou nada do que viu. Sentiu muita raiva daquela imagem refletida, quis distância daquela garota mimada e egoísta que destruía tudo de bom a sua volta. Mergulhou nos seus estudos e projetos, tudo por conta da última mensagem que receberia de Arthur.

"Termine o que foi fazer aí, é o mais importante para você nesse momento. Ouvi o que me disse na estação e se for para realmente ficarmos juntos estarei lá, agora devemos seguir assim separados, precisamos disso."

Foi nisso que ela se apegou na possibilidade dele estar lá quando retornasse. Quase não se permitia sair, era da universidade para o museu e de lá para o minúsculo espaço em que vivia. A primavera chegou e com essa estação mágica Ana relaxou e voltou ao convívio social. Não dava para perder as noites lindas de Paris nessa época do ano e em um daqueles bistrôs reencontrou uma pessoa do seu passado.

— Boa noite, criatura esculpida pelos Deuses! — a voz vinha suave pelas suas costas que arrepiaria por dois motivos: o contato da vibração em seu ouvido e o reconhecimento daquele som.

— Andrew! Olha que surpresa! — voltou-se para ele com o seu sorriso costumeiro.

— Boa ou ruim?

— Quem sabe! — foi até o seu encontro e se abraçaram — Como pode ser isso? Não mudou nada e já se foram...

— Cinco longos anos.

— Por essa não esperava saber quanto tempo não nos vemos.

— Não tem como te esquecer. Gostei do que fez com o cabelo. — passou suavemente a mão pelos cabelos de Ana.

— Obrigada. — Ana um pouco constrangida se afasta.

— Posso te fazer companhia?

— Se não se importar de ficar aqui com alguns amigos... — fez uma pausa e olhou para rua — Olha eles lá. — acenou para seus colegas.

— Preferia estar apenas com você, mas faço esse esforço. O que não será. Por você vale qualquer um.

— Para com isso. — Ana ficou visivelmente sem graça.

— Terminou com aquele moleque?

Nesse momento os colegas chegaram impedindo de dar a sua reposta para aquela pergunta que tinha o intuito apenas de provocar. Ana via aquele sorriso tão conhecido que Andrew emitia quando estava sendo sarcástico.

A noite seguiria de forma agradável e as atenções ficaram todas em Andrew e nas suas histórias. Já não era mais professor da universidade, tinha retornado ao circuito das artes e matinha um atelier. Estava na França justamente por conta de uma exposição e lógico que fez um convite a todos ali presentes, quando na verdade o seu foco era apenas naquela moça com os dentes separados. Ana estava mais madura que a última vez que havia visto, muito mais bonita. Essa aproximação dos trintas anos a deixava com jeito de mulher e não mais de uma garotinha levada. O que ele queria agora era provar dessa mulher deslumbrante que estava ali na sua frente e não pouparia esforços para isso e após várias garrafas vazias de vinho estava prestes a tê-la novamente em seus braços.

Enquanto isso a quilômetros de distâncias outro jovem homem estava também prestes a ter uma noite agitada, muito diferente do que estava acostumado nesses últimos meses. Rendeu-se as insistência de sua irmã e finalmente convidou Helena para jantar fora.

— Aqui é lindo! Não conhecia. Na verdade conheço quase nada fora do nosso bairro. — Helena observa tudo com olhos de curiosidade, ele conhecia bem como era a sensação, passou por ela várias vezes por ela quando saia com a Ana.

Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora