Se Arthur enfrentou um interrogatório fraterno de sua irmã o que Ana enfrentaria estava longe de ser confortável. Ellen é uma mulher extremamente protetora, muito da insegurança do filho veio por conta dessa educação que recebeu.
Ana sentiu já nas primeiras palavras que saíram da boca de Ellen que não seria nada fácil adquirir sua confiança, estava apreensiva em estar ali sozinha com ela. Sabia também que não demoraria muito para lhe ser perguntado sobre o relacionamento que mantinham. O maior problema estava justamente ali. Ana não sabia ainda o que tinha com Arthur.
— Quero agradecer por ter trazido meu filho, deve estar cansada. — Ellen se deixava afundar no acento do carro.
— Não precisa agradecer, acredito que ele faria o mesmo por mim. — Ana tenta sorri.
— Arthur é a pessoa mais generosa que existe no mundo, mas não é bobo.
— Claro que não! — Ana ficou surpresa com aquele comentário — Arthur é muito inteligente e educado.
— Temos muito orgulho dele. — Ellen olhava Ana com muita frieza.
— E devem ter mesmo. — Ana retribui o olhar, mas logo desvia prestando atenção no caminho que lhe era indicado.
— Vocês não são namorados?
— Não, Ellen. — Ana não quis mentir não tinha necessidade de fazer isso.
— Logo imaginei. Arthur teria me contado. Mas gosta de você. Pode pegar a próxima saída. — Ellen faz sinal para que Ana siga em frente na próxima curva.
— Também gosto muito dele. — Ana se remexia no banco carro.
— Você entendeu o que quis dizer, só não o magoe, por favor.
— Não pretendo magoa-lo, longe disso. — Ana desviou o olhar por uns instantes encontrando os de Ellen fixos nela.
— O que sente por ele?
— Não sei responder essa pergunta. — Ana vinha séria e tentava responder Ellen sem ser ríspida. — Conheci seu filho há pouco tempo. Nossa amizade ainda é muito recente para saber o que sentimos um pelo outro.
— É aquela casa ali... — Ellen apontou na direção de sua casa — Arthur é daquelas pessoas que já no primeiro momento entende o que sente. Apenas peço que não o magoe.
Ellen desceu do carro sem esperar que Ana pudesse argumentar sobre o seu ultimo comentário. A garota via aquela mulher se afastando segurando ao máximo o grito que mantinha preso em sua garganta. Parecia que os seus sentimentos não valiam de nada e que os deles eram tudo. Ana respirou fundo e seguiu a mulher até a casa.
A preocupação de Ellen para com o filho vinha do relacionamento anterior que Arthur manteve. Quando tudo terminou o filho saiu despedaçado. Não queria ver o filho daquela forma outra vez. Por esse motivo estava atenta. Aquela garota em nada se parecia com o jeito de seu filho. Não conseguia ver um futuro entre eles.
— Vou fazer um café. — Ellen anuncia assim que entrou na casa.
— Tudo bem, aceito. Mas depois tente descansar terá uma noite exaustiva pela frente. — Ana evitava olhar Ellen nos olhos, ainda estava se segurando para não lhe dizer poucas e boas, só se mantinha assim por conta do estado do marido no hospital. — Pensando melhor, eu faço. A senhora precisa de um banho e assim que terminar terá um café quentinho lhe esperando.
Foi o que Ellen acabou fazendo. Primeiro tomou um banho, deixou que a água levasse ralo abaixo um pouco da tensão que acumulou nessas ultimas horas e assim que colocou a cabeça no travesseiro o cansaço fez o resto.
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Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]
General FictionUm pedido feito e uma promessa a ser realizada. Se ainda houvesse amor, o rapaz a esperaria na estação de trem. Lá estava ele, agora só faltava descobrir se o amor que sentiam resistiu ao tempo. PLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL...