Capítulo 27

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O dia da partida de Ana havia chego e um misto de tristeza e felicidade tomava conta do seu peito. O seu sonho estava a um passo de concretizar, por outro lado um pedaço importante de sua vida ficaria naquela cidade cinzenta e chuvosa. Naquele pedaço moravam os olhos azuis mais lindos que havia visto na vida, os olhos que desenhava todos os dias em seu caderno velho.

— Passa rápido e logo estarei com você. — Arthur beijava carinhosamente as suas mãos.

— Eu sei, mas isso não me impede de morrer de saudades.

— Não mais que eu. Disso você pode ter certeza.

— É o que você pensa, sinto saudades de você o dia inteiro que ficamos fora, apenas me controlo, porque sei que no final do dia vai estar lá.

— Pensei que fosse apenas eu que passava por isso todos os dias. Tenho dois pontos altos no meu dia.

—É e quais são?

— Quando acordo e vejo o seu sorriso e quando volto para casa e vejo o mesmo sorriso, que agora não o terei por algum tempo.

— Eu sei. — Ana fez uma cara triste e lhe abraçou apertado. O trem também havia chego e as pessoas começaram a embarcar — Vai passar rápido e nos veremos sempre. Prometo vir e você vai me visitar. Esse foi nosso acordo pelo menos duas vezes no mês nos vermos.

— E será assim, agora você precisa ir.

— Preciso, mas não quero te soltar.

— Você tem que me soltar. — Arthur se afastou a beijando suavemente — Estarei com você daqui quinze dias e se prepara para me mostrar tudo.

— Isso eu dou tudo para ver. Arthur Shaller fazendo turismo, algo completamente inusitado.

— Estou aprendendo a ser como você.

— Não vamos exagerar. — Ana lhe daria um beijo rápido e entrou no vagão.

Arthur ficaria ali vendo o trem se afastando com um pedaço imenso de sua vida. Sentia um vazio, parecia que estava agora sem alma e essa alma estava ali dentro daquele gigantesco emaranhado de aço que se afastava com rapidez, sumindo no horizonte.

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— Arthur! Arthur! — Ana corria e gritava por entre as pessoas.

— Ana! — Arthur abriu seus braços ao mesmo tempo em que ela se jogava. E um abraço cheio de saudades aconteceu.

— Você veio! Não consigo acreditar que esteja aqui.

— Tinha dúvidas de que viria? Que feio isso.

— Não. Os dias pareceram uma eternidade, foi como se tivesse anos sem lhe ver, seu cabelo está até maior. — passou a mão em sua vasta cabeleira loira despenteada — Pena que insiste em não deixar mais a barba crescer.

— Preciso cortar — respondeu fazendo careta — Sente tanta falta assim da barba? Faz tanto tempo que tirei.

— Claro que eu sinto! — Ana colocou seus lábios próximos a sua orelha e murmurou: — O que ela fazia com meu clitóris não tenho como esquecer! — e se afastou olhando fixamente em seus olhos.

— Me tira daqui, agora!

— Seu desejo é uma ordem — Ana faz o gesto que a Jeannie é o gênio fazia e caíram na gargalhada.

Havia a promessa de mostrar a bela Paris para Arthur. O passeio seria adiado para outro momento. Precisavam naquele instante se tocarem. Era isso que importava, poder sentir o corpo um do outro naquela entrega cheia de tesão.

Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora