Arthur caminharia tenso até a recepcionista que lhe indicou o caminho até a sala de espera onde sua irmã e mãe estavam aguardando notícias. Antes de chegar ao local reservado encontrou com sua irmã que andava de um lado para o outro no corredor.
— Arthur! — Lilian ficou espantada assim que o viu — Como chegou aqui tão rápido?
Arthur não conseguiu responder. Apenas deixou que seu corpo encontrasse conforto e proteção nos braços de sua irmã mais velha.
— Ah! Irmão!
Lilian naquele momento também deixou que o choro tomasse conta, desde o momento do ataque de seu pai até agora vinha portando-se de forma forte, mas ao ter ali o seu irmão nos braços não conseguiu mais controlar e deixou tudo que estava sentindo sair.
— Cadê a mãe? — quando enfim o choro cessou Arthur sentiu a ausência daquela que sempre manteve a casa em pé.
— Está ali, vem!
— Já teve notícias?
— Sim. Agora estamos aguardando a sua recuperação. Pai está na UTI. Venha à mãe vai gostar de te ver aqui.
Caminharam de mãos dadas em completo silêncio tentando a todo custo enxugar as lágrimas e torcendo para que sua mãe não notasse os olhos vermelhos.
— Mãe! — Arthur suspirou e se ajoelhou entre as suas pernas.
— Meu filho! — Ellen ficou também espantada com ele ali — O que está fazendo aqui? Como veio tão rápido?
— Consegui uma carona. — Arthur beijou lhe as mãos.
— Lilian não devia ter feito isso com seu irmão! — olhou com reprovação para a filha — Seu pai nos deu um susto, mas já está bem. — Ellen tornou a olhar naqueles olhos azuis de Arthur tão iguais ao do seu marido.
— Eu mataria se ela não tivesse me ligado, mãe! Se acontecer algo com qualquer um de vocês não sei o que faço...
A voz de Arthur tornou a ficar embargada. Os olhos são tomados pelas lágrimas. O que ele confidenciou a mãe naquele momento era toda a sua verdade. Não saberia viver sem aquela sua pequena família. Eram tudo para ele.
— Meu amor! Não fique assim, vem aqui sente ao meu lado e você também Lilian. — Ellen abre os braços e aninha um de cada lado.
Apenas alguns minutos haviam se passado desse reencontro forçado da família Shaller para que Ana entrasse afoita na sala de espera. A família estava tão envolvida em sua dor que não percebem a chegada de uma nova figura.
Ana recuou ao ver aquela cena terna. Aquele momento era tão deles que não poderia atrapalhar e dessa forma sentou-se em uma das cadeiras perto da saída e ali esperaria o momento certo de se aproximar. Quando a calma invadiu Arthur, sentiu a ausência daquela pessoa que possibilitou estar em contato com a sua segurança. Seus olhos buscaram por aquele rosto angelical que vinha tomando conta do reino dos seus sonhos nesses últimos dias. Ana estava lá com a cabeça apoiada na parede. O cansaço havia consumido a jovem garota que agora dormia. Arthur abandonou suavemente os braços da mãe e foi ao seu encontro.
— Aonde você vai? — Ellen pergunta.
— Já volto, mãe.
Arthur sentou-se ao lado de Ana com cuidado. Com medo de assustá-la passou a sua mão sobre as dela com delicadeza.
— Ana... — sua voz vinha baixa, quase um sussurro — Acorda! — afastou os cabelos que caiam em seu rosto — Tudo bem?
Ana abriu os olhos e ficou observando tudo. Havia muita confusão em sua mente.
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Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]
General FictionUm pedido feito e uma promessa a ser realizada. Se ainda houvesse amor, o rapaz a esperaria na estação de trem. Lá estava ele, agora só faltava descobrir se o amor que sentiam resistiu ao tempo. PLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL...