Capítulo 8

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Aquele número. Porque aquele número estava lhe ligando naquela hora? Algo deveria ter acontecido. Arthur jamais atenderia ao telefone naquele momento se não achasse importante. E para aquela pessoa estar lhe ligando devia ser muito importante.

— O que aconteceu Lilian? — Arthur afastou Ana dando e deu um passo para trás.

— Não acredito que você atendeu! — Ana responde irritada.

— Fala com calma para que eu possa te entender... Isso respira e fala novamente... — Arthur fez um gesto pedindo um momento para Ana e começa a suspender as suas calças.

— O que aconteceu? — Ana percebeu que algo muito ruim tinha acontecido à expressão no olhar dele ia ficando cada vez mais séria.

— Mas como ele está? — a pausa era longa e os olhos dele iam ficando mais pesados — Eu estou indo... Claro que eu vou é meu pai também! Fala para mãe que devo chegar ai pela manhã... Não chora! Ele vai ficar bem... Tchau!

Arthur desligou e ficou algum tempo olhando para a parede vazia a sua frente. Esqueceu por um instante até onde estava. A preocupação tomava conta de sua existência.

— O que tem seu pai? — Ana tenta uma aproximação.

— Acabou de ter um infarto está em operação. — Arthur saiu do transe se afastando ainda mais. — Eu preciso ir embora! Tenho que ir para casa ficar com minha mãe... Ver meu pai... — uma lágrima rolou pelo seu rosto — Se ele morrer não sei o que fazer!

— Meu Deus, Arthur! Claro que tem! Vamos. Eu levo você. — Ana tentou lhe abraçar. Arthur ainda estava confuso e voltou a se afastar.

— Me levar como? Não tem carro. Eu tenho que ir Ana. — havia rispidez em seu tom de voz.

— Camila tem! Vou ligar para ela e ela vai me emprestar o carro. — Ana puxou Arthur pelas mãos tirando do estado de inércia em que permanecia.

A família de Arthur consistia em seu pai: Wesley um engenheiro civil de 52 anos, sua mãe: Ellen que trabalhava como bancária e estava com 49 anos e sua irmã: Lilian que acabou de se formar em psicologia e tinha 22 anos. Era uma família bem pequena e unida. Sempre que podia Arthur voltava para casa para vê-los. A notícia de que seu pai estava entre a vida e a morte mexeu demais com seus sentimentos, sempre soube para onde ir e agora estava totalmente perdido.

— Isso Camila! Você me emprestaria? Sei que isso não se pede, mas é uma emergência. — Ana explicava a situação para Camila pelo celular.

— Claro que empresto onde vocês estão?

— Estamos saindo do atelier e indo para o alojamento encontrar com você.

— Não! Fica onde está. Eu estou bem perto, em cinco minutos eu chego até vocês! — Camila desligou.

— Pronto! Não precisa se preocupar mais, Camila irá me emprestar o carro. — Ana voltou-se para Arthur que ainda estava em choque com a aquela notícia.

— Você não precisa fazer isso.

— Mas eu quero. — Ana novamente tenta uma aproximação com ele que dessa vez permite — Não é vergonha nenhuma você chorar se quiser.

— Eu sei que não é. É meu pai e eu o amo demais... — Arthur apertou Ana contra o seu peito — E mais uma vez te dei uma droga de encontro.

— Olha para mim! –— Ana respondeu brava — A última coisa que você tem que se importar nesse momento é com a droga do nosso encontro, ok?

Arthur não responde e voltou envolver Ana em seus braços. Era disso que precisava naquele momento um consolo de alguém especial e Ana já era esse alguém para ele. Camila chegou alguns minutos depois e depositou na mão de Ana as chaves de seu rover modelo mini-cooper azul.

— Toma cuidado com meu bebê! Arthur tenha fé que tudo vai ficar bem.

— Pode deixar, eu cuido dele. — Ana fala agora com Arthur –— Entra!

— Não quer que eu dirija? — Arthur pergunta.

— Claro que não! Não está em condições de fazer isso e vamos quanto mais rápido sairmos mais rápido chegamos.

A viagem era de umas quatro horas chegariam durante a madrugada para o começo da manhã.

— Tenta descansar um pouco. — Ana queria deixá-lo confortável.

— Como? Eu estou muito agoniado para isso. — Arthur olhava a estrada impaciente — Não quer que dirija?

— Só se for para você nos matar.

— Está certa.

— Posso colocar uma música? — Ana precisava de uma distração.

— Se importa de não colocar? — a última coisa que Arthur precisava era de ouvir música.

—– Claro que não. — Ana percebe a quão tola foi naquele momento.

Ana voltou sua atenção para o transito e o deixou sozinho com seus pensamentos. Após uma hora na pista, Arthur finalmente relaxou e adormeceu. Ana o observava de rabo de olho dormindo em um sono agitado. O seu coração apertou, a primeira coisa que faria assim que chegasse seria ligar para seu pai. Já fazia muito tempo que não se falavam.

Ana vinha de uma família grande. Seu pai: Colin tinha apenas 48 anos, não podia dizer ao certo qual era a sua profissão já fora muitas coisas, mas algo ela sabia é que seu pai era um músico incrível. Sua mãe: Kelly tinha a mesma idade que seu pai e também uma pessoa que não tinha um emprego certo. Seus pais se conheceram através da música. Kelly cantora na época. Pouco depois de se conhecerem ficariam grávidos do primeiro filho: Kevin que está com 22 anos e seguiu a vocação da música dos pais. Um ano depois veio: Liam que está com 21 anos ele sempre gostou carros e foi para esse lado, trabalha hoje como mecânico também não quis seguir para universidade e mora em Dublin com o pai; depois veio Owen que está com 20 anos esse sempre gostou de estudar e está cursando jornalismo e na última tentativa de Kelly de ter uma filha mulher veio Ana. O casamento não durou por muito tempo. O temperamento intempestivo de Colin e Kelly fez com que separassem após oito anos de casamento, o que ajudou muito para que Ana ficasse mais próximas de seus irmãos e um tanto desapegada dos pais. Colin voltaria para sua terra natal à Irlanda e Kelly permaneceria na Inglaterra mais de uma forma nômade com seus quatros filhos.

— Arthur? — Ana chamava baixinho para que não se assustasse — Chegamos.

— Ah! Sim? Ok. — Arthur saia aos poucos do sono.

— Eu vou estacionar direito e te encontro lá dentro, tudo bem?

— Tudo bem. — Arthur deixou o carro, mas antes de entrar no hospital se voltou para Ana e disse: — Obrigado.

Ana ficou observando entrando cabisbaixo pelo saguão da recepção. Podia imaginar o que passava em sua cabeça e seu coração apertou ainda mais. Assim que estacionou ligou para seu pai. 

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Quem mais aí está como nosso amado Arthur com o coração na mão? Será que o pai dele vai ficar bem?

Quero dar boas vindas aos novos leitores de A Volta! Obrigada por terem dando uma chance a esse casal. E ainda tem muito para acontecer! Beijos e até o próximo capítulo no sábado! Ou amanhã, vai que me dá louca! Beijos! 

Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora