Chegariam até Dublin com a noite pronunciada e ainda enfrentariam meia hora de viagem até o vilarejo onde ficava a casa em que o pai de Ana vivia. Casa grande e muito antiga, fora uma das primeiras construções daquele local. Os primeiros Jones foram os responsáveis pela a sua construção e agora Colin tentava a todo custo manter em pé.
Ana tinha muitas recordações desse aglomerado de pedras. Algumas que ela deseja esquecer, porém as felizes que passou ao lado dos irmãos e primos compensava. Quando seus pais separam Ana viria viver com ele e seu Liam. A menina se foi e agora apenas aqueles dois homens preenchiam o vazio que ali se instalou.
— Finalmente chegamos! — Ana se voltou satisfeita para Arthur.
— Parece que não tem ninguém. — Arthur demonstrou preocupação.
— Eu sei. Meu pai deve chegar só pela manhã. Ele tem um pub lá em Dublin às vezes até dorme por lá e Liam deve estar na namorada, a casa é só nossa. — abriu a porta e lhe deu uma piscadinha maliciosa.
Ao entrarem Arthur já percebeu que ali não havia muita ordem. Logo no hall encontrou algumas botas sujas de lama, um casaco com manhas de graxa, e as correspondências acumuladas no canto do chão.
Entregou o casaco à Ana mais por força do hábito, sentiu-se arrependido, imaginou que nunca mais o encontraria quando Ana abriu o armário e ali depositou seu velho escudeiro. Com mais alguns passos agora em direção à sala, a visão daquela desordem só piorava. Eram revistas, jornais, latas de cerveja brigando por espaço entre algumas louças sujas sobre a mesinha de centro.
— Dois homens bem bagunceiros moram aqui então não repara, por favor! – Ana dava risinhos, conseguia imaginar o que passava em sua cabeça, ainda mais depois de ter conhecido a casa em que viveu com os seus pais. A casa de Colin era o verdadeiro inferno comparada a de Ellen. — Acho melhor nem entrarmos na cozinha. — Ana fez uma careta e segurou a sua mão levando em direção à escada.
— Eu não sou tão chato assim como você pensa. Apenas gosto das minhas coisas organizadas. — a todo custo tentava disfarça o seu desconforto, algo que jamais conseguiria evitar. Arthur era metódico, por mais que tentasse relaxar ter sido criado por Ellen fora decisivo, jamais conseguiria viver em uma casa como essa.
— Aham! – Ana continuou sorrindo — Vamos lá para cima aqui está frio.
A escada não era bem o local para se acomodar camisetas, camisas ou mesmo calças, porém naquele lugar era exatamente o que adornava aquela estreita escada de madeira. Ana seguia à frente com Arthur querendo dar meia volta logo atrás.
"Relaxa! Respira!" — essas palavras eram ditas apenas na mente do rapaz, porém Ana tinha um dom e lia a sua mente e estava achando graça de tudo aquilo. Viu o esforço que Arthur fez durante a viagem toda. Ele lhe confidenciou que quando pequeno sempre passava muito mal e de certa forma balsas era o equivalente para ele um bicho papão. Ana sentiu seu tremor e o suor de suas mãos durante esse momento, não disse nada apenas deixou que ele apertasse seus dedos até o alívio lhe acalentou.
— Esse aqui é quarto de Kevin e Owen quando raramente aparecem. — apontou para a primeira porta assim que sobem as escadas — Banheiro! — continuaram em direção ao final do corredor estreito — Esse é o meu e o do lado é do Liam. Subindo é o do meu pai. Fecha os olhos! Deixa ver se está transitável!
— Para com isso! Assim parece que sou muito chato.
— Adoro encher o seu saco por cauda disso. É divertido.
— Que bom que te divirto.
— Voilá! — abriu a porta num rompante — Até que está em arrumado.
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Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]
General FictionUm pedido feito e uma promessa a ser realizada. Se ainda houvesse amor, o rapaz a esperaria na estação de trem. Lá estava ele, agora só faltava descobrir se o amor que sentiam resistiu ao tempo. PLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL...