Capítulo 13

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A porta foi aberta com rapidez. O rapaz que passou por ela vinha eufórico da rua, precisa contar as novidades para o seu colega de quarto com tanta urgência que não percebeu o silêncio que reinava naquele apartamento.

— Arthur você não vai acreditar...

— Fala baixo! — Arthur sentado do sofá fez sinal de silêncio para o amigo.

— Por quê?

— Ana está dormindo. —Arthur olhou em direção para seu quarto.

— Espera! Escutei direito? O que ela está fazendo aqui? — Chris foi até ele e também olhou em direção ao quarto. — Vocês dois...

— Não aconteceu nada. — Arthur fechou a cara.

— Como assim não aconteceu nada! — Chris se jogou no sofá ao seu lado.

— Fala baixo! Não quero que ela acorde e muito menos ouça esse tipo de conversa.

— Então por que diabos ela está dormindo no seu quarto?

— Ela não se sentiu bem então fiz aquele chá...

— O chá que derruba tudo! Sei. Porque ela passou mal, você sabe?

— Aparentemente bebeu demais na noite anterior.

— Mas que droga isso! E fizeram as pazes?

— Não sei, acho que sim.

— Acha que sim? Depois o complicado sou eu! — Chris suspirou — Bom tenho que estudar para a prova de amanhã e prometo não fazer barulho e acordar a Bela Adormecida.

— Você sabe ser um completo idiota quando quer.

— E você um babaca.

Chris passou pelo corredor fazendo gracinhas em silêncio para deixar Arthur irritado. A noite seguiria com Arthur em vigia até que não aguentando mais deixou ser levado pelo reino dos sonhos esparramado no sofá.

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Era muito cedo quando Ana despertou. A claridade vinha tímida, o dia nascia nublado e uma chuva fina caia. Abriu os olhos vagarosamente e espreguiçou. Foi então que percebeu que aquela não era a sua cama.

"Como vim parar aqui? Onde estou?" — Ana se perguntava mentalmente.

Sentou na beirada da cama. Olhou tudo a sua volta com atenção. Ao constatar que aquele quarto era arrumado demais recordou o que havia acontecido no dia anterior e novamente aquele desconforto no estômago voltou.

"Arthur!" Cadê ele? — novamente se perguntou mentalmente.

Ana colocou seu tênis. Levantou daquela cama quente e aconchegante e saiu em busca de Arthur. Encontrou adormecido no sofá. Nesse momento apareceu em seu rosto o sorriso que Arthur ansiava. Não teve coragem de acordá-lo. Terminou de se ajeitar e antes de sair deixou um bilhete em seu caderno:

Bom dia, Sr. Dorminhoco!

Sei que deveria ter te acordado ao invés de ir embora assim, mas não tive coragem, você dormia tão gostoso e depois de ter te privado de sua cama me sinto culpada. Fui até você com muita raiva e procurando briga e você me socorre cuidando de mim. Isso não vale! Era para estar chateada e brava com você por ter voltado e não ter me procurado. Mereço esse distanciamento, afinal eu me afastei e agi como uma adolescente de 13 anos, talvez eu tenha mesmo essa idade mental pelo tanto de burrada que faço. Hoje vou ter um dia corrido, mas quero te ver no começo da noite eu passo aqui, me espera.

Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora