Os meses seguiram o seu curso normal. Ana atolada de trabalhos para serem entregues. À medida que o semestre avançava as matérias ficavam mais difíceis e também as áreas de interesses mudavam. Estava uma confusão em sua cabeça e seu estágio no museu na parte de restauro estava fascinando e com isso começou a ficar displicente na aula de um professor que não conseguia se conformar com a escolha que sua aluna favorita tinha tomado. Não apenas no campo profissional. O que deixava Andrew transtornado era o fato dela ter escolhido um "moleque" — era dessa forma que se referia a Arthur — ao invés dele, um homem que poderia lhe oferecer muito mais.
— Quando irá parar de brincar de casinha e volta a ser aquela aluna genial que conheci? — Andrew aguardou todos os alunos saírem e então puxou conversa com Ana.
— Não estou entendendo sua insinuação, Andrew. — Ana olhou para a mão dele segurando em seu braço — Pode me soltar?
— Entendeu muito bem, ou até a sua inteligência aquele moleque conseguiu te arrancar? — Andrew não a soltou. O que fez foi trazê-la para mais perto.
— Aonde quer chegar? — Ana finalmente conseguiu se soltar, porém algo a impediu de deixar a sala.
— Desde que você teve essa ideia brilhante de ser "dona de casa" seu rendimento caiu. — Andrew recosta em sua mesa e ficou observando de forma provocativa, Ana sentia que estava sendo despida com os olhos.
— Não é o que os outros professores dizem. Minhas notas subiram, ando mais inspirada e motivada. — respondeu com desdém.
— Então o problema é comigo. Não vejo mais aquela sua ousadia nas telas, está comum e sem graça. A sua técnica realmente está melhor, mas a sua essência, a alma que deixava em seus trabalhos excelentes, essa foi embora. — Andrew cruzou os braços deixando evidente o quão contrariado estava.
— Sabe qual é o problema, Andrew? — Ana se posicionou em sua frente de forma a desafiar aquele homem, usando o mesmo tom arrogante que dele emanava mesmo de boca fechada.
— Diga-me. — E os dois ficaram bem próximos. Seus corpos quase se tocavam, conseguiam sentir a respiração ficando descompassada.
— Eu não querer mais transar com você, esse é todo o problema. — Ana sussurrou.
— Não consigo acreditar que aquele menino consiga te completar como mulher, simplesmente não dá. — Andrew voltou para a posição anterior com os braços cruzados.
— Pois pode acreditar. Ele me completa em tudo.
— Cuidado com isso. Dessa forma irá ficar dependente e isso não queremos. —Andrew de súbito puxou Ana para mais perto — Sabe que poderíamos continuar de onde paramos.
— Sei e não quero. Não preciso. — Ana se afastou — Porque eu? Poderia ter a garota, mulher, o que você quiser! E está vindo atrás de mim.
— Justamente Ana, está vendo, não posso ter tudo o que quero e nesse momento o meu corpo precisa ter o seu. Minhas mãos anseiam voltar a sentir a maciez do seu corpo. Meu colo quer o seu peso. E meus lábios precisam do seu gosto. — o rosto de Andrew estava quase que colado ao dela e seu polegar transitava por cima de seus lábios meio abertos. Ana tentou evitar, porém não conseguiu resistir e seu corpo arrepiou por inteiro.
— Ana?
Aquela voz ecoou alta e confusa. Os olhos azuis não estavam querendo acreditar na imagem que se formava. .
— Arthur! — Ana se assustou ao vê-lo ali parado os olhando fixamente.
— O moleque chegou. — Andrew se afastou voltando a se apoiar em sua mesa.
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Ele sabia amar, ela tinha de aprender [Completo]
General FictionUm pedido feito e uma promessa a ser realizada. Se ainda houvesse amor, o rapaz a esperaria na estação de trem. Lá estava ele, agora só faltava descobrir se o amor que sentiam resistiu ao tempo. PLÁGIO É CRIME! OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL...