BITCH | versão inédita

17.

— Retardado.

Gritou assim que pulou em cima de mim.

— Você não vai cansar de fazer isso nunca? — perguntei com os olhos fechados sentindo a pressão de seu corpo contra o meu.

— Não! — riu e me beijou no pescoço. — Não estava conseguindo dormir.

— Por isso você resolveu dar um de Peter-Pan mais uma vez e pular pela janela no meio da noite?

— Sim! Você sabe que eu sempre quis ser o Peter Pan. — sorriu. — Você sabe que não quero crescer.

— Se você é o Peter-Pan... Isso me torna sua Wendy?

— Bem... Com certeza Peter-Pan é gay. Você já viu a roupa dele?

— Então você está me dizendo que Peter-Pan é gay e provavelmente é fodido por um dos meninos perdidos?

— Essa última parte você que está criando — ri encostando a cabeça na minha barriga e me olhando —, mas sim, com toda certeza.

— Wendy então deve ter se relacionado com a Tinkerbell?

— Estamos destruindo a história do Peter-Pan você tem noção disso não é?

— Você que começou. — ri e tento puxa-lo para um beijo, mas ele foge.

Ele se levanta e anda até minha escrivaninha. Estava com sua calça jeans preta justa e uma camisa jogada sem jeito no seu corpo. Ele tinha uma caneta no bolso traseiro, que ficava bem marcada em sua bunda. Sua mão passava pelas folhas jogadas na minha escrivaninha.

— Que merda é essa Harry? — joga uma foto no meu rosto. — Quem é essa loira nojenta?

— Minha ex. — dou de ombros. — Lou... Você não se lembra dela? — ele nega com a cabeça — É a Holly que estudava com a gente no oitavo ano. Não lembra? Eu a namorei por uns três meses.

— Aquela piranha que usava batom vermelho e tinha aquele cabelo de prostituta barata que pinta com água oxigenada de farmácia que fica na esquina de puteiro?

— Uau, isso foi bem específico.

— Ah ainda esqueci-me de acrescentar, o fato dela ser uma tabua e sem sal.

— Parece ser exatamente a Holly.

— Por que você tem essa merda? — ele sentou-se na ponta da cama, cruzou os braços e me olhando feio.

— Estava ajeitando minhas fotos hoje. Acabei encontrando essa. — dou de ombros.

— E você resolveu selecionar essa?

— Eu só a deixei ali de bobeira.

— Você ainda gosta dela?

— Isso é sério Louis? — perguntei ficando sentado.

— Você sente falta dela?

Louis me olhou com um sorriso no rosto e então começou a engatinhar na cama, me empurrando e ficando por cima de mim. Senti seus lábios tocarem levemente em meu pescoço.

— Sente falta dos beijos dela? — puxou o meu lábio inferior com seus dentes e logo depois beija meu queixo.

Ele segura meus braços contra a cabeceira de minha cama e deixa seus lábios percorrer todo meu pescoço e todo meu abdômen. Minha blusa fica levantada até a altura do ombro e sinto meu corpo arrepiar.

— Sente falta do toque dela? —vejo seus olhos hostis me encarando e sinto o ar sumindo de meus pulmões. — Porque se você sentir... eu consigo fazer você esquecer-se dela em segundos.