18.

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— Encantador.

Falou me tirando de transe.

— Desculpa?

— Eu te fiz uma pergunta senhor Styles.

— Você poderia repetir?

Os cabelos grisalhos e seus óculos meia lua não me enganavam. Ele estava lá para trazer infelicidade para minha vida. A voz superior e o jeito que me encara quando explica a matéria me dá enjoos. Aquele professor tinha tirado a vida para me fazer passar por burro.

— Qual é a fórmula da derivada da potência?

— Não sei. — dou de braços.

— O senhor não está em recuperação?

— Claro.

— O senhor deveria saber. A prova é 50% sobre derivadas. Essa é umas das mais simples. Decepcionante senhor Styles.

Dá uma risada ridícula e escreve a função no quadro, copio para não causar problemas. Havia uma menina do meu lado que mexia no celular e ria. Embrulhou-me um pouco o meu estômago. Estaria rindo de mim?

Tento escrever o resto da função, contudo me perco mais uma vez na risada do garoto na minha frente. Escuto vários barulhos de mensagens, pessoas rindo e sinto meu corpo ficando quente.

— Chega de celular! — o professor gritou.

Todos se olharam assustados e guardaram o celular. Nunca fiquei tão grato. O professor passou várias questões no quadro e chamou alguns "voluntários" para respondê-las. Agradeci mais uma vez por não ter me escolhido.

Tyler estava respondendo uma das questões quando colocou a mão no bolso e tirou o celular. Olhou por alguns segundos, na maior cara de pau, então começou a rir. Não só Tyler estava rindo. Todo mundo ao meu redor estava rindo. Rindo como nunca vi ninguém rir.

— Eu falei sem celulares! — bateu o pé o professor.

— Desculpa cara — falou Tyler. —, mas não deu para resistir.

Tyler ri para o professor. Sinto meu corpo ficar quente. Seria culpa de alguma coisa que meu anônimo mandou?

— Que porra é essa? — andei até Tyler pegando o celular na mão dele.

— Styles, você já viu isso. — ele fala rindo.

— Não.

Tinha sido enviando um vídeo no grupo do colégio no facebook. Onde todos os alunos relevantes estavam. Dei o play.

Era um vídeo mal gravado e muito mal focado. Demorei a entender que se tratava de meu primo Matthew e de sua namorada. Meu primo era quase uma cabeça menor que a namorada, o que já era patético. A questão era que os dois estavam na cama. A namorada dele está fazendo um boquete nele. A gravação não mente. Era um vídeo de sexo caseiro do meu primo.

— Esse seu primo Styles. — Tyler ria.

O vídeo para quando a menina se levanta. A câmera que havia filmado tinha sido estrategicamente posta para filmar os dois. Quem tinha feito isso era alguém com muita crueldade.

— Quem postou isso? — pergunto entregando o celular para ele.

— Como assim? — meu amigo para de rir.

— Quem postou isso no grupo?

— Foi você Styles.

— Eu? Nossa nunca! — digo nervoso. — Deixa ver.

BITCH | versão inéditaOnde histórias criam vida. Descubra agora