O que fiz eu

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Narrador: Jó
Continuo perturbado, mexo-me, ou aliás tremo como uma galinha, não sei o que fazer, como estar, como reagir, o que dizer, não entendo o mundo é não a entendo a ela. Tu, doce Babilônia que me atormentas nos meus sonhos. Espero que isto não passe de um sonho penso eu, para tentar acreditar belisco-me mas sinto dor. Estamos dentro do carro vermelho dela, ela a conduzir, eu a seu lado, não proferimos uma palavra. Tentamos, ou tento esquecer o que aconteceu, amarrotar esta memória, como se de papel se tratasse e atirá-la para o balde do lixo, onde outras tantas descansam da sua passagem terrifica.
Aperto o punho e penso no polícia. Ela olha-me dirigi-me as suas órbitas na minha direção, e diz-me:
- Tu sabes beijar, agora a porrada é que necessitas de ajuda!
- Achas? Poupa-me Babilônia não tens mais que fazer se não atormentar-me.
- Olha, eu não estou para aturar esse mau feitio, agora que começamos isto, já não há volta a dar, assim que o sangue se espalha já não como colocá-lo de novo no corpo, aquele que está espalhado. Por isso, acalma-te, e pensa que estamos numa sociedade em que nos defendemos  do mal e do bem. Cada um impõe a sua justiça ao outro.
Ela faz-me calar com o seu pensamento filosófico.
Ela volta a concentrar o olhar na estrada, olho duas placas que nos indicam o caminho, uma dirigiria-nos para o posto mais próximo da polícia, onde me podia render e entregar-me às evidências do mundo. A outra placa indica um subúrbio clandestino. Rezo, rogo, troço os dedos para que a sorte esteja comigo e que ela vire para o posto da polícia, mas como sempre ela faz o contrário.
As ruas em que agora circulamos de carro são apertadas, até para um carro como o dela, ela faz manobras que fazem o carro deslizar e por vezes quase embater contra alguma casa ou café com esplanada. Para o carro em frente a uma espelunca, um bar daqueles de prostituas ou algo do género, ela apita.
Da espelunca sai um homem carrancudo mas com um ar livre, madrugador e trabalhador, aliás aparência. Ela toda a manivela para que a janela se abra.
-Babi! Como estás, querida, ainda continuas boa, vieste para ficar comigo?
- Não..
- Já tas aí com esse caramelo, por favor, tu queres um homem a sério, ou isso?
Olha para mim como se estivesse a ver o que eu respondia, a ver se eu defendia a sua carne e maltratava o homem. Eu apenas ignorei a situação é cuspi pela janela.
- Então o que te trás por cá? Babi?
Pergunta o homem
- Venho fazer as unhas? Por favor quero uma dose daquilo que tu sabes!
- Queres senifar  lá dentro ou é para levar em pacote take away?
- Não gozes comigo! É para tomar aqui no carro!
Eu olho para ela, mas ela está passada?
O homem volta à espelunca, nessa altura ela olha para mim e repara na minha cara de desdém e diz-me:
- É um ritual, sempre que mato, venho aqui e tomo uma dose, não dou uma toxico dependente, sou apenas uma rapariga com  necessidades mentais.
Eu não respondo. O homem traz-lhe um plástico com um conteúdo em pó lá dentro é uma palhinha. Ela retira o pacote das mais do homem? Coloca o pacote no tablier à minha frente, com a unha abre o plástico, retira uma palhinha do bolso a qual encosta ao conteúdo e ao orifício do seu nariz, consumindo tudo numa velocidade assombrosa.
A minha cara apavorada assombra a minha cara. Ela limpa o nariz, levanta-se da sua posição e olha para o homem:
- Então é hoje  que me vais pagar?
- Vai sonhando, maninho!
Ela roda a chave e liga o carro desaparecendo pela rua a fora, sinto-me perdido, não conheço esta gaja que persegue, não sei o que fazer, sinto-me acorrentado a ela.

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Que acharam?
Acham que a Babilônia tem mais surpresas?
É o Jó acham que ele está interessado no corpo dela ou está apaixonado?
E quem é que é a irmã da Babilônia ?
Descobriram tudo isto nos próximos capítulos. Não percam!!
Se estiverem interessados em ler outra obra minha, mas, neste caso, em pareceria com Ruby_Platten, chamado Dark Water.
Divirtam-se!

O Barulho do Silêncio #oscarliterario #escritoresdeouroDonde viven las historias. Descúbrelo ahora