Aniquilação Zero Redondo

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Narrador:Messias (Jó)
Levanto-me da banheira, a água negra escorre pelo meu corpo, desce, toca-me, torna-me vivo com toda esta morte interior. Eu não pertenço aqui. Devo ser um aliem recolhido para experiências. Isto são os apanhados.
Eu não quero saber da vergonha, ela vai conhecer o meu corpo melhor que eu. Por isso, cambaleio entre os pés molhados e a cabeça com os pensamentos pendurados, lá com a lua, no céu. Sigo o corredor nu, com os olhos vermelhos e lágrimas de sangue a escorrer-me pela cara. Encosto-me à parede a aparecia-la.
Toda a sua falta de inocência, mas talvez seja isso que me aproxima dela.
Ela olha para mim, não deixa transparecer nenhuma surpresa, como que deixar pessoas loucas fosse apenas uma das suas capacidades melhor trabalhadas.
Sigo a pele com os olhos, sento-me à sua frente, estamos bastante tempo, talvez um ano mais, naquela posição, eu atrevo-me a abrir a boca, mas arrependo-me é fecho-a, ela parece estar a gostar do jogo, parece estar a gostar de ver o meu corpo nu, ela é uma criança. Preparo-me para falar.
O silêncio é ensurdecedor, toda esta nublosa transparente que nos rodeia, todo este clima pesado, que nos deixa sufocados e intoxicados.
Abro a boca, o ar ente e sai começando a formar palavras:
- Eu aceito-me me prostituir! Mas com uma condição!

O Barulho do Silêncio #oscarliterario #escritoresdeouroDonde viven las historias. Descúbrelo ahora