Capítulo 10

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Em 1 Pedro 1:16 o Senhor nos diz que devemos ser santos porque Ele é santo, e assim deve ser. Devemos renunciar o nosso eu, nossas vontades para se santificar pois como é dito na palavra de Deus sem santificação ninguém verá o Senhor.

Muitas vezes não é fácil deixar de lado o desejo da nossa carne para estar mais perto de Deus mas devemos nos santificar, nós somos o sal da terra e a luz do mundo, devemos ser exemplo, resplandecer nossa luz para que vejam a Glória do Senhor.

E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. (Mateus 5:30)

Assim deve ser nas nossas vidas, como visto nessa passagem devemos cortar e jogar fora aquilo que nos afasta de Deus, o que nos aprisiona e nos tira de Sua vontade. Nós somos a imagem e semelhança de Deus e devemos renunciar nossas vontades pela vontade incondicional de seguir a Cristo.

A santificação é a separação total do pecado para Deus, devemos buscar constantemente por isso, se consagrar e deixar de lado a incredulidade, imoralidade, contendas pois só assim veremos a face do Senhor.


[...]

Hoje o dia estava frio, os flocos de neve caiam sobre meus fios de cabelo me fazendo gelar. Já havia terminado meu estudo bíblico e agora seguia para a casa de Luc, que fica duas casas após a minha.

Depósito algumas batidas na porta e logo sou atendida por Luna.

— Ester, quanto tempo! Lucca disse que você viria. — diz sorridente, me dando espaço para passar.
— Luna, que saudade. — digo abraçando-a.
— Lucca está te esperando lá em cima. — diz.
— Tudo bem. — digo e subo as escadas, fazia algum tempo que não vinha aqui mas ainda me lembrava a direção de seu quarto.
Olho de soslaio pela porta e o vejo cantando, o mesmo está virado portanto entro silenciosamente com o intuito de apenas observa-lo. Sua voz é grave e melodiosa, desde criança Luc cantava e isso sempre me impressionou.

— Eis-me aqui, prostrado outra vez
Pra tudo entregar, pra tudo entregar
Leva-me mais perto de Ti, Senhor
Anseio por Ti, anseio por Ti
Eu me rendo

Enche-me da graça e do Teu amor
Sacia meu ser, sacia meu ser
Abraça-me, ouve o meu clamor
Fala pra mim, fala pra mim

Eu me rendo, eu me rendo
Pra conhecer-Te mais, pra conhecer-Te mais
Eu me rendo, eu me rendo
Pra conhecer-Te mais, pra conhecer-Te mais

Como vendaval sobrenatural
Faz Teu querer, faz Teu querer em mim
Vento de poder, sopra em meu viver
Faz Teu querer, faz Teu querer em mim

A essas alturas lágrimas rolavam sobre meu rosto sem eu nem mesmo ter percebido, é incrível a unção que Luc tem para louvar, o mesmo faz isso de todo o coração e resplandece isso para as outras pessoas.

— Ester? — o mesmo diz ao se virar.
— Que lindo, Luc. — digo enxugado uma lágrima que insistia em cair, o mesmo abaixa a cabeça sorrindo.
— Há quanto tempo está aí? — indaga.
— Faz pouco tempo. — digo.
— Então, vamos começar. — diz e eu assinto, o mesmo pega seu notebook e abre espaço para que eu me sente.
— Okay, por onde começamos? — indago.
— Olha, tenho recebido uns e-mails estranhos ultimamente. — diz sério.
— Deixe-me ver. — digo me aproximando mais.

Meus olhos fixos percorrem vagarosamente a página do e-mail, até que paro sobre um em específico.
— Luc, Luc. Olha esse aqui. — digo apontando para o tal e-mail.

Saiba que não estás só. 09.06.2016 5:05 p.m

Nunca quis que isso acontecesse. 10.06.2016 06:56 p.m

Talvez eu não tenha muito tempo. 11.06.2016 07:05p.m

Se não se encontrarmos algum dia, só queria te dizer que sinto muito. 14.06.2016 08:07 p.m

— Eu realmente não entendo. — diz Luc com as mãos sobre a cabeça, sei bem o que o mesmo está sentindo.

— Uou Luc, isso é realmente muito complicado. — digo, aquilo era estranho, muito estranho.
— Quem será que mandou isso, Ester? Será que é alguém apenas querendo zombar de mim? — diz e eu o abraço.
— Olha Luc, eu não sei. De verdade, mas podemos descobrir... Sei que não vai ser fácil mas precisamos tentar, e se isso estiver ligado com seus pais biológicos nós iremos saber, okay? — digo mexendo em seu cabelo.
— Obrigada Ester, você sempre sabe o que dizer numa situação como essa. — diz sorrindo, pousando sua mão sobre minha bochecha. Seus olhos reluziam uma paz indescritível, sempre achei que fosse o que Luc tinha de mais lindo.
— E então, o que temos mais aí? — digo por fim, me referindo aos e-mails. Luc rola a página e me mostra todas as outras coisas que havia recebido, incluindo o tal vídeo na qual tinha me dito. Não conseguimos progredir muito ainda em relação as buscas visto que todos os e-mails são anônimos, além disso todos são criptografados para dificultar a localização do indivíduo.


[...]

— Uou, não acredito que você gosta desse sorvete horrível, Luc. — digo gargalhando me referindo a seu sorvete, que no caso era fruto de umas misturas mirabolantes feita pelo mesmo. Não sei como Marie, dona da sorveteria, o deixa fazer esse tipo de coisa.
— Quer um pouco? — diz levando até minha boca, o mesmo ria abertamente.
— Não Luc, que nojo! — digo afastando o copo.
— Ah qual é, Ester! Nem é tão ruim assim. — diz gargalhando.
— Ah não? Isso é horrível, Lucca! — digo tentando me manter séria, o que é impossível perto dele.
— O que? Você me chamou de Lucca? — diz sério. — Ah não, isso eu não tolero! Só te perdoo se você experimentar minha receita!
— Oh, me perdoe. — digo fingindo uma postura assustada. — Terei de recusar.
— Ah, mas... — começa mas logo paralisa fitando algo atrás de mim. — Sophie? —diz e então eu me viro.
A mesma tinha a aparência desgastada, parecia cansada e frágil como se a qualquer momento fosse desmoronar. Corremos desesperadamente em sua direção.
— Sophie, Sophie. Finalmente. — digo chorando.
— Eu... — diz e é então que a mesma apaga ali mesmo, em meus braços.

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