Capítulo 34

752 78 29
                                    


     As vezes Deus nos leva a lugares inimagináveis, e em muitos casos tentamos nos manter relutante quanto a isso. Mas quando enfim cedemos a Sua vontade tudo muda, as coisas de Deus são maravilhosas e inexplicáveis, muitas vezes achamos que tudo está perdido e quando se damos conta percebemos que Ele sempre esteve no controle de tudo.

     Nas últimas horas passei todo o tempo com as indagações que tanto permearam em minha mente, depois de tanta confusão enfim estava livre para saber o que fosse preciso. Para saber sobre tudo, absolutamente tudo.

— Oh, mãe. Há mais uma coisa que eu gostaria de saber. — digo, lembrando-me de algo.

— E o que é, querida? — indaga, arqueando as sobrancelhas.

— Sabe, eu tenho um amigo... e ele foi adotado quando criança. Logo quando nasceu sua mãe o deixou em um orfanato. Há algum tempo ele vem recebendo algumas mensagens anônimas, e chegamos na conclusão que são enviadas por sua mãe biológica. E eu sei que ela trabalha para a Société. — explico.

— E quem é essa mulher? E o seu amigo? — indaga.

— O amigo é o Lucca, mãe. Só não sei quem é sua mãe, tudo que sei é que ele tem um irmão gêmeo. — digo.

— Oh, céus. Lucca. Sim, lembro-me bem dele. — profere.

— E você sabe quem é... a mãe dele? Isso é muito importante para Lucca, mãe. — indago.

— Sim, querida. Ela se chama Norah Lefroy, seu filho também faz parte da corporação, Joe Lefroy. — diz, olhando através da janela.

— Oh, meu Deus. Então você tem ciência da situação? — digo.

— Sim. Quando entrei na corporação alguns casos me foram citados, como o da Norah em específico. — diz.

— E o que aconteceu? O que ela faz aqui? — indago, exalando curiosidade.

— Norah tem conhecimentos ultra avançados em relação ao DNA humano, o que seria de grande importância para a Société. Há dezenove anos atrás, quando a corporação era liderada pelo pai de Liam, foram recrutados os melhores estudiosos em relação a medicina. George Shumway trouxe pessoas capacitadas, pois queria implantar um sistema que pudesse alterar o DNA humano. — explica.

— Céus, e isso foi voluntário? Pelo que vi em um dos vídeos, pude perceber que Norah foi tirada a força de sua casa, isso com Lucca em suas mãos. — indago, espantada.

— Não, Ester. O reinado de George na corporação foi por meio da força, o mesmo abusava de seu poder apesar das pessoas de fora não ter ciência de tudo. O mesmo recrutou todos involuntariamente, sem se preocupar com o impacto causado para a vida de cada um. E a propósito, o tal bebê que Norah segurava em seus braços não era Lucca, e sim Joe. — diz, balançando a cabeça.

— Por Deus, então tudo que Norah quis foi proteger Luc, é isso mesmo? — indago, horrorizada com aquela situação.

— Sim, Norah sabia que seria o melhor para ele. No momento do ocorrido Lucca não estava em casa, então auxiliou a vizinha que cuidava do mesmo que ele fosse levado a um orfanato. — explica atenciosamente.

— E o pai dele, o que aconteceu? — pergunto.

— O pai de Lucca e Joe morreu pouco depois do nascimento dos dois. — diz, abaixando o olhar.

— Meu Deus, mãe. Isso é... horrorizante! Até quando essas pessoas vão continuar com medo de um ser como George? Como você pode tolerar isso?! — digo, despertando-a.

— Querida, eu entendo. Mas... - começa a dizer.

— Não, mãe. Precisamos fazer algo, essas pessoas tem o livre arbítrio para tomar suas próprias decisões, e não sendo tiradas as forças de alguém como ele! Você consegue imaginar quantas famílias foram destruídas por causa disso tudo?! — exclamo, exasperada.

Meu SalvadorOnde histórias criam vida. Descubra agora