Capítulo 24

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      Os raios de sol incidiam bruscamente pela janela do quarto, fazendo com que a claridade reinasse no ambiente. A madrugada se passara lentamente, como se o dia enfim fosse demorar a chegar. Hoje finalmente partiria, e no momento estava à arrumar o necessário.

— Sté, você volta logo, não é? — diz Matt manhoso.

— Sim, amor. Só serão 30 dias. — digo fechando as malas.

— 30 dias? Humm... então vou contar, até você chegar. — profere, pensativo.

— Ai, Ester. Mal posso acreditar que ficaremos longe. — confessa Sophie, que havia chegado em minha casa logo pela manhã.

— Sophie, nem eu! — afirmo, com os olhos marejados. — Ficar longe de vocês... de você, do Matt e do Luc, nunca imaginei que isso fosse acontecer. Eu mal viajei e já sinto saudades. — digo, de forma manhosa.

— Olha, mas vai valer a pena! Aproveite, Ester... espero que encontre o que tanto procura. — diz sorridente.

— Eu também, Sophie. — afirmo sorridente, e a mesma retribui.

— Acho que você ainda precisa se despedir de alguém. — diz, apontando a cabeça para a porta. — Mattew, por que não descemos para comer algo, ein? — sugere, segurando as mãos do pequeno, então logo se retiram do quarto.

— Oi, Luc. — me pronuncio, e o mesmo se aproxima.

— Ester, então... — inicia, e logo suspira. — Então hoje você parte. — diz colocando a mão sob meu rosto. — Sentirei sua falta.

— Oh, Luc. Também sentirei. - confesso, fitando-o atenciosamente. O mesmo só partiria daqui há dois dias.

— Tome cuidado, okay? — diz, puxando-me para um abraço.

— Okay, okay. Eu sei me cuidar. — afirmo, soltando uma risada.

— Ah, a propósito, tive uma conversinha com o Andrew. — diz, ainda em meio ao abraço.

— Ué, sobre o que conversaram? — indago, colocando uma das mãos sobre seu ombro.

— Sobre você, é claro. — confessa. — Disse à ele que cuidasse bem de você, já que você é uma desmiolada. — continua, rindo.

— Ei, eu não sou uma criança! — afirmo, fingindo um resquício de raiva. —Já disse que vou me cuidar bem.

— Assim espero. — diz abaixando a cabeça, para me fitar melhor. — Eu me preocupo muito com você, sabia? — diz, acariciando meus fios de cabelo, logo assinto.

— Sei, e sou muito grata à você por isso. — digo, mostrando-lhe um sorriso gentil. — Você já conversou com Yuni, a respeito da sua viagem? — indago.

— Ainda não, há alguns dias que não converso com ela. — confessa. — Mas antes de viajar farei questão de contatá-la.

— Que bom, é incrível, não? Você ir para o mesmo lugar onde ela está. — afirmo, soltando-me de seus braços.

— Sim, realmente é incrível. — diz. — A propósito, quando chegarmos após esse período... gostaria de conversar com você. — afirma, sorrindo.

— É mesmo? Mas por que não pode ser agora? — indago, minha curiosidade era explícita.

— Apenas espere, Ester. — responde.

— Hum... e você pode pelo menos me dizer sobre o que é? — tento absorver ao menos uma informação.

— Não. — diz, mantendo a postura relaxada.

— Lucca, para com isso! Conte-me logo o que é. — imploro, cruzando os braços.

— Não, Ester. Não adianta, tenha paciência! — diz gargalhando.

— Você é muito cruel, Lucca Wright! — digo, sentando-me na cama.

— Ei, não me chame assim! — ordena, fingindo estar enraivado.

— É o seu nome, não? — afirmo, arqueando as sobrancelhas em deboche.

— Sim, mas prefiro que me chame de Luc. — confessa, de forma que me faça revirar os olhos.

— Não sei por que está assim, quem deveria estar com raiva era eu, não é? - afirmo.

— Você é tão... — tenta dizer, se aproximando.

— Tão o que? — indago, cruzando os braços novamente. — Tão linda? — digo piscando os olhos e sorrindo.

— Não era bem isso que eu iria dizer. — confessa, gargalhando.

— Ah é? Você é tão idiota, Luc! — digo.

— E você me ama. — diz sorrindo, como se fosse o vitorioso.

— Ah é, e quem disse isso?! — indago, revirando os olhos.

— Você disse, naquele dia... — começa a dizer.

— Não me lembro de nada disso! — afirmo, tentando não rir.

— É mesmo, não lembra? — indaga, e eu assinto. — Vou te fazer recordar, você se lembra quando... - tenta dizer, mas interfiro.

— Okay, Wright. Você venceu! — afirmo, levantando as mãos em tom de rendição.

— Mas isso não é uma questão de vencer ou não, a questão é que você me ama. — diz, sorrindo.

— Luc, por fav... — início, mas sou interrompida pela voz de Sophie, vindo do andar de baixo.

— Pombinhos, sinto em lhes informar mas... Ester, precisamos ir. — diz, e eu reviro os olhos.

— Já estou indo! — grito. — Então, até mais Luc. — digo, me aproximando.

— Até mais, linda. — diz, e eu sorrio. O mesmo se aproxima e me abraça novamente, pousando um beijo demorado em minha bochecha. Nos desfazemos do abraço e logo descemos as escadas.

— Matt, meu amor. Logo estarei de volta. — prometo, me abaixando para ficar de seu tamanho, seus olhos estavam marejados.

— Te amo, Sté. — diz, abraçando-me, vejo que uma lágrima também rola sobre meu rosto.

      E então eu parti, na certeza de que grandes coisas estariam por vir e convicta de que Deus estaria na minha frente. Muitas vezes tentamos fugir de Seus planos, e procuramos desviar-se daquilo que Ele preparou para nós. Mas, hoje, tenho a certeza de que não há nada melhor do que estar na presença dEle, levando a sua palavra, louvando e engrandecendo seu Santo Nome. Não há amor maior que esse, Jesus entregou sua vida naquela cruz por amor a nós, e muitas vezes chegamos a dar valor a coisas insignificantes ao invés daquilo que realmente importa. Deixamos de falar sobre as palavras de vida e muitas vezes já é tarde demais para voltar atrás, isso ocorreu com Nathan e só eu sei o quanto dói aqui dentro. Mas podemos ser diferentes, somos a geração eleita, devemos resplandecer a luz do Senhor aonde quer que formos, as pessoas tem de nos ver e enxergar algo diferente para que também almejem por aquilo, devemos ser exemplo. Vamos mudar o mundo!

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