Meu Salvador

Capítulo 20

— Pai, eu me prostro diante de Ti agora, e Te agradeço por tudo que tens feito. — começo a orar. — Te agradeço por não ter me desamparado, e por estar sempre comigo mesmo que eu não seja merecedora. Abba, peço que me direcione em todos os caminhos e que me guie para que tome as decisões certas, pois não tem sido fácil. — uma lágrima desce. — Diante da Tua presença eu coloco a vida de Mattew, peço-lhe que o abençoe e não deixe com que ele siga os mesmos caminhos que eu segui há algum tempo... ele é tão pequeno, mas através dele eu consigo enxergar a Ti. — suspiro. — Senhor, podes me usar, meu coração está quebrantado. Sou um vaso em tuas mãos, e se algo estiver errado em mim, podes me quebrar... — mais lágrimas descem. — E me fazer de novo, conforme a Tua vontade. Sei que não será fácil com Andrew, mas se o Senhor estiver comigo não tenho o que temer... eu não sei qual é a situação dele, não sei o que o aprisiona, mas Tu sabes e sei que estará comigo. Vá na minha frente. Amém! — levanto-me e sigo em direção a cozinha.

    Ontem, de certa forma, consegui algumas pistas na quais poderei usar nessa investigação. Além da passagem de avião encontrei um segundo celular de Nathan, e ao ligar o aparelho pude ver que o mesmo havia efetuado umas últimas ligações no dia do tal assassinato, de forma que me fez retornar o tal telefonema. Não consegui nada além de ouvir o silêncio perturbador do outro lado da linha, mas sabia que alguém me ouvia pois era possível ouvir a respiração vagarosa e profunda do outro indivíduo, após isso o mesmo desligou e não consegui mais retornar - era como se o número tivesse sumido do mapa. Como a coisa certa a se fazer, comuniquei o ocorrido à Marie, que me autorizou a levar o tal celular a polícia.

— Sté, você ouviu o que eu disse? — Mattew diz, me despertando de meus devaneios.

— Oi, meu amor. Desculpa, eu não ouvi. — digo segurando em suas pequenas mãos.

— O meu amiguinho estava tliste, então eu falei de Jesus para ele. — diz com um brilho contagiante em seu olhar.

— É sério, pequeno? Que lindo, Matt! — digo orgulhosa.

— A mamãe dele tá doente... e então disse para ele que Jesus poderia curar ela. — diz batendo palmas. — E ele ficou muito feliz, Sté.

— Meu amor, que orgulho de você. — digo abraçando-o. Mattew é realmente uma criança incrível, cada dia eu me impressiono mais com o mesmo, o que faz com que meu amor por ele cresça cada vez mais.

— É mesmo, Sté? — indaga radiante.

— Sim, claro. Nunca duvide disso, okay? — digo, beijando o topo de sua cabeça e o mesmo assente.

[...]

Prédio 1066, Rua All Street. - Montreal, Canadá. 

    Em meio ao ronronar dos gatos vizinhos, meus olhos percorriam a imagem da captura de tela de uma mensagem que havia tirado do celular de Nathan. Algo dentro de mim me diz que esse endereço vai me levar em busca do que tanto procuro, mas alguns fatores me impedem de seguir tal endereço. Em primeiro lugar, eu mal sei o que estou procurando. E em segundo eu mal tenho dinheiro, e mesmo que tivesse um pouco mais com quem deixaria Matt?
Okay, okay. Tenho que parar de pensar assim, de forma tão negativa, e confiar em Deus; Ele mesmo disse que estaria comigo.

— Sté, eu me machuquei! — o silêncio é interrompido pelos murmúrios de Mattew.

— Matt! O que é que você estava fazendo? — indago, me aproximando e fitando o tal machucado.

— Estava blincando com o Théo. — diz manhoso, suspiro fundo.

— Tudo bem, vamos fazer um curativo nisso. — digo pegando a caixa de primeiros socorros, e assim é feito.

— Obigado, Sté. — diz entrelaçando seus pequenos braços em meio ao meu pescoço, mas logo levanta e sai correndo em direção à porta.

— Matt, aonde você vai? — indago arqueando as sobrancelhas.

— Ué, eu vou blincar. — diz convicto.

Esse Mattew, viu!

     Volto minha atenção ao que estava fazendo, mas logo ouço o tocar do celular, que revelava a chegada de uma mensagem.

Eu aceito! - 17:58 p.m

Ah, é o Andrew. - 17:59 p.m

    Oh, céus! Ele havia aceitado ir ao culto comigo. Deus realmente é maravilhoso, sei que tem um lindo propósito na vida de Andrew.

Ai, Drew. Que benção! O culto começa às 19:00 no sábado, okay? Depois te mando o endereço. - 18:00 p.m

Aliás, se preferir podemos se encontrar antes e eu te mostro o caminho. - 18:01 p.m

Sim, Ester. Acho que seria melhor. - 18:03 p.m

Naquele momento eu sorria abertamente, é como sempre falo: não há nada mais lindo do que ver uma alma se rendendo ao nosso Deus!

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