Capítulo 12

968 103 112
                                    

Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.

Mateus: 10.32

(Andrew na mídia)

Ester narrando:

   Desde que coloquei Deus em primeiro lugar em minha vida sempre soube que Ele tinha um plano para cada um de nós, e que para todas as coisas havia um tempo determinado. O tempo de Deus na vida de Sophie havia chegado, a mesma aceitou a Jesus o que me deixou infinitamente feliz. Não existe algo mais lindo do que ver uma alma se rendendo ao nosso Senhor, é inexplicável.
  
   Nunca entendi os motivos da mesma em se manter relutante quanto a isso, mas agora entendendo tudo me entristece saber que nunca percebi o que estava realmente acontecendo, talvez fosse porque Sophi sempre se escondeu atrás de um sorriso. Apesar de tudo não há mais o que se preocupar: as coisas velhas já se passaram, eis que tudo se fez novo.

   Chego na universidade um tanto mais cedo do que o de costume, pelos largos corredores já se podia ouvir os burburinhos por conta da quantidade de pessoas ali presente. Em busca de um pouco de silêncio sigo para a escada vazia que dá acesso a minha classe, subo a mesma em passos largos e percebo que não estava sozinha. Ali havia um garoto, que aparentava ser mais velho que eu, o mesmo estava encostado na parede com os olhos fechados como se estivesse concentrado em algo. Podia ouvir sua respiração vagarosa e profunda, penso em seguir em frente, mas o Espírito Santo me ordena que vá conversar com o tal garoto.

— Olá! – digo me aproximando, e é então que o mesmo desperta num susto.

— O que você quer? – diz ríspido.

— É que você estava aí todo largado... O que está fazendo? – indago gentilmente.

— Não é da sua conta! Por que você não vai embora, hein? – diz firme, agora me fitando.

Uou, parece que alguém acordou de mal humor. Jesus me ajuda.

— De qual turma você é? – digo ignorando totalmente o que o mesmo havia dito.

— Você não vai desistir mesmo, não é? – diz revirando os olhos.

— Não, não vou. – digo me sentando a seu lado.

— Ah, qual é! – diz suspirando fundo, posso sentir sua irritação. — Okay, okay. Se isso vai fazer você parar de me encher... faço arquitetura. – diz finalmente.

— Uou, que maneiro! Eu faço letras. – digo sorrindo sutilmente. 

— Hum... Idai? Nem te perguntei! – Jesus, me segura!

— Você é sempre assim tão grosso? – digo.

— Só quando pessoas como você se dá o trabalho de me atazanar tão cedo! – diz rude.

— Ah qual é, só queria conversar... – digo fitando-o

— Como você pode ver, não estou afim de conversar. – diz inexpressivo.

— Então, você deve estudar tanto, não é? Deve dar um trabalhão cursar arquitetura, eu até pensei em fazer mas descobri que tinha vocação em fazer letras. Você também sentiu isso ao escolher o curso? Eu... – digo atropelando as palavras e o mesmo revira os olhos.

— O que eu fiz pra merecer isso? – diz olhando para cima, rio sutilmente.

— A propósito, qual é o seu nome? – indago. O mesmo diz algo na qual não consigo ouvir. — O que? – digo novamente.

— Andrew... Me chamo Andrew. – diz baixo e eu sorrio.

— Andrew... Hum, é um belo nome. Me chamo Ester, é um prazer conhece-lo, Andrew. – digo sorridente.

— Você é bem insistente, sabia? – diz me fitando, seus olhos claros reluziam mistério.

— Oh, obrigada. Vou levar isso como um elogio. – digo. — Sabe, nunca te vi por aqui, está em qual semestre, Andrew? – digo dando ênfase em seu nome

— Okay, vai ficar assim agora repetin... – começa mas logo é interrompido pelo soar do sino. O mesmo solta um suspiro de alívio.
— Puxa vida, mas já? É uma pena! Nos vemos depois, Andrew! – digo lhe dando um sorriso singelo, e novamente o mesmo revira os olhos.

Meu Deus!

   Se isso houvesse ocorrido há algum tempo atrás, certamente já teria voado na garganta desse garoto! Glória a Deus que aprendi a ser paciente, se não... não quero nem pensar.

Ah, mas pensando bem ele não é nem tão grosso assim, não é?

Okay, okay. Mas já eu vi piores!

[...]

   As gotas de chuva caiam sobre a janela, já havia terminado meu expediente e agora haveria de ir embora. Estava sozinha e como não tenho carro teria de ir andando.

   Começo a seguir em passos largos com o objetivo de chegar mais rápido, e como um piscar de olhos a chuva se intensifica dando lugar a uma tempestade. Sigo mais rápido em busca de um abrigo e vejo que há um carro andando lentamente atrás de mim, tento andar mais rápido até que paro e o vidro do tal carro se abre.
— Entre!

N/A:

"Com olhos bem abertos, todos veríamos

A Palavra é viva e ela corta como uma espada através da escuridão

Com uma mensagem de vida aos esperançosos e amedrontados..."


Meu SalvadorOnde histórias criam vida. Descubra agora