Meu Salvador

Capítulo 3

Gente o capítulo ta pequeno, mas é só para vocês conhecerem um pouquinho mais da Sophie. Espero que gostem, comentem o que acharam ❤

(Sophie na mídia)

Sophie narrando:

Sobre as janelas o vento forte batia fazendo um barulho estranho. Já se passavam das nove da noite e mais uma vez aqui estava eu, sozinha. Nos últimos anos a solidão se tornou algo comum para mim, e de certa forma até gosto se comparado a ter que aguentar Robert e suas baboseiras.

Robert é meu padrasto, o mesmo é um ser desprezível e eu não o suporto. Não há uma noite que ele chegue sóbrio e isso me provoca nojo, há um mês ele não volta para o trabalho por conta da embriaguez.

Não entendo como minha mãe pode se submeter a tal ponto, ela se mantém cega em relação a isso, seu ato de submissão a ele chega a me irritar. Robert me maltrata e ela não toma nenhuma posição. E eu? Não posso nem abrir a boca. Todas as noites o medo me consome, medo do que ele pode vir a fazer. Sinto tanta falta do meu pai. O mesmo morreu há seis anos e é como se uma parte de mim tivesse ido embora também, sinto que o mesmo ocorreu com minha mãe porque ao invés de se reerguer tudo que ela fez foi se afastar e se encher se trabalho. Achei que se casando de novo tudo ficaria melhor mas me enganei, tudo ficou pior.

O que me conforta é ir para faculdade sabendo que lá terei paz e esquecerei dos meus problemas, lá tenho amigos com quem posso contar realmente.
Hoje chamei Ester para sair, qualquer coisa é melhor do que ficar aqui em casa, mas ela haveria de trabalhar. A mesma chegou a me chamar para a igreja mas neguei, se meu padrasto sequer sonha para onde fui serei considerada uma pessoa morta, mesmo sóbrio Robert é uma pessoa fria e insensível, mesmo não sendo meu pai ele acha que tem algum direito sobre a minha vida, criei nojo dele desde aquela noite em que...

Sou despedida de meus pensamentos ao ouvir o tocar da porta, olho de relance sobre a brecha e um Robert agitado vem correndo em minha direção, tento rapidamente fechar a porta mas como num piscar de olhos ele a empurra com força. Como um ato de desespero começo a andar para trás mas tropeço em algo que me faz cair, seu semblante estava enraivecido e seu olhar denunciava fúria.

Retraio o meu corpo me encostando na cama e começo a chorar, o medo tomava conta de mim.

— Vai embora! — grito com a voz embargada.

— Menina idiota! Por que está chorando? Eu nem fiz nada... — diz com um sorriso sarcástico. — Ainda! — nesse momento meu corpo fica estático, minhas mãos estão trêmulas denunciando o meu medo.
Robert se aproxima ainda mais e como forma de me proteger jogo sobre ele um objeto que ali estava, tento correr mas o mesmo me joga novamente para o chão e despeja sobre mim um tapa cercado de fúria.

— Isso é pra aprender a me respeitar. — grita com a voz falha, percebe-se que o mesmo se encontra drogado.

Lágrimas descontroladas começam a cair quando ele me abraça, me mantenho relutante e tento o empurrar, o que falho visto que ele é muito mais forte. Robert começa a acariciar meu rosto e então tenta depositar um beijo mal sucedido já que viro o rosto. Tudo isso me trás mas lembranças, penso que o pior vai acontecer quando uma voz feminina invade o lugar.
— O que está acontecendo aqui? — minha mãe entra pela porta com o semblante confuso, aproveito seu ato para me refugiar. No momento não conseguia dizer nada, apenas chorar.

— Eu havia escutado um barulho vindo desse quarto então vim verificar o que era. Sophie estava caída e então vim ajuda-la. Não é mesmo? — diz me lançando um olhar ameaçador, apenas assinto. Como ele poderia ser tão sínico a esse ponto? E como minha mãe poderia ser tão cega ao ponto de não perceber? Não lhe contei nada, se eu dissesse algo a mesma não iria acreditar.

— Você está bem? — indaga com um resquício de preocupação.

— Estou. — respondo sem firmeza, a mesma assente e ambos saem do quarto. Não, eu não estava bem. Mas não conseguia falar sobre isso com ninguém.