Capítulo 27

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      As indagações permeavam em minha mente por toda a noite, me retirei daquele local convicta de que aquela moça era a mãe da Luc, a questão é: seria ela a Sra. Shumway? Essa é uma questão que não hesitarei em descobrir. A mesma parecia tão dócil, poderia ter me enxotado dali à força no momento em que me viu, mas não o fez. Sinto que em meio a isso ainda há muito o que descobrir.

     As vezes tento entender qual é o propósito de Deus com tudo isso, mas com o tempo aprendi a depositar toda minha confiança nEle. Não sei para onde ir, não sei o que falar, mas o que tenho certeza é que Ele sempre vai estar na minha frente, não importa o que houver. Fico constrangida com tamanho amor, foram tantas as vezes que falhei, ou que hesitei em fazer algo que Ele havia me ordenado, ainda me impressiona saber que apesar de tudo Ele continua aqui, sempre comigo, me guardando e livrando.

     Já se passavam das seis da manhã quando enfim peguei o livro em mãos.

Hoje, 07 de Setembro de 2013, se teve a primeira traição da parte de um membro. Dale Martin estava a fornecer informações sigilosas a respeito da corporação, felizmente - ou nem tanto assim - o mesmo teve a cabeça decapitada e exposta aos outros membros, tal ato teve o objetivo de mostrar aos integrantes o que aconteceria se viessem a infringir as regras da Société.

     Fito com cautela cada palavra escrita, aquilo era simplesmente assustador. Parando para analisar melhor, pode-se perceber que o livro na verdade é um diário impresso.

Emmet Chen, um dos funcionários do alto escalão, tomou a frente desse projeto contra aqueles que viessem a trair a corporação. O mesmo fez questão de cometer o ato de decapitação pessoalmente, ao invés de mandar outro.

     Emmet Chen? Oh, céus! Esse é o pai da Yuni. Então ele está ligado a Société? Por Deus, isso tudo é muito louco!

— Que livro é esse? — a voz aguda de Clarisse invade a sala, quase fazendo-me cair.

— Nada, não é nada de importante. — digo, apertando o mesmo sobre meu peito, como forma de esconde-lo.

— Mesmo? Você parece nervosa. — afirma, se aproximando.

— Sim, é que você chegou assim do nada, apenas me assustei. — afirmo.

— Hum, se você diz. — profere, a verdade é que a mesma aparentava estar desconfiada.

[...]

     Pelo que vi Andrew parecia mais desnorteado que eu, o mesmo não sabia da existência do irmão gêmeo de Lucca, muito menos que ele havia sido adotado aos dez anos.

— Isso tudo é muito louco, Ester. — diz Andrew, com as mãos sobre a cabeça. Já era pela manhã quando enfim nos encontramos novamente.

— Eu sei, Drew. Confesso que também é difícil para mim entender. — afirmo.

— Hum, tudo bem. Prometo que farei o que puder para te ajudar com isso, okay? — diz, segurando minha mão.

— Drew, não quero que se sinta forçado a me ajudar, se você quis... — inicio.

— Ester, eu quero te ajudar. — afirma, sério.

— Obrigada, significa muito para mim. — confesso.

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