— A garota é você, Ester. — profere, com o semblante sério.
— E... eu? — balbucio, tento encontrar algum resquício de sarcasmo em seu semblante, mas era inútil, o mesmo parecia estar falando a verdade.
— Sim, você. — suspira. — Sei que parece tosco vindo de mim, mas foi inevitável. — profere.
— Céus! Eu... eu não consigo acreditar. Mas, como? Drew, eu mal sei o que dizer. Senhor! — digo, ainda sem crer.
— Tudo bem, sei que é difícil de digerir. Não precisa dizer nada ainda. — suspira. — É difícil de acreditar, confesso que neguei isso a mim mesmo. Mas já não podia mais, precisava aceitar isso...você foi a única que se dispôs a me ajudar quando ninguém mais se importava. E foi por isso que esse sentimento, que antes só era gratidão, veio crescendo cada vez mais em mim. — diz calmamente, e só depois percebo que uma lágrima insistia em cair dos meus olhos. — Olha, eu vou ir agora, okay? Só... pense um pouco a respeito disso. — profere, pousando um beijo sob minha testa, apenas assinto.
Por Deus, como eu iria imaginar isso?
E agora? Eu mal sei dos meus próprios sentimentos. Desde o meu primeiro e único relacionamento, me fechei totalmente a isso, a verdade é que o medo de me magoar-se novamente me consumia, temia que pudesse sofrer mais uma vez o que havia sofrido com Nathan há alguns anos atrás.
Andrew e eu estamos muito próximos ultimamente, e confesso que me alegra encontra-lo todos os dias, é como se uma chama se acendesse dentro de mim cada vez que o vejo. Céus, há tempos não me sentia assim! Definitivamente necessito de ajuda.
Corro para o quarto e ao me deparar com o vazio me ajoelho clamando ao Pai.
— Senhor, mais uma vez aqui estou eu, desnorteada. Pai, eu já não sei o que fazer, as vezes parece tão mais fácil ajudar qualquer outra pessoa do que discernir meus próprios sentimentos. E aqui agora, eu entrego meu coração a Ti, pedindo que antes de amar qualquer pessoa, eu não venha perder essa chama que queima aqui dentro por Ti. Senhor, não sei se estou preparada para um relacionamento agora, mas que seja feita a Tua vontade e não a minha. E se for de acordo com o que Tu queres, então que seja feito. Amém.
Levanto enxugando as lágrimas e levo o celular em mãos, digitando o número de Sophi. Depois de muito tempo aprendi que antes de desabafar com qualquer pessoa deveria primeiramente falar com Deus.
— Oi, Ester. — profere ao atender o telefone.
— Oi, Sophi. Está tudo bem?
— Está sim, e com você?
— Sim, e Mattew? Como está?
— Está bem, agora mesmo estamos no hospital, ele está fazendo alguns exames.
— Exames? Mas não era apenas uma dor de cabeça?!
— Sim, mas o Sr. Levinski aconselhou que fosse feito alguns exames, isso pelo fato de Mattew ser muito novo para ter dores constantes assim.
— Meu Deus! E quando sai o resultado?
— Hoje mesmo, daqui a algumas horas.
— Espero que não seja nada demais...
— Por Deus, eu também!
— Agora mudando de assunto, preciso te dizer algo.
— E o que é?
— É sobre Andrew...
— Céus! Diga logo Ester.
— Ele, ele confessou os sentimentos dele por mim. Disse que há algum tempo sentia isso, mas não conseguia admitir para si mesmo.
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Meu Salvador
SpiritualInúmeras vezes nos deparamos com situações difíceis, e na maioria delas chegamos a achar que tudo está perdido. Ester vivia em meio as trevas, presenciava o que de mais insano o mundo tinha à oferecer, mas isso muda com a morte de seu pai. Perder al...