Pela manhã os burburinhos já se alastravam pelos arredores do colégio, as pessoas estavam mais agitadas, hoje finalmente era sexta feira o que significa que se tem apenas uma semana até que todos voltem para seus lares. Confesso que me encontro um tanto apavorada, já estou a três semanas em Montreal e o que descobri até aqui não é o suficiente.
Desde o tal dia da confissão de Andrew ainda não conversei com ele, não que eu não quisesse vê-lo, mas depois da descoberta em relação a Matt não sei se tenho cabeça para isso. Por conta disso quando o vi procurei não dar brecha para o assunto anterior.— Você está bem? — indaga quando conto-lhe a respeito de Matt.
— Na medida do possível. — afirmo, mostrando um meio sorriso.
— Oh, Deus. Isso é horrível, ele é apenas uma criança. — exclama, balançando a cabeça negativamente.
— Eu estou arrasada, Drew. Mas eu sei que Deus sempre tem um propósito, e que seja feita a vontade dEle. — afirmo.
— Olhe, Ester. Se precisar de algo pode contar comigo, okay? — profere, pousando a mão sobre meu ombro.
— Na verdade, Drew, eu preciso de ajuda. — confesso.
— Então diga. — diz, se acomodando melhor na cadeira. Mapeio o lugar com os olhos como forma de certificar-se que estávamos sós.
— Você sabe, estou aqui a três semanas e descobri tão pouco. Preciso urgentemente encontrar a Sra. Shumway, ainda mais agora com esse problema de Matt. — digo, abaixando o olhar.
— Tudo bem, por onde começamos? — indaga, erguendo o meu queixo de forma que pudesse me fitar.
— Começamos pelo livro? Acho que é o único recurso que tenho em mãos, talvez possamos encontrar algo que nos ajude. — proponho.
— Okay, você está com ele aí? — indaga.
— Sim. — digo retirando-o da minha bolsa.
— Então vamos começar. — profere, colocando o livro a seu alcance. Então começamos a folhear as páginas loucamente, por minutos tudo que encontrávamos eram informações desnecessárias, teorias mirabolantes a respeito da corporação.
— Céus, isso é tão difícil. — digo exausta, colocando as mãos sobre o rosto.
— Espere, dê uma olhada nisso. — profere, trazendo o livro para mais perto de meu olhar.
" É inadmissível que a corporação seja revelada por um dos membros, principalmente seus ideais e projetos. A quebra de tal regra leva a morte do membro e de quem o ouviu."
— Meu Deus. O Nathan morreu por isso, Drew. Mas por que ainda não estou morta? Por que ainda não vieram atrás de mim se já sabem que busco por algo? — exclamo.
— Eu não... não entendo, Ester. Isso tudo é muito confuso. — profere, tentando captar tais informações. - Mas tudo tem um propósito, não é?
— Sim, só não entendi ainda qual é o propósito de tudo isso. — digo, quase como um sussurro.
— Nós iremos descobrir, okay? Eu prometo para você. — diz, pousando sua mão sobre a minha.
— Obrigada, Andrew. — agradeço, mostrando-lhe meu melhor sorriso. Percebo que o mesmo iria dizer algo, mas logo foi interrompido quando meu celular começa a tocar.
— Alô? — atendo.
— Olá. — diz uma voz feminina na qual não conseguia distinguir, era como se a voz estivesse modificada por algum tipo de programa.
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Meu Salvador
SpiritualInúmeras vezes nos deparamos com situações difíceis, e na maioria delas chegamos a achar que tudo está perdido. Ester vivia em meio as trevas, presenciava o que de mais insano o mundo tinha à oferecer, mas isso muda com a morte de seu pai. Perder al...