capítulo 2

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A minha rotina começa a acordar bem cedo, as minhas aias ajudam me a vestir (totalmente desnecessário), e a arranjar, penteiam os meus cabelos com um pente dourado e colocam me a minha pequena tiara, que, segundo a minha mãe e as regras da realeza, devo usar sempre e em qualquer ocasião.
Depois disso, dirigo me ao salão onde tomo o pequeno almoço com a minha irmã. Quase nunca tomo as refeições com os meus pais, pois estão sempre em viagens da realeza e coisas assim. Exatamente como hoje, eles foram a Áustria para um baile e partiram ontem à noite. Enquanto como, vêm na minha direção a minha coordenadora, Clarissa que me recita o horário habitual. A Clarissa é uma espécie de segunda mãe, é responsável por cuidar de mim quando os meus pais estão sempre demasiado ocupados para notar que eu existo. Encarrega se da minha educação e dos meus cuidados. Ela é um pouco exigente, velha e mandriona, mas é uma boa pessoa e nunca a conseguiria substituir por ninguém.
Depois, como todos os dias, ela encaminha me para uma aula 2 horas de violino, 2 horas de piano, aula de boas maneiras, almoço das 13:00 às 14:00, aula de gramática, de matemática, e por fim, aula de coro.

No fim do dia, os criados servem me o jantar e como sozinha, pois a minha irmã ainda está a assistir a uma aula especial que a ensina e treina para ela se tornar numa boa imperatriz.

Chego ao fim do dia esgotada, mas em vez de me deitar na minha cama, dirigo me a uma porta no fundo do quarto que dá para o meu enorme roupeiro. Abro a, percorro o longo corredor de vestidos, coroas e sapatos e tiro de lá de dentro um vestido escuro simples pouco formal, e a minha capa de veludo preto. Deixo o meu cabelo louro solto, calço as minhas botas forradas a pelo, coloco o capuz e dirigimo à porta dos empregados. Antes de a abrir, sou travada por uma voz familiar.

- Vais sair outra vez? - Viro me e vejo a minha amiga Aryana, que está vestida com o seu uniforme de empregada perfeitamente engomado e com um cesto de roupa suja debaixo do braço.

- Olá para ti também! - digo com um sorriso e abraço a - Vou, antes que me descubram.

- Até já, tem cuidado e boa sorte. - diz e eu saio pela porta.

Ao sair, a primeira coisa que faço é pisar a neve fresca acabada de cair dos céus. Ando em passo lento e olho fascinada as maravilhas da noite de inverno fora do palácio e das suas regras sufocantes, tanta cor, tanta alegria. Crianças agasalhadas correm pela rua atrás de um gato vadio, homens barbudos conversam encostados a uma parede, algumas senhoras apanham a roupa estendida numa corda. De repente começa a nevar pequenos flocos de neve frios e mágicos. Puxo um pouco mais para a frente o capuz de modo a esquivar me do frio e com medo que alguém me reconheça. Cruzo uma esquina e vou dar a um beco sem saída. De repente, ouço passos apressados atrás de mim, viro me e ao longe vejo dois homens a perseguir um rapaz. O rapaz cruza a mesma esquina que eu e consegue despistar aqueles homens. Olha por cima do ombro para ver se os homens ainda o perseguem, não vê que eu lá estou, corre na minha direção, choca contra mim e caímos os dois na fria e espessa neve.

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