capítulo 24

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Algumas semanas se passaram, e o tempo levou com ele o inverno. Os últimos pingente de gelo brilhante presos nas árvores estão agora a derreter lentamente. Alguns animais da floresta já se vislumbram, depois de passarem o longo inverno a dormir profundamente nas suas tocas na esperança de escaparem aos dedos gelados e mortais do inverno. O manto espesso de neve branca antes presente durante tanto tempo nos telhados das casas da vila, está agora a reduzir se a uma poça de água transparente, pequena e insignificante.
No jardim já conseguimos avistar alguns pedaços de erva verde e algumas flores minúsculas que salpicam os campos de cor.
O inverno em quando conheci o Dimitri está a desaparecer lentamente aos meus olhos. O cinzento e melancólico inverno onde me apaixonei está a ceder o seu lugar à nova primavera.

Depois do dia do baile de inverno, consegui sair algumas vezes do palácio para me encontar com o Dimitri na vila. Fomos passear na floresta à luz do luar e ao som calmo da noite e por momentos, conseguimos os dois abstermo nos do resto do mundo, onde só nós vivíamos e importava mos.
Trocámos carícias e palavras doces, beijos, abraços e olhares apaixonados.
Esquecemos quem éramos e aproveitámos o nosso amor em paz.
Adoro o tempo que passo com ele, quero aproveitar cada momento ao máximo, sempre com a ideia aterradora na cabeça de que algum dia o terei de deixar.
O Alexis também me veio ver em algumas ocasiões. Diz que está ansioso pelo nosso casamento, palavras às quais eu não respondia, não com a verdade.

Alguns dias mais tarde, pouco depois de uma visita do Alexis, a Clarissa avisou me que a minha irmã adoecera gravemente.
Corri imediatamente para o quarto da Anna, e quando abri a porta, na divisão estavam presentes os meus pais e o médico real.
O médico contou me que ela tinha sido contaminada por uma doença mortal que ultimamente se andava a espalhar por toda a Rússia. Depois do médico me contar sobre o estado grave da minha irmã, a Anna pediu para todos saírem da sala excepto eu.
Depois de todos abandonarem o quarto, ela fez me sinal com a mão para me sentar na beira da cama onde ela estava deitada. Imóvel, pálida, enfraquecida e relativamente mais magra, a minha irmã olha me com um olhar doente e triste. Apesar de tudo isso, ela esforça se para manter um pequeno sorriso no rosto magro e pálido.

- Minha pequena irmã Nadya, não tenho a certeza se conseguirei recuperar desta terrível epidemia. Chego mesmo a temer o pior. - A sua voz está fraca, como se viesse do fundo de um poço.

- Não digas isso Anna, por favor. É certo que daqui a alguns dias estarás melhor, vais casar com o Richard e os dois vão governar a Rússia juntos lado a lado. - minto para disfarçar o desespero e o medo que sinto que no meu coração.

- Eu adoraria casar com o Richard e governar ao seu lado, mas temo que isso nunca poderá vir a acontecer. Sabes?... eu nunca me opus às ideias do nosso querido pai, mas agora, com o meu fim à vista, estou a pensar de forma diferente. Ouve Nadya, acho que deves seguir os teus sonhos, ainda és muito nova para governar um reino, mesmo com a ajuda do Alexis. Vive a tua juventude enquanto podes, concretiza os teus sonhos e não deixes que ninguém te corte as asas para poderes voar bem alto. É só isso que tenho para te dizer. - a sua voz enfraquece e está cada vez mais fraca a cada palavra que ela pronuncia. - Eu amo te muito irmãzinha, espero que sejas muito feliz.

- Não Anna, por favor não me deixes. Eu adoro te e não quero que vás! - aperto a sua mão fria com força, e as lágrimas rolam me pela face sem parar - Por favor abre os olhos, Anna.
Ela abre ligeiramente os olhos, vira um pouco mais o rosto para mim e sorri.

- E Nadya?...

" ... cuida bem daquele rapaz com que te costumavas encontrar à noite. Espero que vocês os dois sejam muito felizes... "

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A minha irmã Anna morreu nessa mesma noite, segundos depois de ela pronunciar as suas últimas palavras. Apenas me lembro de alguém entrar no quarto e de me puxar para fora da divisão. Não voltei a ver a minha irmã. Depois de me puxarem dali para fora, lembro me de chorar nos braços do meu pai, e depois à noite, nos braços fortes do Dimitri. Com a ajuda dele, consegui sarar lentamente o buraco que a morte da Anna me abriu no meu coração.
Não fazia ideia de que a minha irmã sabia do meu segredo, de que eu fugia à noite para ver um rapaz por quem estou apaixonada. De qualquer forma, agradeço lhe por não ter contado nada ao meu pai, acho que ela nunca tivera essa intenção.

A primavera chegou, a primavera onde eu perdi a minha irmã, a primavera onde ela não vai mais lá estar...

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