Ver Camila Sorrir Quando Eu Encontrá-la

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Coloquei Luke no banco de trás do carro e fechei os vidros do mesmo, dei partida e segui caminho até o parque.

(...)

–Chegamos, amigão. - fiz um carinho em seu pelo.

Descemos do carro e eu peguei sua corrente, prendendo logo em seguida na sua coleira.

Começamos a dar voltas e mais voltas pelo parque, uma vez ou outra eu cumprimentava as pessoas. Luke estava calmo, calmo até demais, estava estranhando o fato de ele não ter tentado me arrastar até a algum lugar, tem agido como um verdadeiro cão bonzinho, isso me deixa Alegre.

Sorri com os meus pensamentos bobos e neguei com a cabeça...

Eu observava cada detalhe daquele parque, ele era mais afastado da zona central de Miami, não era um bairro ruim, mas também não era lá essas coisas, diga-se de passagem. Havia um beco ao lado direito do parque, um beco que abrigava uma enorme lata de lixo, era bastante sujo, parecia haver mais lixo ao redor do que dentro da própria lata. Algo naquele beco me chamou atenção, uma garota,  a qual misteriosa, pois não havia absorvido os traços da garota, ela estava um pouco longe do meu campo de visão.

Luke parou, o pareceu observar o mesmo que eu, ou seja, a garota, meu olhar caiu sobre ele, o mesmo inclinava a cabeça de um lado para o outro como se quisesse entender por quê um ser humano estava agindo daquela forma. A garota estava apanhando algumas sobras que havia naquele lixo, sentia meu coração apertar contra meu corpo.

Por quê cenas como essa me fazem ficar sentimental? Maldita hora para isso.

Sinto algo puxar bruscamente minha mão, era Luke, ele havia se soltado do meu comando, corri atrás do mesmo, ele atravessou a rua e foi em direção ao beco, eu o seguia, eu estava totalmente esgotada quando parei em frente ao beco e vi que Luke estava sentado ao lado da garota e a mesma fazia um carinho nele.

Apoio meu corpo sobre o joelho e me curvo um pouco a fim de regularizar minha respiração novamente... Quando finalmente isso acontece eu me permito olhar para cena, a língua de Luke para fora enquanto a garota ainda o fazia carinho, ele me olhou e latiu, como se quisesse dizer: "Vem aqui"

Dei passos até eles e a garota ergueu o rosto para ver quem estava lá, parecia hesitante em levantar o olhar ou não, isso medo? Talvez, mas ela mesmo assim ergueu seu rosto. Sabe quem era? Para a minha felicidade e infelicidade era Camila. O motivo de felicidade era que havia me encontrado novamente com ela e o motivo de infelicidade é que era ela quem estava ali apanhando coisas do lixo para comer. Ela ficou de joelhos e apoiou o corpo sobre o mesmo.

–Ele é seu?

–Sim, sorri de lado e me abaixei ficando da altura dela.

–ele é lindo. - olhou para mim e sorriu de lado. –Qual o nome dele?

–Luke.

–É um belo nome. - voltou sua atenção para o cachorro. –Você é uma fofura, Luke. - brincou com o mesmo.

Luke começou a lamber seu rosto e ela começou a rir, a acompanhei rindo. Mal sabe camila que acabara de arrancar a minha primeira risada desde o fatídico dia, o qual eu sempre acabo lembrando, mesmo que sem querer.

Ela me olhou e sorriu, depois que Luke saiu de cima dela.

–Quer que eu te leve para comer?

–Não, muito obrigado, mas já consegui minha comida por hoje. - me mostrou uma sacola onde haviam pães dormidos, uma lata de sardinha, talvez a mesma não estava válida, um ovo meio rachado e uma maçã, onde metade não se podia comer já que estava podre. Engoli em seco, como uma criança sobrevive comendo isso? Onde estão os pais dela? Perguntas como essa invadiam minha mente, eu estava com o mesmo Aperto no coração de antes. Não quis ofendê-la dizendo que esses alimentos não são dignos, pois a garota parecia satisfeita e orgulhosa de si mesma por ter conseguido esses alimentos, eu apenas sorri de lado e abracei meu próprio corpo.

My MotherOnde histórias criam vida. Descubra agora