Prólogo

16.4K 740 149
                                    

O relógio tocou às 6h30min da manhã. Davi despertou, olhou para o celular e verificou que era hora de levantar. Foi direto para o banheiro, onde se olhou no espelho, abriu a torneira e jogou água fria no rosto para despertar mais rápido. Pegou sua escova de dentes, colocou creme dental e começou a escovar.

De repente, ele escutou seu celular tocando. Com a escova de dentes ainda na boca, voltou para a escrivaninha ao lado da cama onde o celular estava. Pegou o telefone e viu o conteúdo na tela do aparelho.

— Uma mensagem... De quem será?

**Mensagem: Eduardo Rispacks**

"Davi, quero saber se as cotações que te enviei estão prontas. Tenho que fechar logo esses contratos, não vou terminar essa obra desse jeito. Te entreguei isso ontem às 17:00, já era para estar cotado! Espero que as cotações estejam na minha mesa ao meio-dia."

Davi era comprador em uma construtora de imóveis, e Eduardo, seu chefe mal-humorado, vivia para infernizar a vida dos funcionários.

— Droga, como ele acha que vou conseguir cotar esses pedidos no fim do expediente? Parece que não sabe que os fornecedores trabalham até as 18:00! Nada está bom para ele, não estou aguentando mais.

Davi terminou de escovar os dentes, vestiu sua roupa social e saiu com sua mochila nas costas, escutando música no celular. Ele não gostava de ouvir as conversas paralelas no transporte público. Morava na região central de São Paulo, num apartamento localizado na Av. São João. Ao chegar na Barra Funda, em frente ao escritório onde trabalhava, torceu para que seu dia fosse bom e entrou no prédio.

— Bom dia, Arismar!

— Então, engenheiro Eduardo está te esperando na sala dele.

Arismar era a secretária de Eduardo. Tinha 33 anos, cabelos pretos, olhos da mesma cor e uma pele clara. Usava uma maquiagem escura que a deixava com um ar fúnebre, tinha um temperamento ruim e era super puxa-saco. Gostava de falar mal de todo mundo, não era bem-quista por ninguém na empresa, exceto por Eduardo, que gostava das delações que ela fazia.

— Nossa, que mulher sem educação! — pensou Davi.

— Ok — disse ele, saindo em direção às escadas.

Davi pegou o elevador que dava acesso ao quinto andar, onde ficava o escritório de Eduardo. Era estranho, só tinha a sala dele nesse andar. Isso é que é querer ficar longe dos funcionários. Quando o elevador chegou ao seu destino, Davi saiu e andou pelo corredor até parar em frente à sala de Eduardo. Parado em frente à porta, pegou na maçaneta, mas hesitou antes de abrir.

No momento em que Davi entrou no elevador, Arismar ligou para Eduardo, que atendeu já de mau humor.

— Bom dia, senhor Edu...

— Fala, Arismar!

— Me desculpe, senhor Eduardo. É que o Davi chegou, eu pedi para ele ir para sua sala.

Eduardo desligou na cara dela.

— Credo, eu só queria ajudar.

Lá em cima, Davi continuava em frente à porta. Inspirou fundo e entrou.

— Bom dia, senhor Eduardo.

— Sente-se.

Davi sentou-se na cadeira em frente à mesa de Eduardo, que o encarava friamente.

— Então, Davi, como te disse, hoje preciso das cotações prontas. Preciso dos materiais e produtos para terminar a obra e...

— Mas, Eduardo, o senhor me deu as cotações quase no fim do dia. Além disso, eu estava arquivando documentos...

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora