Desespero

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O sol estava radiante e o dia estava lindo. Deitado na grama, eu podia sentir o cheiro das flores no campo e apreciar a brisa que tocava minha pele. Eu estava me sentindo tão bem que nenhuma preocupação vinha à minha mente. Tudo estava em paz e em plena harmonia. Tudo me relaxava e me deixava tranquilo. Eu não queria que aquilo terminasse nunca. Foi quando ouvi uma voz muito familiar.

- Davi, meu filho!

- Mãe? - Eu me sento e a vejo. - Mãe, que saudades!

Eu não podia acreditar. Minha mãe estava ali, tornando aquele momento ainda mais mágico. Eu não podia estar mais feliz.

- Mãe, como é bom te ver! - Ela me olha e dá um sorriso. Eu caminho até ela e lhe dou um abraço apertado. É bom estar nos braços dela, me sinto seguro e reconfortado. De repente, ela desaparece em meio aos meus braços.

- Mãe, mãe, cadê você? - Eu começo a afundar no chão. Não estou mais no campo, estou em um pântano cheio de lama e sujeira.

O sol some entre nuvens escuras em meio a relâmpagos. O desespero toma conta de mim, pois estou afundando rapidamente na lama. Peço por socorro, mas não tenho resposta. Chamo por minha mãe, mas não ouço nada. Estou quase todo coberto pela lama. Tento sair, mas sem sucesso. Desapareço no monturo.

- Nãaaaaaao, não!

Acordo no chão frio com gosto de sangue na boca e o corpo todo doendo. Tudo aquilo não passou de um pesadelo, mas não fiquei aliviado, pois estava acordando em outro. Logo, as lembranças começaram a voltar, e o terror de ter passado por tudo isso me fez chorar. Pelo relógio que estava em meu pulso, vi que já era 14:13 da tarde.

Com dificuldade, me levanto, olho ao redor e vejo a bagunça e a destruição em que está a sala. Com esforço, me visto e vou ao banheiro. Na pia, jogo água no rosto. Tudo que eu queria era sair dali e tomar as devidas providências contra Eduardo. Ele tem que pagar pelo que me fez. Chorando, não consigo acreditar que ele fez isso comigo. Em descontrole, jogo o sabonete líquido da pia no espelho e começo a gritar e xingá-lo. De repente, escuto a porta do escritório abrindo. Eu saio do banheiro e me surpreendo ao ver quem entrou.

- Arismar? Arismar, por favor, me ajude. O Eduardo me violentou, me agrediu. Eu preciso sair daqui. Chame a polícia.

Eu caminho até ela e tento me apoiar em seu ombro.

- Não me toque sua bicha nojenta!
Finalmente você teve o que merecia.

Arismar gargalha cinicamente.

Fica aí todo se oferecendo para todos com esse seu sorriso. Foi nisso que deu. Ainda acho que foi pouco. Você merecia mais por ser tão audacioso e insolente. Vejo que nem vou precisar me vingar de você por toda a humilhação que me fez passar com o senhor Eduardo.

- Vocês estão loucos! Eu nunca fiz nada para merecer isso, ninguém merece isso, mas ele vai pagar por ter feito isso comigo. Vou denunciá-lo

"Arismar ri" - Você acredita mesmo nisso? Ao seu tolinho, sinto em lhe informar, mas isso não vai acontecer.

- O que você quer dizer com isso? Como soube que eu estava aqui?

- Primeiro espere e vera, depois antes de sair o senhor Eduardo me disse que tinha um moribundo na sala dele, e que ele já voltava.

- Como você pode ficar do lado dele sabendo que ele fez isso comigo? Que tipo de pessoa apóia uma coisa assim?

- Do tipo que quer subir na vida, querido! Já que meu charme e beleza não cativaram o senhor Eduardo, não me restam muitas opções. EU NÃO VOU SER UMA NINGUÉM PELO RESTO DA VIDA! Vou fazer de tudo para subir na vida, tudo, tudo, até ajudar meu chefe a encobrir um estupro de uma biba insolente

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora