Ajuda para um novo recomeço ( Parte I )

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Eu me sinto sem rumo e sem ter o que fazer, mas tento afastar esses sentimentos de mim e seguir em frente. Ainda bem que descobri sobre o Douglas agora, pois mais tarde eu sofreria. Pena que ele parecia ser um cara bacana. Ainda bem que nem começou, ainda bem que foi assim.

Andando para casa, me dou conta de que nem tudo foi ruim. Conheci Diogo, que é uma pessoa maravilhosa e que quero levar para a vida toda, sem falar da Jéssica, que é uma figura. Tenho saudades da minha mãe. Faz tempo que não a vejo e isso me chateia, mas quem sabe eu possa vê-la hoje! Pego meu celular e vejo que tem uma mensagem do Douglas. "Desculpa Davi, eu ia te contar, mas fiquei receoso de você não querer se envolver comigo, então fiquei quieto. Que pena que foi assim."

Bloqueio o número e apago a mensagem. Não quero mais saber dele. Vou até a agenda e procuro pelo número da casa da minha mãe. Clico nele e o telefone chama. Eu fico cada vez mais tenso, pois não quero que seja meu pai a atendê-lo. Mais dois toques e uma voz que eu rapidamente reconheço diz "Alô".

- Mãe?

- Davi, é você, meu filho?

- Sim, mãe, sou eu!

- Davi, meu filho querido, onde está você? Por onde anda? Estou tão preocupada!

- Estou bem, mãe, e tenho saudades!

- Eu também tenho, meu filho! Por que não vem me ver?

- Ah, mãe, não quero confusão com meu pai.

- Ele não está em casa, filho, e só vai chegar em casa amanhã. Vem me ver, meu filho!

- Ok, mãe, estou indo.

- Então, vou preparar um bolo e chocolate quente para você, meu amor.

- Tudo bem, tchau.

- Tchau, querido. Venha logo!

Desligo o telefone e sigo pela Vieira de Carvalho em direção à Praça da República para pegar o metrô. Passo pela catraca e coloco meus fones de ouvido. Quero relaxar escutando minhas músicas.

Na plataforma no sentido da estação Santana, enquanto espero o metrô, penso nos planos para meu futuro.

Tenho que arrumar um emprego novo que me pague o suficiente para poder voltar para a faculdade. Sinto-me parado no tempo e quero concluir o que comecei.

O metrô chega e as portas se abrem. Eu entro e me sento no acento do lado da janela. Fico olhando a paisagem e sinto um aperto no peito. Deve ser saudade. Passei toda a minha vida nesse lado da cidade e penso em tanta gente. Como será que está o Thiago? Eu nunca mais o vi desde o episódio com Danilo. E Danilo, o que será que tem feito da vida? Depois de tudo que ele fez, não tenho certeza se ele vive no mesmo lugar.

As estações vão passando e a cada segundo que passa fico mais ansioso, mas não sei por quê. Finalmente, chego na estação Parada Inglesa. Pego uma lotação que me levará a um bairro onde minha mãe mora. A lotação para no ponto e eu desço. A casa da minha mãe fica a poucos metros. Paro em frente à casa e fico olhando por alguns instantes a entrada. Parece que foi ontem toda aquela confusão. Antes de apertar a campainha, olho pelas janelas para me certificar de que meu pai realmente não está em casa. Não quero me encontrar com ele. Bom, parece que ele não está, pois se estivesse estaria na sala vendo TV.

Aperto a campainha e logo minha mãe vem abrir a porta. Logo de cara, ela me dá um abraço apertado, e eu retribuo.

- Meu filho querido, que saudades que eu estava de você!

- Eu também tenho, mãe!

Ela me solta e coloca as mãos no meu rosto, parece me examinar.

- Meu Deus! O que aconteceu com seu rosto, meu filho?

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora