Eu sou livre, enfim, de mim!

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Davi

No sábado, tudo correu bem. O dia foi puxado, não ficou nada pendente, e Carlos conseguiu fechar os contratos que desejava. À tarde, foi o almoço com os sócios. Eu não conseguia parar de pensar no que aconteceu ontem. Foi só por uns instantes que nossos lábios se tocaram, mas foi incrível o calor que vinha dele. O toque de sua mão no meu rosto... Eu pude sentir que ele também queria o mesmo que eu. É melhor eu não me apegar a esses pensamentos. Já tive decepções demais. Não posso me apaixonar por um cara que não sabe o que quer, ainda mais sendo meu chefe. Carlos estava almoçando com mais três sócios e eu estava em uma mesa separada deles, mas sempre que podia ele olhava para mim e eu sempre disfarçava olhando para o celular ou para outra direção. Ele é encantador, sedutor e dominante. Não consigo tirá-lo dos meus pensamentos, é mais forte que eu. Carlos não falou nada sobre o que ocorreu ontem, mas seu silêncio me deixa louco. As coisas estão acontecendo tão rápido e eu não estou sabendo lidar com isso. São tantas mudanças e acontecimentos, uns bons e outros ruins. Não estou reclamando, mas esse turbilhão de coisas está caindo sobre mim e, pelo que tudo indica, estou me apaixonando pelo meu patrão. Cara, que droga! Eu não podia deixar isso acontecer, pois o único que vai se dar mal aqui sou eu.

O almoço acabou e Carlos e eu voltamos para o hotel sem trocarmos uma palavra que não fosse sobre trabalho. Ele estava rude comigo, como se quisesse me afastar.

- Prepare-se para irmos embora, Davi.

- Achei que fôssemos embora só amanhã. E você tem uma reserva no restaurante l'Étoile.

- Não quero mais ficar aqui. Vamos embora.

- Como quiser.

Cancelei a reserva e liguei para Manoel, o motorista particular de Carlos, pedindo para ele nos esperar no Campo de Marte, em Santana. Saímos do hotel às 16h20, pegamos o jato e chegamos em São Paulo às 18h10.

- Vou te deixar em casa, Davi, e nos vemos na segunda. - Aceno com a cabeça em sinal de confirmação. Descemos do jato e Manoel já estava lá parado, encostado em um Aston Martin DB10 preto, nos esperando.

- Olá, senhor! Como foi a viagem? - Diz Manoel para Carlos.

- Foi ótima, Manoel. Tiveram alguns contratempos. - Ele olha para mim neste momento. - Mas saiu tudo como eu planejei. - Ele planejou? Que descarado!

- Que bom que saiu tudo como o senhor queria! Vamos?

- Vamos! - Eu me sento no banco de trás, e Carlos me segue e se senta ao meu lado. Isso me deixou encabulado.

- Vai passar em algum lugar antes de ir para casa, senhor?

- Sim, vamos deixar Davi em casa.
Ele dá a partida no carro e seguimos em direção ao centro da cidade. No caminho, meu celular toca. É a Carla.

- Gatinho, onde você está?

- Boa tarde para você também. E, a propósito, eu estou bem!

- Para de drama e me diz onde você está!

- Estou indo para casa!

- Hum, perfeito! Festa do pijama na sua casa hoje. Vê se dá uma geral naquele muquifo e prepara uns quitutes para a gente comer. Nós vamos levar as bebidas.

- Nós quem?

- Eu, Thiago e o Vagner.

- Quem é Vagner?

- O carinha que o Thiago conheceu no bar ontem.

- Nossa, e ele já vai trazer o cara para minha casa no segundo dia?

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora