Davi
Ver Carlos entrar na cozinha e não saber até que parte da conversa ele escutou me deixou petrificado. Eu não estou preparado para falar com ele sobre o que me aconteceu e nem sei se um dia estarei.
- Que horrores fizeram você passar, Davi?
- Horrores? Nenhum! A Carla é exagerada e fala demais. - Faço um olhar repressivo para ela.
- Ela me pareceu ter muita certeza no que dizia.
- É, mas ela é louca!
- Me explica essa história direito, Davi!- Nossa, agora eu tenho que ficar dando explicações de coisas que aconteceram bem antes de te conhecer? - Ele fica me olhando com cara de quem não vai desistir enquanto eu não der uma resposta plausível. - Tá, é que um dia eu estava na fila do banco para fazer o depósito do salário dos funcionários da empresa em que eu trabalhava, me distraí e preenchi os cheques errados. E para consertar meu erro, tive que esperar quase três horas para falar com o gerente. Isso, para minha querida amiga Carla, é sofrer horrores. - Ele não parece convencido, mas não faz mais perguntas relacionadas a isso, para meu alívio.
- Entendi, eu também não gosto de esperar e ficaria extremamente irritado se tivesse que esperar todo esse tempo para resolver alguma coisa.
- Pois é, eu tive que esperar, mas no fim tudo deu certo.
Carlos pegou a jarra de suco de laranja que estava em cima da mesa e se serviu. Tomou, colocou o copo na pia e depois foi saindo.
- Não vem tomar café com a gente? - perguntei.
- Não! Tenho que ir para casa. - Ele ia saindo quando Diogo entrou na cozinha.
- Nossa, que cheiro bom! Dá para sentir lá de cima.
- Pensando melhor, acho que vou tomar café com meu namorado hoje. - Disse Carlos olhando para Diogo, que ficou sem entender o que estava acontecendo.
Fui até o andar de cima buscar minha mãe para tomar café conosco. Eu costumo levar o café dela na cama, mas hoje é um dia especial e quero todos nós juntos. Sentados à mesa, conversávamos e ríamos enquanto comíamos. Carlos sempre dava um jeito de contrariar tudo o que Diogo dizia, mas meu amigo não se importava ou não estava deixando transparecer.
Minha mãe estava muito feliz esta manhã. Eu não a tinha visto sorrir há muito tempo. Depois do café, meus amigos foram embora. Carlos não saiu até ter certeza de que Diogo tinha ido embora.
- Eu volto mais tarde para que possamos jantar juntos.
- Tudo bem, vou ver se faço algo gostoso para nós. - Ele segura na minha cintura e beija meus lábios.
- Toda vez que eu te beijo, Davi, não tenho mais vontade de parar.
- Nossas bocas ficariam sangrando em poucas horas.
- Para de estragar meu barato!
- E como eu vou me divertir? - Respondi sorrindo.
- Eu adoro ver você sorrindo.
- Ultimamente, não tenho muitos motivos para isso.
- Fico feliz em saber que sou um desses motivos.
- E eu estou feliz por você estar aqui. Ele me abraça com força, beija meu pescoço e cheira meus cabelos.
- Até mais, Davi. Se cuida!
- Me cuido, sim.
Ele sai e, enquanto caminha, dá uma olhada em volta, certificando-se de que está tudo bem. Entra no carro e dá partida, mas antes de ir, abre o vidro do carro e acena para mim, dizendo tchau. Volto para dentro de casa e minha mãe me chama para conversar.
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Seu Poder Sobre Mim
RomantizmDavi é um rapaz de 24 anos, forte e decidido. Não tem medo de novos desafios. Sua vida não tem sido fácil, mas as coisas podem mudar agora que ele encontrou um novo emprego. Mal sabia ele que as maiores provas estavam por vir após conhecer o Sr. Ves...