Rio

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Davi

EEu estava muito empolgado com tudo aquilo. Trabalhar nesta empresa iria me trazer muitos benefícios no futuro, além de ser assistente do dono de todo esse império. A semana passou muito rápido. Eu não fiquei parado nem por um minuto. A agenda do senhor Carlos é muito acirrada, com muitos compromissos e reuniões.

A sexta-feira chegou e nós vamos ter uma reunião muito importante no Rio de Janeiro. Ele quer que eu vá junto. Estou finalizando alguns trabalhos. Já são 14h00 quando ele entra em minha sala apressado.

— Tudo certo para a viagem, Davi?

— Sim, senhor! Já reservei o hotel para dois, uma suíte e um quarto. Também fiz uma reserva para um jantar amanhã no l'Etoile, como o senhor me pediu!

— Não me chame de senhor! Quantas vezes vou ter que repetir isso?

— Me desculpe! É que na outra vez o Thiago lhe chamou de senhor, e você não se importou.

— Thiago não é meu assistente! Além do mais, todos os outros devem me chamar de senhor, entendeu?
- Entendi!

- Chega de conversa, pegue suas coisas, em quatro horas.

- Sim, vou passar no meu apartamento para pegar minha mala e depois vou direto para o aeroporto.

- Nada disso, eu passarei no seu apartamento para te pegar.

- Não precisa se preocupar, Carlos, eu vou de táxi.

- Já disse que irei te pegar, pare de me contrariar! E não vamos para o aeroporto, vamos para o Campo de Marte em Santana pegar meu jato. Agora preciso ir, apronte-se, estarei na porta do prédio em que você mora em duas horas.

- Mas, senhor, você nem sabe onde eu moro!

- Quem disse que não?

Ele sai, me deixando com cara de tacho na sala. Termino de pegar minhas coisas e vou correndo para casa. No caminho, mando uma mensagem para a Carla dizendo que não poderia esperar por ela hoje. Ela me responde muito furiosa, pois nós íamos comemorar no bar na Augusta, mas se contenta quando digo que viajarei com o senhor Carlos para o Rio. Ela, como sempre, faz piada com isso.

- Vê se usa camisinha, gatinho!

- Pervertida! Me respeite.

Corri para casa, entrei correndo, tomei um banho, coloquei uma roupa social e fiquei esperando o senhor Carlos chegar. Eu não sabia o porquê estava tão nervoso com essa viagem. Eu tinha muitos receios em relação a ele. Toda vez que ele chega, meu coração acelera e eu fico sem rumo, como uma criança perdida na multidão. O jeito como ele me olha parece me despir. Às vezes, tenho a impressão de que ele consegue ver dentro da minha alma. Não consigo nem respirar quando ele chega perto.

O celular toca. É o Carlos. Meu coração dispara.

- Alô! Carlos.

- Pode descer, estou esperando.

- Já estou descendo.

Ele chegou em exatas duas horas, nem um minuto a mais, nem a menos. Desço correndo para o térreo. Nem esperei o elevador chegar. Quando cheguei na entrada do prédio, parei em frente às pedras e alinhei meu cabelo e roupas. Respirei fundo e saí de vagar, sem movimentos bruscos. Eu queria passar tranquilidade. Por que estou agindo assim? Até parece que estou indo para um encontro. É só uma viagem de negócios com meu chefe hétero e nada mais! Respira fundo e se controla.

Digo a mim mesmo para tentar manter o controle. Quando me aproximo do carro, ele sai e fica me encarando. Estava com uma calça jeans azul-marinho linda e uma camiseta polo branca que ressaltava os músculos do braço e tórax, além de um sapatênis marrom-escuro. Cara, como ele é lindo!

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora