Inesperado

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Davi

Naquela noite, nós transamos mais três vezes. Eu não voltei para casa e liguei para minha mãe avisando que passaria a noite com Carlos. Ela, por sua vez, ficou feliz, dizendo que eu tenho que sair mais e parar de me preocupar tanto com as coisas. Mas, mesmo assim, eu não consigo relaxar ao pensar que alguém pode fazer mal a ela.

- Dormiu bem, Davi?

- Dormi bem, sim, muito bem, aliás!

- Ah, é, safadinho?

- Eu, safado? Quem é que queria passar a noite transando?

- Foi só uma sugestão!

- Sei!

Ele para e fica me olhando, isso me deixa constrangido. Nunca ninguém me olhou como ele, parece que ele consegue ver dentro da minha alma.

- Você é tão lindo, sabia?

- Você é louco, Carlos!

- Acho que você tem razão. Neste momento, estou louco por você!

- Com certeza você é maluco!

- Parece que você ainda não entendeu que estou perdidamente apaixonado por você!

- Acho que você está empolgado com a ideia de um relacionamento novo e desconhecido, só isso.

Ele se aproxima mais de mim e diz bem sério:

- Nunca mais duvide dos meus sentimentos, entendeu?

Fiquei meio sem jeito com a maneira como ele me disse isso.

- Vejo que o senhor mandão voltou!

- Voltou? Ele nunca foi embora, não se engane! - Ele se vira e começa a fitar o teto.

- Me desculpe se eu o ofendi, eu só não consigo entender como alguém como você pode se relacionar com alguém como eu!

- Eu também não consigo entender isso, meu caro Davi! Eu sou um ser desprezível com a alma torta, e você é puro, justo e verdadeiro. Era para eu ter esse tipo de questionamento, não você!

- Não se cobre tanto, Carlos, eu também não sou nenhum santo, e se eu não visse coisas boas em você, com certeza eu não estaria aqui. Você é uma pessoa boa, nunca duvide disso!

- Será mesmo? — Ele para e me olha nos olhos por um instante. — Bom, vamos tomar café. O que você acha de torradas, iogurte, frutas e suco? — O que ele quis dizer com esse "será mesmo"?

— Está perfeito! — Ele me leva até sua cozinha enorme para preparar o café da manhã.

— Sinta-se lisonjeado, eu nunca cozinhei para ninguém!

- Então, a quem devo essa honra?

- Minha mãe que me mimou por todos esses anos!

Ele prepara tudo muito rápido.
Posso vê-lo me olhando de canto de olho como se precisasse da minha aprovação. Ele é tão masculino exala testosterona, o jeito bruto com que ele faz as coisas me instiga muito.
Ele se vira para mim, estende uma xícara de café, eu pego, depois ele deposita o café na mesa.

-Quer um pouco de leite?

- Sim, por favor!

- O açúcar está aí na mesa. Tem adoçante se você preferir. - Ele se serve de café e toma sem adoçar.

- Acho que você esqueceu do açúcar!

- Ah, eu não tomo mais café nem com açúcar nem com adoçante.

Seu Poder Sobre MimOnde histórias criam vida. Descubra agora