Seu Poder Sobre Mim

Fim da Linha

Davi

Eu não sei como tudo aquilo estava acontecendo, mas desde que Eduardo desligou o telefone, meu chão desapareceu. Uma angústia tomou meu coração e estremeceu. Ver Carlos amarrado e todo machucado me desestabilizou. Pensar que posso perdê-lo me deixou em pânico. Desesperado, pego meu celular, ligo para Carla e peço para ela buscar o Thiago e vir para cá. Preciso de ajuda, estou perdido e sem saber o que fazer.

- Mas Davi, como o Eduardo conseguiu levar o Carlos tão fácil assim? - Disse Carla.

- Carla, eu não sei como ele conseguiu levar o Carlos daqui, mas eles o pegaram, e se eu não fizer o que o Eduardo quer, ele vai matá-lo.

- Espera aí, Davi. Você disse eles? - Disse Thiago.

- Sim, amigo! Eduardo com certeza não está sozinho nesta.

- E o que vamos fazer, Davi? - diz Carla.

- Eu não sei, eu não sei. - Começo a chorar. - Ele está com o amor da minha vida. Só Deus sabe os horrores que Carlos está passando nas mãos daquele psicopata. - Carla me abraça.

- Vamos chamar a polícia e entregá-lo logo de uma vez - diz Thiago. Eu me livro do abraço da minha amiga e ando até ele.

- Não podemos fazer isso, Thiago! Eduardo me disse que se eu tentar alguma coisa, ele vai matar o Carlos.

- Mas, Davi, você não percebe que está caindo em uma armadilha?

- Eu sei, mas vou dar um jeito!

- Você sempre diz isso, Davi, e sempre cai nas ciladas do Eduardo!

- E o que você quer que eu faça? Chame a polícia e invada o local?

- Mesmo que você vá sozinho ele vai mata-lo, Davi. Se ele chegou a esse ponto é porque ele sabe que não tem mais volta

- Droga, droga, droga! - Me descontrolo - Já chega! Eu não vou deixar esse desgraçado vencer. Vocês têm razão, eu tenho que chamar a polícia, mas antes vamos bolar um plano. Vocês me ajudam?

- Claro, amigo! - diz Carla.

- Mas o que você tem em mente, Davi? - diz Thiago.

- Vamos, estou ficando sem tempo. No caminho, eu explico!
.....

Três dias antes em algum bar do centro da cidade

Com um copo de tequila na mão, o investidor criminalista Marcos Cardilli lamenta a perda do seu parceiro, que foi encontrado morto por ele mesmo dentro de seu apartamento na noite anterior.
O corpo do homem de trinta anos tinha sinais de tortura e espancamento, além da infame marca do serial killer na nuca: "Purificado". Marcos não conseguia acreditar que um homem forte e preparado como seu amigo pudesse estar em tal situação. Ele também se culpava pelo ocorrido, acreditando que se não tivesse discutido com seu parceiro de trabalho, ele estaria vivo.

- Problemas no casamento, chefe? - disse o barman.

- Hoje não, esse já é um problema antigo. - Marcos estava se divorciando por infidelidade no casamento por parte dele. A esposa pediu a separação depois que descobriu que o marido a traía com uma colega de trabalho.

- E o que mais faria um homem beber assim?

- Ligue a TV, você verá nos noticiários.

Marcos mata mais uma dose de tequila, paga a conta e sai em direção ao seu carro que está estacionado em uma esquina da Avenida Paulista. Ao chegar em seu apartamento, ele vai direto ao frigobar, se serve com uma dose de uísque, vai para o quarto e cai na cama.